Star Trek: The Original Series (Jornada nas Estrelas: Série Clássica)

Este artigo é a segunda parte da tag As 10 Melhores Séries de Todos os Tempos.

“O espaço, a fronteira final. (…) Audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve.”

Jornada nas Estrelas: Série ClássicaLembra que falei que desde 1991 uma série não mexia tanto comigo quanto House? Pois então. Conheci Star Trek naquele ano, quando a falecida TV Manchete reprisou as duas primeiras temporadas da série clássica, além da primeira temporada de Jornada nas Estrelas: A Nova Geração (Star Trek: The Next Generation). Eu tinha uns 12 anos e, enquanto minhas amigas sonhavam com o Tom Cruise ou com o Brad Pitt, eu suspirava pelo Spock (certo, pode rir).

Spock, Kirk e Mccoy.O destaque da série é o relacionamento entre Kirk, Spock e McCoy, que já rendeu tratados. As filhas de ST:TOS, por melhores que sejam, não conseguiram reproduzir essa sinergia entre seus protagonistas. A Nova Geração foi, inclusive, alvo de duras críticas por privilegiar a exploração do espaço em detrimento da exploração das personagens, corrigindo-se ao longo das suas sete temporadas. A fórmula do trio original, porém, jamais foi igualada.

Outra constante era a luta pela destruição de preconceitos e estereótipos. A série apresentou o primeiro beijo inter-racial da televisão norte-americana, além de incluir um japonês, um russo e uma negra em seu elenco principal – isso pouco após a Segunda Guerra Mundial, em plena Guerra Fria e poucos anos após o fim dos ônibus com assentos separados para brancos e negros no estado do Alabama.

Star Trek rendeu-me boas amizades e ótimos momentos de diversão, numa era pré-internet, em que os encontros aconteciam ao vivo e a comunicação à distância valia-se das velhas cartas.

Personagem Favorito

Sr. Spock (Leonard Nimoy), o meio-vulcano que prima pela lógica e controla suas emoções.

Cenas Inesquecíveis

Kirk tem de deixar seu amor morrer em A Cidade À Beira Da Eternidade. Em The City on the Edge of Forever (A Cidade à Beira da Eternidade, primeira temporada), considerado por muitos fãs o melhor episódio da série, Kirk precisa deixar que sua amada, Edith Keeler, morra para que o curso da História seja restabelecido. McCoy, que ainda não sabe disso, tenta salvá-la de um atropelamento; Kirk o impede, retendo-o e, ao mesmo tempo, abraçando o amigo em busca de consolo.

Spock dá um sorriso enorme ao saber que seu amigo está vivo.Em Amok Time (Tempo de Loucura, segunda temporada), Spock pensa ter matado seu capitão e amigo, James Kirk. Pra variar, o dr. McCoy interveio a tempo e salvou a vida de Jim. A cena em que o primeiro oficial descobre que Kirk está vivo é impagável: Spock agarra Jim pelos ombros, gira com ele e abre um sorriso de orelha pontuda a orelha pontuda – ou seja, faz tudo que um vulcano jamais faria, externando sua alegria por ver o amigo vivo.

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Friends

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Friends - Primeira TemporadaVi pela primeira vez no SBT e odiei. Diziam que era por causa da dublagem. “Que é isso, uma dublagem não consegue esculhambar tanto, a série deve ser mesmo ruim”. Quando contratei a tv a cabo, vi um episódio e… caramba, não é que a culpa era mesmo da porcaria da dublagem?!

Estávamos dando um tempo!!!!Uma das coisas mais legais em Friends é acompanhar o desenvolvimento dos personagens ao longo dos dez anos da série. Roupas e cabelos mudaram um bocado já do primeiro para o segundo episódio. Os traços de personalidade foram reforçados no correr dos anos, surgiram inúmeras piadas internas e os relacionamentos entre os seis amigos ganharam nuances diversas. Uma coisa é assistir a um episódio isolado; outra é conhecer bem a série e rolar de rir com as auto-referências constantes, como o hilariante “We were on a break” entre Ross e Rachel.

Uma ótima sacada é a dos nomes dos episódios, sempre (à exceção do primeiro e do último) começados com “Aquele com/em…” (“The one with/where…”), uma piada ao fato de que raramente títulos de episódios são lembrados pelo público.

Personagem Favorito

Chandler Muriel Bing (Matthew Perry), com todo seu sarcasmo e falta de traquejo social.

Cenas Inesquecíveis

Friends - Terceira TemporadaNo episódio The One at the Beach (último da terceira temporada), os amigos estão de férias da praia e Monica se queima com uma água viva. Chandler e Joey tentam socorrê-la. Ao chegarem à casa de praia, ninguém quer falar do ocorrido. No episódio seguinte, The One with the Jellyfish (primeiro da quarta temporada), finalmente é revelado o que aconteceu, numa cena hilariante, em que Monica, Joey e Chandler parodiam filmes de terror classe B:

Ross: Ei, gente! O que vocês acham de tornar nossa ida à praia uma tradição anual?
Joey, Chandler e Monica: NÃO!!
Rachel: Agora chega, vocês três! O que aconteceu na praia?!
Monica: Como assim? Nós caminhamos. Nada aconteceu. Eu voltei com nada sobre mim.
Ross e Rachel: Ah, qual é!
Ross: O que aconteceu?! Joey?
Joey: Está certo…
Monica: Não! Joey, nós juramos que nunca contaríamos!
Chandler: Eles nunca entenderiam!!
Joey: Mas nós temos que dizer alguma coisa! Temos que nos livrar disso, está me comendo vivo!! (E, para os outros três:) Monica foi queimada por uma água-viva.
Monica: Tá bom!! Tá bom. (Começa a andar lentamente pela sala.) Eu fui queimada. Foi feiro. Eu não podia suportar. Não conseguia andar.
Chandler (seguindo Monica): nós estávamos a três quilômetros de casa. Assustados e sozinhos. Achávamos que não iríamos conseguir.
Monica: Estava doendo demais.
Joey: E eu estava cansado por ter cavado um buraco enorme!
Chandler: E então… Joey se lembrou de algo.
Joey: Eu tinha visto no Discovery Channel…
Ross: Espera aí! Eu vi isso! No Discovery Channel! Sobre água-viva e como fazer se você… (pára e se vira para Monica) Ecaaaa!!! Você mijou em si mesma?!
Phoebe e Rachel: Ecaaaa!!!
Monica: Vocês não podem censurar! Vocês não entendem! Eu achei que fosse desmaiar de dor! Enfim, eu… tentei, mas… não consegui… curvar-me. Então… (olha para Joey).
Phoebe, Ross e Rachel (voltando-se para Joey): Ecaaaa!!
Joey: É isso aí, eu me ofereci! Ela é minha amiga, e precisava de ajuda! E se fosse necessário, eu mijaria em qualquer um de vocês! Só que… eu não consegui. Eu congelei. Eu queria ajudar, mas era pressão demais. Então… eu passei para o Chandler.
Chandler (exaltado): Joey ficava gritando “Faça! Faça! Faça agora!!” Às vezes, tarde da noite, eu ainda posso ouvir esses gritos…
Joey (rindo): É que às vezes eu grito do meu quarto pra te assustar.

Todos os flashbacks do tempo em que Monica era obesa e todos os episódios de Ação de Graças são engraçadíssimos.

Ross e Rachel na cafeteria, após muita discussão.As separações e retomadas do relacionamento entre Ross e Rachel também são sempre marcantes. Geralmente, trazem uma carga de drama incomum em Friends.

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Sex and the City

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Samantha, Miranda, Carrie e Charlotte - Sex and the CityTem homem que diz que Sex and the City é seriado-mulherzinha. Pode até ser, mas saiba que se você, homem, tirasse meia hora por semana para assistir aos episódios, aprenderia um bocado sobre a natureza feminina e deixaria de se surpreender com muita coisa.

Cada protagonista encarna um estereótipo. Tem a só-quero-sexo-seja-com-quem-for (Samantha Jones), a sou-bem-sucedida-e-não-preciso-dos-homens (Miranda Hobbes), a quero-um-homem-mas-não-abro-mão-do-que-sou-para-isso (Carrie Bradshaw, a narradora) e a estou-esperando-meu-príncipe-encantado (Charlotte York).

Na prática, todas incorporam, em maior ou menor grau, essas quatro facetas femininas. Nós, mulheres de carne e osso, também somos várias ao mesmo tempo, a depender das circunstâncias, necessidades ou quereres.

O glamour das quatro amigas de Nova Iorque, que vivem entre restaurantes chiques, sapatos de 400 dólares e exposições badaladas, está distante da maioria das mulheres, mas suas dúvidas, angústias, aventuras e desventuras amorosas são bem reais no nosso dia-a-dia.

Esta é uma série ideal para se ter em casa e assistir quantas vezes quiser, envolta no edredom e com a companhia de um bom pote de sorvete

Já está confirmado que Sex and the City se tornará longa-metragem.

Personagem Favorito

Miranda Hobbes (Cynthia Nixon), a advoga ruiva (Identificação? Náh, imagina.)

Cena Inesquecível

Carrie e Big no episódio Ex and the City Últimos minutos do espisódio Ex And The City (episódio final da segunda temporada), quando Carrie, após ver seu ex-namorado “Big” com a noiva, descobre que o problema não foi que ela não o “domou”, mas sim que não se deixou “domar”. Citando uma cena de The Way We Were, Carrie toca o rosto e Big e fala:

– Sua garota é adorável, Hubbell.
– Não estou entendendo.
– E você nunca entendeu.

Enquanto ela se afasta, sua voz narra:

Talvez algumas mulheres não possam ser domadas. Talvez elas tenham que correr livres, selvagens, até encontrarem alguém tão selvagem quanto elas, para correrem juntos.

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E.R. (Plantão Médico)

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E.R. - Primeira TemporadaAssisti a todas as temporadas de Plantão Médico exibidas pela Rede Globo e voltei a acompanhar fielmente o seriado há pouco mais de um ano, aproveitando para conhecer temporadas inéditas na tv aberta. E.R. é uma série eterna, caminhando para sua 14ª temporada. É bem verdade, no entanto, que tem dado sinais de exaustão há alguns anos.

A fórmula foi alterada com o passar do tempo. A vida pessoal dos personagens ganhou importância cada vez maior – freqüentemente, os casos médicos são mero pretexto para as tramas pessoais. O cenário passou a abranger cada vez mais externas, inclusive com tramas inteiras na África, em arcos humanitários e de denúncia.

E.R. - Nona TemporadaO elenco também mudou inteiramente em treze anos. A saída de Kerry Weaver na metade da 13ª temporada deixou os fãs da série órfãos dos personagens veteranos. O time recente não tem o mesmo carisma, à exceção do casal formado por Abby e Kovac (nem tão recente assim). Há quem diga que a série já deu o que tinha que dar e que deve ser finalizada enquanto ainda tem alguma audiência. Outros fãs, como eu, torcem pela continuidade das histórias do Pronto Socorro mais famoso da televisão e acreditam que o seriado pode dar a volta por cima.

E.R. - Décima-Terceira TemporadaE.R. foi a primeira série médica de sucesso, abrindo um novo filão, ao lado de Chicago Hope (série excelente, cancelada em 2000 e quase desconhecida na terra brasilis), iniciada no mesmo ano (1994). De lá para cá, vários outros seriados médicos surgiram, cada um com seus próprios atrativos.

Personagem Favorito

Numa série que teve, literalmente, dezenas de personagens importantes regulares, vale citar mais de um:

  • Dr. Doug Ross (sim, o George Clooney… *sigh*) , sedutor (quase) irrecuperável
  • Dr. John Carter (Noah Wyle), o personagem que mais se desenvolveu ao longo das temporadas
  • Dr. Luka Kovac (Goran Visnjic), o galã atormentado

Cada um é representante de uma geração de E.R. Acrescento, ainda, Mark Greene (Anthony Edwards), o primeiro residente-chefe de E.R., e um dos personagens mais queridos da série: doce, íntegro, firme.

Cenas Inesquecíveis

O saudoso dr. Mark Greene.A mais triste cena jamais exibida num seriado: a morte do dr. Mark Greene, no episódio On The Beach (oitava temporada). Mark morreu de câncer no cérebro e todo o arco que tratou de sua doença e morte foi muito emocionante. Quando já estava próximo do fim, o dr. Greene afastou-se do trabalho e foi para o Havaí (onde havia crescido) com sua esposa, a dra. Elizabeth Corday e suas filhas, Rachel (15 anos) e Ella (1 ano). Mark morre dormindo. A seqüência que prenuncia sua morte, ao som de Over the Rainbow (na versão do músico havaiano Israel Kamakawiwo’ole), traz-me lágrimas aos olhos até hoje.

Nunca cuspa para cima.E.R. também apresentou a morte mais ridícula da televisão. Em Chaos Theory (nona temporada), o intragável dr. Robert Romano perde o braço esquerdo num acidente de helicóptero no telhado do hospital. Na décima temporada, em Freefall, Romano recusa-se a subir ao telhado para entregar um relógio esquecido por um paciente que será removido de helicóptero. Fóbico, corre para o meio da rua. O helicóptero sofre uma pane e, ironicamente, cai em cima do médico.

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