Sex and the City

Este artigo é a quarta parte da tag As 10 Melhores Séries de Todos os Tempos.

Samantha, Miranda, Carrie e Charlotte - Sex and the CityTem homem que diz que Sex and the City é seriado-mulherzinha. Pode até ser, mas saiba que se você, homem, tirasse meia hora por semana para assistir aos episódios, aprenderia um bocado sobre a natureza feminina e deixaria de se surpreender com muita coisa.

Cada protagonista encarna um estereótipo. Tem a só-quero-sexo-seja-com-quem-for (Samantha Jones), a sou-bem-sucedida-e-não-preciso-dos-homens (Miranda Hobbes), a quero-um-homem-mas-não-abro-mão-do-que-sou-para-isso (Carrie Bradshaw, a narradora) e a estou-esperando-meu-príncipe-encantado (Charlotte York).

Na prática, todas incorporam, em maior ou menor grau, essas quatro facetas femininas. Nós, mulheres de carne e osso, também somos várias ao mesmo tempo, a depender das circunstâncias, necessidades ou quereres.

O glamour das quatro amigas de Nova Iorque, que vivem entre restaurantes chiques, sapatos de 400 dólares e exposições badaladas, está distante da maioria das mulheres, mas suas dúvidas, angústias, aventuras e desventuras amorosas são bem reais no nosso dia-a-dia.

Esta é uma série ideal para se ter em casa e assistir quantas vezes quiser, envolta no edredom e com a companhia de um bom pote de sorvete

Já está confirmado que Sex and the City se tornará longa-metragem.

Personagem Favorito

Miranda Hobbes (Cynthia Nixon), a advoga ruiva (Identificação? Náh, imagina.)

Cena Inesquecível

Carrie e Big no episódio Ex and the City Últimos minutos do espisódio Ex And The City (episódio final da segunda temporada), quando Carrie, após ver seu ex-namorado “Big” com a noiva, descobre que o problema não foi que ela não o “domou”, mas sim que não se deixou “domar”. Citando uma cena de The Way We Were, Carrie toca o rosto e Big e fala:

– Sua garota é adorável, Hubbell.
– Não estou entendendo.
– E você nunca entendeu.

Enquanto ela se afasta, sua voz narra:

Talvez algumas mulheres não possam ser domadas. Talvez elas tenham que correr livres, selvagens, até encontrarem alguém tão selvagem quanto elas, para correrem juntos.

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E.R. (Plantão Médico)

Este artigo é a quinta parte da tag As 10 Melhores Séries de Todos os Tempos.

E.R. - Primeira TemporadaAssisti a todas as temporadas de Plantão Médico exibidas pela Rede Globo e voltei a acompanhar fielmente o seriado há pouco mais de um ano, aproveitando para conhecer temporadas inéditas na tv aberta. E.R. é uma série eterna, caminhando para sua 14ª temporada. É bem verdade, no entanto, que tem dado sinais de exaustão há alguns anos.

A fórmula foi alterada com o passar do tempo. A vida pessoal dos personagens ganhou importância cada vez maior – freqüentemente, os casos médicos são mero pretexto para as tramas pessoais. O cenário passou a abranger cada vez mais externas, inclusive com tramas inteiras na África, em arcos humanitários e de denúncia.

E.R. - Nona TemporadaO elenco também mudou inteiramente em treze anos. A saída de Kerry Weaver na metade da 13ª temporada deixou os fãs da série órfãos dos personagens veteranos. O time recente não tem o mesmo carisma, à exceção do casal formado por Abby e Kovac (nem tão recente assim). Há quem diga que a série já deu o que tinha que dar e que deve ser finalizada enquanto ainda tem alguma audiência. Outros fãs, como eu, torcem pela continuidade das histórias do Pronto Socorro mais famoso da televisão e acreditam que o seriado pode dar a volta por cima.

E.R. - Décima-Terceira TemporadaE.R. foi a primeira série médica de sucesso, abrindo um novo filão, ao lado de Chicago Hope (série excelente, cancelada em 2000 e quase desconhecida na terra brasilis), iniciada no mesmo ano (1994). De lá para cá, vários outros seriados médicos surgiram, cada um com seus próprios atrativos.

Personagem Favorito

Numa série que teve, literalmente, dezenas de personagens importantes regulares, vale citar mais de um:

  • Dr. Doug Ross (sim, o George Clooney… *sigh*) , sedutor (quase) irrecuperável
  • Dr. John Carter (Noah Wyle), o personagem que mais se desenvolveu ao longo das temporadas
  • Dr. Luka Kovac (Goran Visnjic), o galã atormentado

Cada um é representante de uma geração de E.R. Acrescento, ainda, Mark Greene (Anthony Edwards), o primeiro residente-chefe de E.R., e um dos personagens mais queridos da série: doce, íntegro, firme.

Cenas Inesquecíveis

O saudoso dr. Mark Greene.A mais triste cena jamais exibida num seriado: a morte do dr. Mark Greene, no episódio On The Beach (oitava temporada). Mark morreu de câncer no cérebro e todo o arco que tratou de sua doença e morte foi muito emocionante. Quando já estava próximo do fim, o dr. Greene afastou-se do trabalho e foi para o Havaí (onde havia crescido) com sua esposa, a dra. Elizabeth Corday e suas filhas, Rachel (15 anos) e Ella (1 ano). Mark morre dormindo. A seqüência que prenuncia sua morte, ao som de Over the Rainbow (na versão do músico havaiano Israel Kamakawiwo’ole), traz-me lágrimas aos olhos até hoje.

Nunca cuspa para cima.E.R. também apresentou a morte mais ridícula da televisão. Em Chaos Theory (nona temporada), o intragável dr. Robert Romano perde o braço esquerdo num acidente de helicóptero no telhado do hospital. Na décima temporada, em Freefall, Romano recusa-se a subir ao telhado para entregar um relógio esquecido por um paciente que será removido de helicóptero. Fóbico, corre para o meio da rua. O helicóptero sofre uma pane e, ironicamente, cai em cima do médico.

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Gilmore Girls (Tal Mãe, Tal Filha)

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As Garotas GilmoreUm relacionamento entre mãe e filha pode ser livre de atritos? Na ficção, a resposta é sim. Lorelai e Rory são tão unidas que poderiam ser irmãs.

No início da série, Rory está com 16 anos e vai começar o segundo grau na escola particular Chilton. A vida da garota, de sua mãe, Lorelai, e dos habitantes da cidadezinha fictícia Stars Hollow, em Connecticut é o tema do seriado, que teve sete temporadas, encerrando-se com a formatura de Rory em Yale.

Admito que Gilmore Girls tem um tom muito, muito noveslesco. Boa parte do enredo se desenvolve em torno das vidas amorosas de Rory (que, nesses sete anos, teve três namorados sérios – Dean, Jess e Logan) e Lorelai (num “indo e vindo infinito” entre Luke e Christopher, pai de Rory). Conflitos familiares também são um tema recorrente. Embora as protagonistas se dêem bem na maior parte do tempo, Lorelai vive às turras com sua própria mãe. A melhor amiga de Rory, Lane, tem que driblar uma mãe religiosa ultraconservadora. Já Sookie, melhor amiga de Lorelai, divide o tempo entre o trabalho como chef de cozinha, o marido e os filhos pequenos. Luke, o dono da lanchonete freqüentada por Lorelai, também vive enrolado com sua família.

Boa parte do elenco de Gilmore GirlsApesar desse clima de soap opera, Gilmore Girls cativa pelo clima de constante otimismo e alegria. É daquelas séries perfeitas para assistir quando você precisa acreditar que, no fim, tudo termina bem.

A sétima temporada da série começou fraquíssima, provavelmente como efeito da saída de Amy Sherman-Palladino, criadora do seriado, e de seu marido, produtor executivo. Embora tenha recuperado o embalo no decorrer dos episódios, Gilmore Girls não foi renovada. O episódio final foi deveras emocionante.

Personagem Favorito

Lorelai e Rory são como gêmeas siamesas: tão grudadas e interdependentes que não dá pra escolher entre uma delas. Entre os coadjuvantes, meu preferido é o rabugento Luke Danes (Scott Patterson).

Cenas Inesquecíveis

Gilmore Girls é sobre o cotidiano; portanto, é feita de pequenos momentos, não de eventos grandiloqüentes (à exceção da despedida de Rory, no último episódio da série – mas prometi que não citaria finais de séries).

Ainda assim, uma seqüência que marcou bastante é a que encerra The Incredible Shrinking Lorelais (quarta temporada). Esse episódio foge completamente ao alto astral típico da série: tudo está dando errado para as garotas Gilmore; para piorar a situação, elas não conseguem se falar há dias, o que aumenta sua sensação de desamparo e solidão. Rory desaba no colo do ex-ex-namorado Dean; na seqüência seguinte, Lorelai desabafa com Luke.

Dean: Qual é o problema?
Rory: Nenhum.
Dean: Qual é o problema?
Rory: …Tudo está desmoronando! Eu achava que tinha tudo sob controle, mas não tenho.
Dean: O quê? O que estava sob controle?
Rory: Todo mundo consegue lidar com as matérias, mas eu não. E eu devia conseguir. Eu devia fazer cinco matérias. Todo mundo faz. Quero dizer, meu avô fez. Meu Deus, como vou contar para o meu avô que eu repeti?
Dean: Você repetiu?
Rory: Não, eu nem tive a chance de repetir. Quero dizer… (quase chorando) eu tive que desistir da matéria. Me mandaram desistir da matéria.
Dean: Isso não é um problema.
Rory: Isso É um problema. Eu não devia desistir de uma matéria. Não sou dessas pessoas que desistem. Eu tenho boas notas. Eu… controlo as coisas.
Dean: Ei, qual é… (passa o braço em torno dos ombros de Rory)
Rory: E Lane, ela não está mais por perto, e eu… eu sei que ela tinha que ir embora, mas eu sinto falta dela, e eu gostava de tê-la por perto, e não consigo falar com a minha mãe, e eu preciso falar com ela, e ela não está por perto. E eu estou fracassando. Estou fracassando em tudo. Eu não consigo mais. Eu não controlo mais. Estou errando em tudo! Ai, meu Deus, olha só isso.
Dean: Olha só o quê?
Rory: Você sendo legal comigo. Quero dizer, você não devia ter que ser legal comigo. Eu fui péssima com você, e agora você está casado com alguém legal e que não sou eu e que não é um fracasso.
Dean: Você não é um fracasso.
Rory: Sou, sim. Eu simplesmente não consigo, eu… eu tenho que falar com minha mãe, porque simplesmente não sei o que fazer.

Luke: Está tudo bem?
Lorelai: O quê?
Luke: Você está bem?
Lorelai: Por quê?
Luke: Porque você não parece bem.
Lorelai: Puxa, nossa, leve-me agora, marujo.
Luke: É que você parece distraída.
Lorelai: Distraída? Não. Bom, talvez. É. Distraída, ok, claro. Eu estou muito distraída.
Luke: Algo que eu possa fazer?
Lorelai: Sabe, tem pouquíssimos momentos na minha vida em que eu me vejo pensando “Eu queria estar casada”, mas hoje… Quero dizer, eu estou feliz. Sabe? Eu gosto da minha vida. Gosto dos meus amigos. Gosto das minhas coisas. Meu tempo, meu espaço, minha tv.
Luke: Sim, claro.
Lorelai: Mas de vez em quando, só por um momento, eu queria ter um parceiro, alguém pra aliviar o peso. Alguém para esperar o cara da tv a cabo, pra me fazer café de manhã, pegar a pia estúpida antes que ela volte para o Canadá.
Luke: O que aconteceu?
Lorelai (com a voz falhando): Ai… é que eu achava que tinha tudo sob controle, mas eu não tenho, e a pousada está desmoronando. Ela tem sido meu sonho desde sempre, e eu consegui, e está aqui, e estou fracassando. Eu não consigo controlá-la. Gasto cada minuto correndo atrás e trabalhando e pensando. E eu achava que teria ajuda, mas Sookie tem o Davey, e Michel tem Celine, e eu estou… eu não consigo fazer tudo sozinha. E eu nem tenho tempo para ver minha filha e, que inferno, tudo bem não vê-la, eu queria pelo menos falar com ela. E eu sinto falta dela. E eu sentei hoje na frente dos meus pais, só ouvindo minha avó basicamente tratar-me como um caso de caridade, e eu não consegui nem brigar com ela, eu nem podia dizer nada, por que eu sou. Estou ficando sem dinheiro, e não sei o que fazer a respeito, e eu ia, eu ia te pedir trinta mil dólares no jantar hoje à noite. Eis o tanto que sou patética.
Luke: Trinta mil dólares. Bom, ok, quero dizer, se você…
Lorelai: Não quero falar sobre isso agora. Não quero pensar sobre isso… Eu estou fracassando… Estou fracassando.
Luke: Você não está fracassando.
Lorelai: Não sei o que fazer… Não sei o que fazer… Não sei o que fazer…

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Seinfeld

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Kramer, George, Elaine e Jerry Seinfeld.Uma série sobre… nada. É assim que Seinfeld se define. Tente lembrar-se dos detalhes de um episódio qualquer, mesmo que você o tenha visto há apenas dois ou três dias – é um desafio e tanto. Jerry, George, Kramer e Elaine se envolvem nas mais inusitadas aventuras, freqüentemente deixando de lado qualquer escrúpulo.

Dos quatro amigos, Jerry Seinfeld é o mais bem-sucedido. George Costanza é o perdedor nato (o perfeito “loser”), Cosmo Kramer está sempre dando um jeitinho para se virar (podia ser brasileiro) e Elaine Benes tem uma situação estável profissionalmente, mas caótica em termos sociais e afetivos.

A série tem tiradas hilariantes. Fugindo ao padrão das sitcoms (as comédias de situação), Seinfeld é subversiva, sarcástica e irônica, destacando-se pelo humor negro.

Personagem Favorito

Jerry Seinfeld, com suas idiossincrasias em assuntos amorosos e seu hábito incorrigível de tirar sarro dos amigos.

Cena Inesquecível

O Nazista da SopaQualquer fã de Seinfeld é capaz de passar horas recordando momentos absolutamente nonsense do seriado. Sem dúvida, uma das primeiras situações a ser lembrada será a do Nazista da Sopa, do episódio The Soup (sexta temporada): se o freguês do tal restaurante de sopas pensa um pouco mais na hora de fazer o pedido, ou se comete a audácia de reclamar de algo, fica sem sua refeição (“No soup for you!!!”):

(George e Elaine estão na fila da loja de sopas. É a primeira vez de Elaine.)
George: Shh! Preciso me concentrar. Estou entrando no “modo de sopa” [soup mode]
Elaine: Ai, meu Deus!
(A fila anda. Chega a vez de George.)
George: Boa tarde. Uma sopa grande de caranguejo para viagem. Pão. Lindo.
Nazista da Sopa:Você está abusando da sorte, homenzinho…
George: Desculpe. Obrigado. (Recebe a sopa e sai.)
Elaine: Oi pra você. Hum, uh… (Tamborila no tampo da linha de serviço.) Oh! Oh! Oh! uma sopa mulligatawny [segundo o Kramer, uma sopa indiana feita com maestria pelo Nazista] e… uma… De que é essa aí? Feijão?
Nazista da Sopa (já sem paciência): Sim.
Elaine: Nunca gostei muito… (Tosse sobre o balcão.) Uhm… (Encara o Nazista.) Sabe de uma coisa? Alguém já lhe disse que você é a cara do Al Pacino? Sabe, o de “Perfume de Mulher”.
Nazista da Sopa: Muito bom. Muito bom.
Elaine: Bem, eu…
Nazista da Sopa: Sabe de uma coisa?
Elaine: Hmmm?
Nazista da Sopa: Nada de sopa pra você!
Elaine: O quê?!
Nazista da Sopa: Volte no ano que vem! O próximo!

Curiosidade: a cena é baseada num restaurante de sopas real, que tem um dono tão nazista quanto o Nazista.

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