Quem é você em Sex and the City?

Quem é você em Sex and the City? Acabei de ver no Chá de Hortelã: Quem é você em Sex and the City? Teste rápido, 15 questões. Perfeito para preparar o espírito para um dos filmes mais aguardados dos últimos tempos (por mim, pelo menos). Sim, Sex and the City[bb] estréia hoje nos cinemas brasileiros e mal posso esperar por uma brecha na agenda que me permita conferir as novas aventuras do mais famoso quarteto de Nova Iorque.

Meu resultado? Miranda Hobbes, claro.

Honestidade e competência são os adjetivos que melhor definem sua forte personalidade. Como Miranda, personagem vivida por Cynthia Nixon no seriado, você acredita em seu trabalho e o executa com grande prazer. Miranda sempre se sente dividida entre a profissional e a pessoa que se diverte e ama, isso pode ser comum na sua vida. Feminista por natureza, você defende seus direitos e de seus amigos com garras, principalmente se forem mulheres. Pode ser um grande desafio para você se permitir ser amada por um homem. Aprender a simplesmente “deixar para lá” certos conceitos podem parecer ferir seu orgulho, mas na verdade são apenas concessões normais para se relacionar com alguém.

Digamos que 90% da descrição batem com esta que vos escreve. E o mais legal é que nem titubeei ao dar as respostas.

Apenas Uma Vez

Ficha Técnica

  • Título original: Once
  • País de origem: Irlanda
  • Ano: 2006
  • Gênero: Musical
  • Duração: 85 minutos
  • Direção: John Carney
  • Roteiro: John Carney
  • Elenco: Glen Hansard, Markéta Inglová, Hugh Walsh, Geoff Minogue, Bill Hodnett, Danuse Ktrestova, Mal Whyte, Niall Cleary, Gerard Hendrick, Alastair Foley.
  • Sinopse: Dublin, Irlanda. Um músico de rua (Glen Hansard) irlandês encontra, por acaso, uma jovem mãe (Markéta Inglová) tcheca, vendedora ambulante, nascendo um forte relacionamento entre eles.

Comentários

Apenas Uma Vez Embora Apenas Uma Vez seja “oficialmente” classificado como um drama, vá à sessão (ou alugue o dvd) sabendo que verá um musical. Sim, é bom avisar logo – há gente que simplemente odeia o gênero. Eu gosto muito, e Apenas Uma Vez ajuda mesmo os não-apreciadores por ser daqueles musicais mais realistas – a história se desenvolve em torno da e graças à música, mas os protagonistas não “conversam cantando”, como sói acontecer.

As canções são pop e muito bonitas – tanto assim que levou o Oscar 2008 de Melhor Canção Original por Falling Slowly (composta pelo casal protagonista). Nenhuma surpresa. O que realmente me surpreende é que Apenas Uma Vez tenha ganhado o prêmio do público de melhor filme dramático no Festival de Sundance. Once é um bom filme, sim, mas não tem nada de original, não é nenhuma Pequena Miss Sunshine. Será que não havia nenhum filme independente mais interessante este ano? Ou o charme é filmar com uma câmera de mão e pronto, o prêmio está no papo? Deixe-me explicar minha bronca, antes que venham as pedras. Apenas Uma Vez é legal, mas se resume a uma colagem de alguns excelentes filmes: Rent[bb] (a boemia, as dificuldades financeiras), Letra e Música[bb] (o par romântico se junta graças à música e estabelece uma parceria em torno dela) e Antes do Amanhecer[bb] (o encontro inesperado e o forte laço criado rapidamente). Por melhor que a colagem fique, a pergunta que não quer calar é: para que fazer um filme que apenas repete outros?

As belas vozes do casal Glen Hansard e Markéta Inglová são, realmente, o melhor do filme. Os dois estão em perfeita sintonia e é um prazer ouvi-los cantar. Diga-se de passagem que é uma pena não haver mais espaço para Markéta – a voz da moça é belíssima, redonda, cheia, tocante. O solo ao piano, já próximo do fim do filme, é a cena mais emocionante.

Cotação: 3 estrelas

Curiosidades

O protagonista Glen Hansard é cantor, violonista e compositor. Integra a banda The Frames e lançou seu primeiro álbum, The Swell Season, em 2006, projeto no qual a multi-instrumentista, compositora e cantora Markéta Inglová também participou.

Glen e Markéta começaram a namorar durante as filmagens de Once que, aliás, duraram apenas 17 dias.

Serviço

Outros filmes citados:

Ironia

Veja só como são as coisas: deixei alguns artigos pré-agendados para serem publicados durante minha viagem, para que o Dia de Folga não ficasse às moscas. A viagem já acabou, os textos agendados também… e não consigo atualizar o DF – ao menos, não do modo como gostaria.

O caso é que meu computador decidiu prolongar as férias dele por conta própria, pifando de uma forma absurda e preocupante. Até conseguir uma solução – e, com um pouco de sorte, os GB de dados que estão presos lá – vou me virando como for possível.

Ah, sobre o Oscar. Pois é, ganhou Onde os Fracos Não Têm Vez. O filme tem pontos fortes e grandes qualidades, é verdade. Algumas das estatuetas foram merecidas. A de melhor filme, no entanto, continuo achando um exagero. Mas essa é a graça do Oscar: ver os indicados, assistir à cerimônia morrendo de sono e tédio, discordar dos premiados e esperar pela festa do ano que vem.

Pensando bem… é, dá pra entender por que tanta gente não vê graça no Oscar.

Serviço

Onde os Fracos Não Têm Vez

Ficha Técnica

  • Título original: No Country for Old Men
  • País de origem: EUA
  • Ano: 2007
  • Gênero: Suspense
  • Duração: 122 minutos
  • Direção: Ethan Coen e Joel Coen
  • Roteiro: Ethan Coen e Joel Coen, baseado em livro de Cormac McCarthy[bb].
  • Elenco: Tommy Lee Jones, Javier Bardem, Josh Brolin, Woody Harrelson, Kelly Macdonald.
  • Sinopse: um caçador (Josh Brolin) pega uma valise cheia de dinheiro após encontrá-la com um traficante de drogas abandonado no deserto. Um assassino psicótico (Javier Bardem) parte em seu encalço e, por sua vez, é seguido pelo xerife local (Tommy Lee Jones).

Comentários

Onde os Fracos Não Têm Vez Sou a primeira a defender que filmes não precisam e não devem ser mastigadinhos e que pontos de interrogação tornam os roteiros mais interessantes, mas Onde os Fracos Não Têm Vez[bb] exagera. Você sai do cinema com a nítida sensação de que pegou o bonde andando, sentou na janelinha e foi jogado pra fora antes do ponto.

Pegar o bonde andando não foi nada, já que é fácil acompanhar o trajeto. Ruim mesmo foi, depois de 2 horas, olhar para a telona com cara de “acabou mesmo?”, como o restante do cinema. Embora a cena final não tivesse nada de engraçada, o corte foi tão abrupto que uma parte da platéia soltou risadinhas nervosas.

Inegavelmente, o filme é muito bem realizado. As locações, as interpretações e os diálogos passam perfeitamente o clima de tensão, perseguição e luta pela sobrevivência. A direção dos irmãos Coen é excelente. O encadeamento de cenas é ótimo e os diálogos enriquecem o filme. Mesmo assim, falta alguma coisa – algo como uns 20 minutos a mais.

Motociclistas (não confunda com motoqueiros ou motoboys) costumam dizer que o importante, numa viagem, não é a chegada, mas o trajeto. Onde os Fracos Não Têm Vez apóia-se nessa premissa, acreditando que o fundamental é a caçada. Só que quando você vai ao cinema, naturalmente espera um desfecho para 2 horas de projeção. Mesmo que seja um desfecho aberto (por contraditório que seja), daqueles que oferecem múltiplas interpretações e tornam o filme mais interessante justamente por isso. Onde os Fracos Não Têm Vez não se dá nem a esse trabalho – está mais para Você Decide que para Vanilla Sky[bb].

Onde os Fracos Não Tem Vez é o recordista de indicações ao Oscar 2008: concorre às estatuetas de melhor filme, melhor direção, melhor ator coadjuvante (Javier Bardem), melhor roteiro adaptado, melhor fotografia, melhor som, melhor edição de som e melhor edição. A fotografia e o som, realmente, são excelentes. A interpretação de Javier Bardem é impecável, muito superior ao que mostrou no recente O Amor nos Tempos do Cólera. Diga-se de passagem, aliás, que Tommy Lee Jones e Josh Brolin também estão excepcionais, completando magnificamente o trio que se reveza nos papéis de caça e caçador.

Agora, melhor filme de 2008? Vamos lá, Academia: não queira ser mais realista que o rei ou, em termos cinéfilos, mais cult que os cults.

P.S.: este texto foi agendado. Você, que está lendo agora, já assistiu ao Oscar e sabe se Onde os Fracos Não Têm Vez levou ou não. Aproveite e conte o que achou da premiação.

Cotação: 3 estrelas

Serviço