Durante meses, foi o suspense: “e aí, o BlogCamp SP, sai ou não sai?”. Bom, a resposta veio na madrugada de ontem, com o anúncio no blog oficial e a abertura das inscrições.
Só que, literalmente, não deu pra quem quis.
As inscrições foram abertas com 200 vagas. Em menos de 12 horas, já eram 270 inscritos. O local do evento não é grande. Simplesmente não dá pra colocar mais gente.
E eu que achava que, com o anúncio tão em cima da hora, não haveria audiência… ledo engano.
Bem, eu vou – na verdade, já estarei em Sampa, para o LuluzinhaCamp.
Faz quase um ano desde o primeiro BlogCamp, também em São Paulo. Daquela vez, fui sem saber direito o que esperar. Iria conhecer blogueiros cujos textos lia há anos, gente que, de uma forma ou de outra, havia me influenciado a blogar, depois a continuar blogando. Gente com quem eu havia aprendido muito. Como eles seriam na “vida real”? Como eu, uma ilustre desconhecida, entraria nesse ambiente?
Vou contar uma coisa que ninguém acredita: eu tenho medo de gente. Bom, segundo as tradições familiares, eu tenho medo mesmo é de criança, mas gente em geral me assusta o suficiente.
Não, não sou tímida. Falo pelos cotovelos, muito mais do que deveria. Um dos meus programas favoritos é sair em turma para jogar conversa fora. Meu problema é o contato inicial – particularmente, o contato inicial com uma multidão (e aqui, entenda, mais de quatro pessoas já é multidão pra mim). Muita gente desconhecida me deixa confusa, ansiosa e sempre com aquela sensação “ai caramba, amanhã não vou me lembrar de ninguém” – porque, pra completar o pacote, sou péssima fisionomista.
Vai daí que cheguei ao BlogCamp tão calada quando conseguia e xingando-me até a décima geração por estar com cabelos vermelhos tão chamativos.
Esse medo todo durou, digamos, até o fim do primeiro dia (não, não melhorou na hora do almoço – eu nem me lembro da hora do almoço do primeiro dia, pra ser franca). O pós-BlogCamp, com boteco e esticada ao Fran’s Café até o amanhecer do dia, quebrou o gelo. Dali em diante, foi descontração pura, bate-papo (do almoço do segundo dia eu me lembro!) e o início de uma nova fase, pra mim, no mundo bloguístico.
Em um ano, voltei a São Paulo outras duas vezes para assuntos relacionados a blogs, fui a mais dois BlogCamps (em Minas Gerais e no Espírito Santo), conheci gente bacana, reforcei laços com as gentes bacanas que encontrei no primeiro evento, participei de projetos… O Dia de Folga amadureceu (mas ainda falta muito) e, sem dúvida, eu amadureci (embora sempre falte muito).
E a parte mais importante disso tudo: fiz grandes amizades.
Sabe, essa é a razão de irritar tanto quando alguém fala que “a blogosfera é uma panelinha”. Se isso aqui pode ser comparado a um utensílio de cozinha, então é um grande caldeirão, em que tudo se mistura e sempre cabe mais um. Eu que o diga.
O que espero do BlogCamp São Paulo 2008? Várias coisas. Rever amigos, claro. Aprender. Colaborar. Divertir-me. Para mim, será o encerramento de mais um ciclo bloguístico e, conseqüentemente, o início de outro. Nem faço idéia do que os próximos 12 meses reservam – e essa é a graça da coisa.