A Nota é Legal. Já as empresas…

Para ir direto à lista dos estabelecimentos que lançam a nota legal, clique aqui.

 

Desde 2008, temos no Distrito Federal a Nota Legal. O esquema é parecido com o de São Paulo (mas mais atrasado e trabalhoso): você solicita o cupom fiscal (ou a nota fiscal) ao vendedor, informa seu CPF e depois de alguns (muitos) meses o governo devolve na sua conta uma pequena (mesmo!) porcentagem do valor da compra, a título de retribuição por você ter bancado o fiscal tributária. Essa porcentagem é calculada em cima do ICMS recolhido pelo vendedor e varia segundo o tipo do estabelecimento. Você vai acumulando os créditos e, no ano seguinte, consegue desconto no IPTU ou no IPVA, à sua escolha.

Nota Legal

Não é nada, não é nada, este ano consegui cerca de 250 reais de desconto no IPVA, mesmo tendo pedido o lançamento do meu CPF no comprovante poucas vezes. Vai daí que este ano comecei a pedir quase sempre (às vezes me esqueço e não é sempre que o funcionário do estabelecimento oferece) e, além disso, passei a conferir no site do programa se a empresa fez o lançamento. Sim, porque você tem que pedir o cupom fiscal (no seu CPF) e a empresa tem que lançá-lo. E aí começa a “esperteza”: muitas empresas não fazem o lançamento do que venderam. Como muitos consumidores (a maioria deles) não reclamam, elas podem continuar sonegar o ICMS sem problemas (não estou dizendo que soneguem; mas o fato é que podem sonegar, já que ninguém reclama). E você, consumidor, fica sem o seu crédito no ano seguinte.

No site da Nota Legal, você pode registrar uma reclamação para cada compra não informada pelo lojista. Para isso, deve guardar o cupom fiscal e respeitar o prazo (a empresa tem 30 dias pra informar a compra; depois desse prazo, você tem 30 dias para informar o que a empresa não tiver lançado). Em alguns casos, essa sua reclamação é suficiente: a empresa apresenta o cupom fiscal que estava faltando e você recebe seus reaizinhos de desconto.

Só que, na maioria dos casos, a empres continua a não apresentar o cupom. Aí, você recebe um email da Secretaria de Fazenda do DF com um arquivo .pdf que traz os detalhes da sua reclamação e um prazo a ser observado. Dentro desse prazo, você deve se dirigir a uma Agência de Atendimento da Receita (os postos Na Hora não valem) com essa folha impressa + o cupom fiscal original + uma cópia desse mesmo cupom; você entrega essa papelada toda e aguarda a verificação da Receita, que manda outro email quando a reclamação for concluída.

Sim, é tudo muito chato. Sim, você tem que guardar os cupons fiscais por um longo tempo – agora, em novembro, a Receita ainda está cobrando os de junho. Os de abril pra trás, eu já tinha jogado fora. Se serve de consolo, o atendimento na agência é muito rápido (mas a da 513 Norte, onde vou, só abre meio-dia e meia – não sei as outras). Seria muito mais fácil se, como em São Paulo, pudéssemos enviar o cupom fiscal digitalizado por email. Quem sabe um dia?

Também seria muito mais fácil se as lojas obrigadas a participar do programa – desde dezembro de 2011, parece que todas são obrigadas – simplesmente cumprissem sua obrigação e apresentassem as benditas notas e cupons fiscais à Receita.

O que tenho feito é dar preferência aos lojistas que já sei que sempre cumprem todos os passos, sempre que possível. (Outra dica é consolidar as compras em um período curto do mês: assim você garante menos viagens à agência de atendimento.)

Para facilitar a minha vida, e porque isso pode ser útil pra você também, criei uma relação com os três tipos de estabelecimentos:

  • os que lançam os cupons fiscais sem que nenhuma ação da minha parte seja necessária;
  • os que o fazem apenas depois que registro a reclamação no site da Nota Legal;
  • os que só apresentam os cupons depois que vou à agência de atendimento.

Claro que essas informações estão baseadas na minha experiência de compra. Não posso afirmar que todas as filiais de uma rede tenham o mesmo comportamento (aliás, já percebi diferenças entre filiais), nem que todo consumidor terá o mesmo tratamento. (Posso, obviamente, comprovar tudo que eu estou falando em relação às minhas compras, já que o site da Receita mantém um registro exato de cada passo.)

Fato é que, se todos os consumidores reclamassem seus direitos, sejam de que natureza forem, as empresas agiriam de forma mais bacana. Não valeria tanto a pena burlar as regras.

Vale dizer que cabe um agradecimento especial à Carol Fraga, que foi a responsável por me colocar nessa rotina de conferência de cupons fiscais. 😉

Então, é isso. A página será atualizada uma vez por mês. Fique de olho!

(Ah, e não, não estou preocupada que o governo rastreie meus hábitos de consumo. Não tenho nada a esconder, não gasto mais do que ganho, não levo um padrão de vida incompatível com meu salário etc. etc. etc.)

Imagem: DAJ, royalty-free.

As melhores trilhas sonoras de séries

Já ouvi gente (que alegadamente “entende de cinema”) dizer que trilha sonora boa é aquela que passa despercebida. Suponho que essas pessoas são as mesmas que odeiam musicais.

Uma boa trilha sonora não é necessariamente a que passa despercebida (embora isso possa fazer sentido em filmes de ação, por exemplo), mas a que compõe com o filme, com o enredo, com o cenário. Uma trilha sonora realmente bem feita ajuda a contar a história. Em alguns casos, torna-se até um personagem da própria história.

Embora desde sempre eu repare em trilhas de filmes, só mais recentemente comecei a me ligar em trilhas de seriados – e meu, algumas são absolutamente maravilhosas. Estava pensando em fazer uma lista das melhores trilhas de séries, mas alguém já fez antes, e muito bem: As 10 melhores séries por suas trilhas sonoras. Eu acrescentaria, ou melhor, faria uma menção honrosa a E.R. (Plantão Médico), que fez um excelente uso de Chasing Cars numa das últimas temporadas e que narrou a morte do querido Dr. Greene, na oitava temporada, numa sequência que me emociona até hoje.

Se eu tivesse que fazer um Top 3, as melhores trilhas sonoras de seriados seriam:

3. The O.C.: muito rock, muito pop e músicas que marcaram cenas decisivas, como a morte de MarissaOriginalmente, nem considero Hallelujah uma música tão triste, mas depois desse episódio… bem, ela entraria facilmente num Top 5 de músicas mais melancólicas da história.

2. House: you can’t always get what you want deixou de ser “apenas” um trecho de letra para tornar-se uma das frases marcantes do personagem-título. As boas escolhas começaram na música de abertura e não pararam mais. É a série com trilha mais eclética, indo do clássico ao techno, com direito a solos de piano do multi-instrumentista Hugh Laurie.

Supernatural - Sexta Temporada

1. Supernatural: minha trilha favorita no momento. Os irmãos Winchester percorrem infindáveis quilômetros na caçada a monstros e demônios, e é claro que música é fundamental na estrada. Dean Winchester dá o tom – quem manda no som do seu Impala é ele, claro – e o rock impera. Carry On My Wayward Son é umas das mais perfeitas escolhas de todos os tempos em termos de trilha sonora.

Você costuma reparar nas trilhas sonoras dos seriados que acompanha? Quais as suas favoritas?

Um Ano Sem Comprar – Setembro

Setembro foi um mês de poucas compras, mas confesso que tive de resistir bastante. Foi o primeiro mês realmente difícil nesse quesito.

Para a casa, foi a vez de comprar outra leva de ganchos removíveis para quadros. Comecei a compra em agosto e, com o que adquiri em setembro, completei-a, ou quase. Talvez faltem dois ganchos. É que não sei se vou emoldurar todos os pôsteres que tenho e não quis comprar ganchos a mais correndo o risco de não usá-los. Se precisar mesmo, é só comprar quando chegar o momento.Prato da linha Parma.

Outra aquisição para a casa foram… pratos. Não que eu não tivesse… acontece que a maior parte dos meus pratos é descasada. Comprei alguns porque são fotogênicos (o que ajuda bastante na hora de fotografar minhas receitas), outros pela praticidade (nada como um bom e velho duralex na hora de esquentar alguma coisa no microondas). Um jogo de jantar estava na minha lista de compras para 2013, que já mencionei por aqui.

Só que achei, na Etna, pratos que casavam exatamente com os dois rasos e os dois de sobremesa que eu já tinha. São brancos, bem clássicos (a linha se chama Parma). Os rasos estavam em promoção por um preço bem mais amigável do que paguei há quatro ou cinco anos, quando comprei os primeiros. Os de sobremesa estavam num preço normal, bom mesmo assim. Vai daí que comprei dois de cada e risquei da minha lista o tal jogo de jantar. Porque, afinal, esses pratos são elegantes, minimalistas (adoro o fato de serem fininhos, ocupam pouco espaço quando empilhados) e fáceis de repor – o que é sempre uma complicação no caso dos jogos decorados nos quais estava de olho. (Saí da Etna também com um fouet de silicone, que já estava há um tempo na minha lista de compras.)

Dias depois, num supermercado, coincidentemente achei os pratos fundos da mesma linha. Nem sabia que existiam, nunca tinha visto… e o preço estava fan-tás-ti-co. Compre seis. Futuramente, vou comprar mais dois pratos rasos e dois de sobremesa também. Quem diria… um jogo de jantar prático e bonito para seis pessoas por menos do que eu gastaria num jogo para quatro, que ainda por cima viria com peças inúteis (todos parecem incluir xícaras e pires atualmente, e eu sou do time das canecas).

No fim das contas, os pratos fundos – que eu nem conhecia – são os que mais uso, já que são perfeitos para massas e risotos, duas das comidas mais frequentes aqui em casa.

No quesito “compras pessoais”… bem, burlei ligeiramente o Ano Sem Comprar – mas tenho uma ótima justificativa.

Sabendo que minha sapatilha preta estava arruinada, o Sr. Monte me presenteou com uma linda, linda. Só que a bendita machucava meus pés, pra variar. Meus pés são um saco, é sempre uma luta encontrar um sapato que não machuque em ponto nenhum. Bem, fui à loja trocar e, tchan-rã!, havia váááários sapatos lindos em liquidação. Com o valor da sapatilha original, dava pra comprar quase dois pares em promoção! Quase… e aí entra a pequena burla. Completei a troca com R$27,18. Ou, como disse a Sra. Monte, ganhei três pés de sapato e comprei o que faltava.

A causa foi nobre. Afinal, eu não ia deixar troco pra loja. Os sapatos (duas sapatilhas, na verdade) são lindos e confortáveis. Um deles é preto, substituindo o par que foi pro lixo. O outro, com detalhes em roxo, combina com mais da metade do meu guarda-roupa.

Presentes de Setembro Presentes de Setembro

Eu disse lá no começo que setembro foi o mês mais difícil do Ano Sem Comprar, né?

Acontece que eu tinha duas gatas de estimação. Uma morreu em novembro do ano passado, de leucemia viral felina. A outra também era portadora. Ficou gravemente doente em junho. Recuperou-se. No fim de agosto, piorou novamente. No dia 2 de setembro, morreu.

A coisa não foi nada fácil. Aliás, não está nada fácil.

Depois disso, foi bem comum ter o desejo, praticamente a necessidade de comprar alguma coisa – isso não tinha acontecido durante o ano todo. Talvez eu nem tivesse comprado os pratos, pra dizer a verdade, se não fosse por essas circunstâncias. Ver canais de compras e lojas online era uma forma de eu me distrair… de pensar em outra coisa. E ficou nítido, pra mim, que compras são uma baita válvula de escape. Sim, muita gente diz isso, mas eu nunca tinha visto a coisa dessa forma no meu caso – mas também nunca tinha me imposto um tempo tão longo sem comprar, e nunca tinha passado por situações tão difíceis durante um tempo sem compras.

Não comprei nada além do que descrevi aqui, o que foi ótimo. As chances de fazer uma compra inútil eram enormes. Eu traria para casa um objeto não por realmente precisar dele, mas para ter alguma coisa, fazer alguma coisa diferente, e preencher um vazio que não pode ser preenchido.

O desejo de gastar dinheiro em inutilidades ainda perdura. Não ficou lá em setembro, não. A essa altura do campeonato, estou grata por estar num Ano Sem Compras, porque, de outra forma, eu não me conteria.

Leia os outros relatos mensais no fim do texto de abertura deste projeto: Um Ano Sem Comprar – Um Ano Sabático.