A Saga

Então. Hora das explicações sobre a bagunça aqui no Dia de Folga.

Antes de mais nada, peço desculpas pelo transtorno. É uma chatice entrar num blog e deparar-se, dia após dia, com uma página de erro. Se fosse comigo, eu não voltaria mais ao site – mas ainda bem que você não é tão radical assim e deu mais uma chance. Obrigada!

O perrengue começou quando decidi mudar o blog para um servidor linux. Já vinha pensando em abandonar o meu serviço de hospedagem, a Delix Hosting (sem link de propósito) há alguns meses. Incomodava-me a precariedade do suporte e o acesso eventualmente lento. Não sei quantas vezes mandei email reclamando: “O site está demorando a carregar” e recebi a resposta, oito horas depois: “Aqui está normal”. Claro, depois de horas o acesso realmente tinha sido normalizado.

O pouco caso, aliado à falta de recursos do servidor windows, estavam enchendo a paciência. Por comodismo, porém, ia ficando. Havia, também, o medo de mudar de servidor e perder todo o banco de dados do WordPress, sabe-se lá.

Depois de tempos indecisa, resolvi fazer uma mudança parcial: transferir o blog para o servidor linux da Delix. Imaginei que seria algo tranqüilíssimo.

Pedi informações sobre a mudança na segunda-feira, dia 05.02. Enviaram-me o boleto de quinze reais pelo serviço. Sei lá por quê, não bastou a confirmação bancária do pagamento, que mês a mês tinha sido suficiente: desta vez, tive que enviar a imagem do recibo. Tudo bem. Terça-feira, enviei o recibo e pedi que me avisassem quando fizessem a mudança.

Quarta-feira, site fora do ar. No email em resposta à minha reclamação, disseram-me que estariam enviando meus novos dados em breve (login, host e senha, necessários para que o WordPress se comunique com o banco de dados e exiba o blog) e pediram que aguardasse.

Quinta-feira, nada dos tais dados, ainda.

Qual é a dificuldade em mandar um email com as novas informações, uma vez que a transferência já foi feita? E a resposta padrão tornou-se “Aguarde”.

Aguardei até que a boa vontade de suas excelências permitisse o envio dos novos dados, na sexta-feira, depois do meio-dia. Três dias de blog fora do ar, por pura negligência da Delix. E aquela bendita mensagem de erro do WordPress, incompreensível e absolutamente inútil para os leitores do blog.

“Tudo bem, agora vai dar certo”.

Deu nada.

O banco de dados não estava lá.

Pelamordedeus, se pedi a transferência do site, se paguei por ela, o que leva suas ilustríssimas idiotices a pensarem que o banco de dados podia ficar pra trás?!

Custava ter feito a migração? Custava?!

“Ok, tenho backup. É só restaurar.”

Foi nada.

Sei lá por que cargas d’água, todos os caracteres acentuados foram substituídos por irritantes losangos. Feio, horrível

Ca-la-ro que achei que a culpa era minha.

Fiz de novo.

Nada.

Recorri ao Mestre para encontrar uma solução para os caracteres acentuados corrompidos. Achei várias, testei todas, não consegui nada.

Bom, quem tá no inferno abraça o capeta, como diria uma amiga. Apaguei todos os arquivos do site (siiiiiiim, eles foram transferidos – só o banco de dados, o mais importante é que não foi migrado), comecei do zero, aproveitei para instalar o WordPress 2.1.

E nada de acentos.

Ah, sim: a conexão estava tão lenta, mas tããããão lenta, que o blog não carregava nem com reza brava. Sem plugins, template padrão, conexão de banda larga, e o bicho passava horas para carregar só metade. Tanto com WP 2.0.x, quando com o 2.1.

Obviamente, vários emails foram trocados com a Delix. Obviamente, nenhum deles deu em nada. Trocaram minha senha mais algumas vezes (e aí, nem lento nem errado – simplesmente o blog saía do ar), começaram a me chamar de Luciane (p&#*ra, custa usar o nome do email?!) e, cereja do sorvete, disseram que a culpa da lentidão era minha. Sim, claro, havia algo errado com meu código, com meus scripts, com meu sei-lá-o-quê.

Era só o que me faltava, ou não era?

“Existem 7 conexões do seu site ao banco de dados, é demais!”; “Existem 15 conexões, assim não dá!”. E o quico, me diz?! Se virem, consertem, resolvam, vocês são pagos para isso! Não me venham com números e jargão pseudo-técnico – solucionem!

“Analize (sic) o código para que seu site não trave novamente 15 conexões ao banco de dados”. Azeite, meu filho. A conexão é sua, o problema é seu. O código está ótimo, obrigada.

Tá, é bom explicar que eu não estava respondendo assim, grosseiramente. Segurava meu ímpeto na hora de escrever os emails. Sou uma lady, afinal.

Nesse meio tempo, corri para os braços da Reticencias.Net, serviço de hospedagem sempre bem recomendado pelo Neto Cury. Tremendamente gentis. Entrei em contato no domingo de manhã; domingo à tarde, já tinha migrado o domínio pra lá. Tudo rápido, indolor, sem stress. E lasque-se a Delix.

O pessoal da Reticencias.Net topou fazer a restauração do banco de dados para mim, embora nem fizesse parte do trabalho deles. A velocidade de conexão tornou-se maravilha das maravilhas – nunca foi tão alta. O problema dos caracteres acentuados, porém, persistia.

Eles corriam de um lado, eu corria de outro. Ao longo de três dias, trocamos diversos emails, tentando resolver a questão. A culpa, claro, era da Delix: por alguma razão, o banco de dados deles gerou o backup numa codificação esquisita. Nem por isso a Reticencias.Net esquivou-se de trabalhar duro para solucionar o problema.

Quarta-feira, dia 14.02, a paz voltou a reinar no Dia de Folga. Os caras descobriram o problema, os acentos voltaram e o sol tornou a brilhar.

Depois desse barraco todo, a Lou, do Fina Flor do Brega, contou-me que a picaretagem faz parte do procedimento padrão da Delix. A cara-de-pau, também. E, claro, a incompetência e a descortesia.

Enfim. Tudo isso, pra dar uma satisfação a você, e para desabafar também, porque ninguém é de ferro.

No fim das contas, comprovou-se a velha máxima: “Está funcionando? Então, não mexa.”

Mas, se mexer, faça o serviço completo. Livre-se da incompetência e procure um serviço de hospedagem decente.

Inferno astral fora de época

Essa é a única forma de descrever as duas últimas semanas: uma bagunça completa, mudanças traumáticas, tudo isso atingindo minha “vida virtual”, mas não se limitando a ela.

Como se não bastasse, estou sem internet em casa desde ontem e o provedor informou que o conserto está agendado para amanhã. Só porque tenho dezenas de coisas para implementar no blog.

E, falando no blog, quem passou por aqui nos últimos dias deparou-se com páginas de erro, acentuação inexistente, layout padrão do WP e, por fim, total reformulação. Devo uma satisfação, e já vou dá-la.

Um monte de coisas para comentar, feriado chegando e viagem agendada. Assim, terei que postergar artigos por mais alguns dias, mas aguarde: depois do Carnaval, força total.

De resto, torço para que o universo se lembre desse caos antecipado e poupe-me do inferno astral quando chegar a hora.

Mais Estranho que a Ficção

Ficha Técnica

Stranger than Fiction. EUA, 2006. Comédia. 113 minutos. Direção: Marc Forster. Com Will Ferrell, Tony Hale, Maggie Gyllenhaal, Emma Thompson, Queen Latifah, Dustin Hoffman.

Certa manhã, Harold Crick (Will Ferrell), um funcionário da Receita Federal, passa a ouvir seus pensamentos como se fossem narrados por uma voz feminina (de Emma Thompson). A voz narra não apenas suas idéias, mas também seus sentimentos e atos com grande precisão. Apenas Harold consegue ouvir esta voz, o que o faz ficar agoniado. Esta sensação aumenta ainda mais quando descobre pela voz que está prestes a morrer, o que o faz desesperadamente tentar descobrir quem está falando em sua cabeça e como impedir sua própria morte.

Mais informações: Adoro Cinema.

Comentários

2,5 estrelas

Filme do mesmo diretor de Em Busca da Terra do Nunca, excelente produção de 2004. Infelizmente, Mais Estranho que a Ficção não manteve a excelência, apesar de seu elenco de estrelas. Emma Thompson – sem maquiagem e perfeita no papel de escritora atormentada – e Dustin Hoffman – um tanto sub-aproveitado – não são suficientes para conferir dinamismo a um roteiro pretensioso, que não entrega o que promete.

A idéia que impulsiona a história – a discussão sobre o ato de escrever um romance, numa espécie de metalinguagem – sequer é original. Tema semelhante (especificamente, o processo de escrever um roteiro para cinema) foi explorado em Adaptação, do fantástico Charlie Kaufman. Mais Estranho que a Ficção também incorpora um pouco de O Show de Truman (sensação de perda do controle sobre a própria vida) e de Quero ser John Malkovich (tem gente na minha cabeça!),outro filme imperdível de Kaufman. Não é à toa que, como me disse um amigo, tem gente definindo o filme como “um Kaufman para quem não entende Kaufman”.

Só que é simples assim: se você quer ver surrealismo com tensão bem colocada e generosas doses de humor negro – drama e comédia ao mesmo tempo e na medida certa -, não aceite imitações: só Kaufman é original.

Em Mais Estranho que a Ficção, falta, além de criatividade, ritmo. O filme é tão irremediavelmente lento que nem mesmo a vivaz personagem de Maggie Gyllenhaal consegue animá-lo, embora a ela sejam devidos bons momentos poéticos.

A história ainda poderia ser salva por um desfecho incomum, mas nem no último momento o filme se recupera. O espectador é levado a ansiar pelo final perfeito, apenas para ver-se frustrado.

Um dos diálogos finais vem sob medida para definir o filme:

– It’s ok.
– But not great?
– No; it’s ok.

Esse trecho, dito no contexto do filme e referindo-se ao seu elemento principal, ao lado da cena em que Harold afirma ter gostado especialmente de uma determinada parte da história – que é, de fato, uma das melhores -, são as grandes piadas do filme sobre si próprio. Essa brincadeira seria interessante, se fosse honesta. Não é o caso aqui. Mais Estranho que a Ficção, longe de ser um roteiro que confortavelmente ri de si mesmo, propõe-se a ser uma história cult, “cabeça”, inteligente. Se não tivesse tantas aspirações, seria divertido. Como as tem, é apenas medíocre.

O que são feeds?

Já falei sobre feeds aqui no blog, mas no contexto específico da discussão acerca de feeds completos ou resumidos. Na ocasião, morri de preguiça de explicar o que é feed para os leitores que nunca ouviram falar do assunto.

Essa semana, deixei a preguiça de lado e fiz um texto cuja intenção é mostrar as vantagens do uso dos feeds para a sua vida cotidiana. O artigo não vai entrar na cronologia do blog; é uma página estática e o acesso rápido dá-se pela barra lateral, na seção Dicas e Informações.

Leia o artigo e comece a usar essa facilidade – garanto que não se arrependerá!