Ficha Técnica
- Título original: Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull
- País de origem: EUA
- Ano: 2008
- Gênero: Aventura
- Duração: 124 minutos
- Direção: Steven Spielberg
- Roteiro: David Koepp, baseado em estória de George Lucas e Jeff Nathanson e nos personagens criados por George Lucas e Philip Kaufman.
- Elenco: Harrison Ford, Shia LaBeouf, Cate Blanchett, Karen Allen, John Hurt, Ray Winstone e Jim Broadbent.
- Sinopse: em 1957, Indiana Jones está à beira de ser demitido da Universidade Marshall, devido a ações que despertaram suspeitas no governo. O arqueólogo conhece Mutt Williams (Shia LaBeouf), um jovem que pede sua ajuda numa missão que pode resultar no encontro da Caveira de Cristal de Akator – que também está sendo procurada por agentes soviéticos, liderados por Irina Spalko (Cate Blanchett).
Comentários
A saga de Indiana Jones foi o fantástico resultado da parceria entre George Lucas (cujo único feito notável é Guerra nas Estrelas – mas não dá pra dizer que isso é pouco) e Steven Spielberg, um dos maiores cineastas de todos os tempos, responsável por Tubarão, Contatos Imediatos de Terceiro Grau e outros clássicos inesquecíveis (sem mencionar seus filmes “sérios”). A série virou definição de filme de aventura – por mais que boas produções do gênero tenham surgido desde então, Indiana Jones é referência e, para muitos, o melhor dos melhores, capo di tutti capi.
A trilogia do mais famoso arqueólogo contraria o senso comum que dita que seqüências são sempre piores que o original. Indiana Jones melhorou a cada filme e O Reino da Caveira de Cristal continua o movimento “para o alto e avante”. Sim, o quarto filme é, na minha opinião, o melhor deles.
Indiana Jones 4 (apelido inevitável diante de um título gigante) é daqueles poucos filmes em que cada elemento do cinema está em seu auge. Se fosse uma escola de samba, ganharia 10 em todos os quesitos. Do roteiro às interpretações, passando pela fotografia (alguém diria que o diretor de fotografia não é o mesmo que dirigiu os outros filmes?), tudo foi pensado para proporcionar as 2 melhores horas de cinema em muito tempo. Some-se a isso o fato de ter sido meu primeiro Indiana Jones no cinema e dá pra entender porque o considero o melhor da série.
Meus olhos brilharam aos primeiros acordes do clássico tema de John Williams, logo no início da sessão. A música entra suavemente, você vê o chapéu inconfundível e, logo em seguida… Indiana, o bom e velho (sim!) Indy, interpretado como nunca por Harrison Ford. Meus olhos continuaram brilhando até os créditos finais. Poucas vezes ir ao cinema foi tão gratificante.
Um dos méritos do filme é que ele não entretém apenas os fãs. Quem adora a trilogia acha bacana reencontrar Marion, a primeira Indy Girl, e ri ao lembrar-se do pavor que o Dr. Jones sente de cobras. Também é legal ver que o tempo passou na ficção tanto quanto na vida real: Indiana envelheceu, os inimigos são os soviéticos e não mais os nazistas e o encontro com o garoto Mutt Williams (numa interpretação excelente de Shia LaBeouf) fecha um ciclo. Por outro lado, quem nunca viu nenhuma aventura anterior (alguém?) diverte-se igualmente com as peripécias de Indy e seu séquito.
É claro que o filme tem inconsistências. Na vida real, granadas não têm pólvora dentro delas, projéteis não são recheados de chumbinhos e dardos de zarabatana não são envenenados na parte traseira. Arqueólogos não são tão cool (eu ia escrever “descolados”, mas você diria que essa palavra é velha demais) e andar de cipó só funciona para o Tarzan. E quem se importa? Lamento por quem não consegue dar o salto de fé necessário para se divertir com filmes-pipoca, de verdade (assino embaixo do texto do Cardoso a respeito).
Das centenas de vezes que já fui ao cinema, algumas geraram memórias inesquecíveis (caberia um Top 5 sobre isso). A melhor de todas, que nunca-jamais-em-tempo-algum será igualada, foi ver Star Trek na telona pela primeira vez, num cinema enorme, na sessão de pré-estréia, cercada por uma legião de trekkers. Não é à toa que considero esse o melhor filme da franquia (eu e a torcida do Corinthians, diga-se de passagem).
Da mesma forma, para mim, Indiana Jones 4 é a melhor história de Indy jamais contada. Aquela primeira cena ocupará, para sempre, um lugar todo especial nas minhas lembranças, logo abaixo de Star Trek VI.
Cotação:
Curiosidades
Harrison Ford afirmou, em entrevistas, que não usou dublês. Será? De qualquer modo, a BBC sublinha que o ator informou que “as cenas não são exatamente o que parecem”.
Os soldados russos são de verdade – ou melhor, os atores eram russos, para garantir o sotaque.
Sean Connery foi convidado a reviver seu papel, mas recusou. Preferiu continuar aposentado.
O diretor de fotografia Douglas Slocombe, responsável pelos 3 primeiros filmes, também está aposentado. Foi substituído por Janusz Kaminski, que tem trabalhado com Spielberg desde A Lista de Schindler.
O orçamento de Indiana Jones 4 foi de cerca de 185 milhões de dólares, pouco se comparado a outros filmes de aventura. Na primeira semana de exibição, a bilheteria mundial ultrapassou os 300 milhões de dólares. Nada mal, hein?
Além da Tela
Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal se passa em 1957, em pleno macartismo, nome dado à política inspirada pelo senador norte-americano Joseph McCarthy caracterizada por uma “caça às bruxas” (expressão muitas vezes usada para designar esse mesmo período) anticomunista. O macartismo teve início após a Segunda Guerra Mundial e arrastou-se pelos anos 50. Professores, artistas, comunicadores e sindicalistas foram alvos preferenciais da perseguição. É a política macartista que ameaça o emprego de Indy na universidade em que leciona há décadas.
A paranóia contra a União Soviética justificou uma série de reduções nos direitos individuais, usualmente tão valorizados pelos norte-americanos. Um excelente filme sobre essa época é Boa Noite e Boa Sorte (que por algum esquecimento imperdoável deixei de comentar no DF) . As medidas antiterroristas implantadas por George W. Bush após o atentado de 11 de setembro de 2001 foram comparadas ao macartismo.
O galpão militar mostrado logo no começo do filme fica – na trama, claro – na famosa Área 51, conhecida dos fãs de ficção científica e dos ufólogos pela sua fama de guardar provas da existência de extraterrestres e das visitinhas que eles teriam nos feito. A Área 51 existe: trata-se de uma base área situada numa região desértica do estado de Nevada, Estados Unidos. O resto é história.
A caveira de cristal do filme foi inspirada em duas caveiras de cristal “de verdade”, supostamente confeccionadas no período pré-colombiano. Uma delas está no Museu Britânico, a outra encontra-se no Instituto Smithsonian. A origem das caveiras nunca foi bem estabelecida e, recentemente, chegou-se à conclusão de que não passam de fraudes: seriam do século XIX ou XX, provavelmente fabricadas por um comerciante de antigüidades espertinho.
O Eldorado (ou, em maia, Akakor, ou Akator) é uma cidade mitológica toda feita de ouro maciço. A lenda tem origem do século XVI e foi inspirada pelo chefe de uma tribo sul-americana que teria o hábito de se cobrir de pó de ouro (daí o nome Eldorado, ou “O Dourado”), indicando a abundância desse metal e despertando a cobiça dos colonizadores espanhóis.
Serviço
- A lenda de Eldorado – Fantastipédia
- Os Caçadores da Arca Perdida – Adoro Cinema
- Indiana Jones e o Templo da Perdição – Adoro Cinema
- Indiana Jones e a Última Cruzada – Adoro Cinema
- Indiana Jone e o Reino da Caveira de Cristal – Adoro Cinema
Outros filmes citados
- Star Wars – Adoro Cinema
- Tubarão – Adoro Cinema
- Contatos Imediatos de Terceiro Grau – Adoro Cinema
- Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida – Adoro Cinema
- A Lista de Schindler – Adoro Cinema
- Boa Noite e Boa Sorte – Adoro Cinema
clap clap clap. Eu que sou extremamente seletivo em companhias cinematográficas, fico triste de não ter assistido contigo.
mto apoiada! 😀
não vejo a hora de comprar o filme em dvd e fazer uma sessão louca de oito horas de indiana jones. bora?
sem contar que estou com vontade de assistir no cinema outra vez. ainda dá tempo?
sobre o sean connery, li em algum lugar que o harrison ford teria dito: “i’m old enough to play my own father”. hahaha, genial.
e estou com o cardoso. aliás, queria ter assistido com vocês dois. vamos fazer uma sessão re-run só com os que gostaram? 😀
Oi, Lu!
Meu pai adooooooooooooooora Indiana Jones, já estava todo contentinho porque lançaram esse. A coleção completa dos outros ele tem… e tem mais ciúme do que de mim, veja só!
Acaba que gosto também e quero assistir, valeu a dica! 😉
Beijo!
Excelente filme e brilhante o seu texto.
Ótimo texto, Lu! Concordo com quase tudo com o que vc escreveu, só não concordo com as 5 estrelas (daria 4.5). Não sei te dizer exatamente o porquê, pois adorei esse filme. Talvez seja implicância minha com o prof. Ox (papel ‘remendo’, escrito para preencher a lacuna deixada pela recusa de sir Sean Connery)
No mais, é o que eu disse lá em um dos blogs do Cardoso: um dos pontos altos desse filme é a direção inspirada de Spielberg. Há muito não o vejo usar tão bem seu repertório técnico para fazer cenas bem sacadas. Já na primeira cena fiquei animado com o que estava por vir, e não me decepcionei. A última então (envolvendo o chapéu e o Mutt) achei fantástica.
Oi Lu,
ótimo post, me deixou mais triste ainda…
rsrsrsrsrsrsrs
Não tenho tempo nem companhia pra ir ao cinema assistir.
Acho que durante um tempo será assim, não ví Iron Man no cinema, nem Indiana Jones, e pelo jeito não assistirei Hulk também.
Essa vida atribulada não está dando certo!!!
BEIJOS
Cardoso e Olivia, tenho certeza de que vocês seriam ótimas companhias! 🙂 E taí um box que vou querer comprar… tomara que venha recheado de extras.
Marilyn, vale muito a pena. Seu pai, então, vai sair do cinema encantado.
Roan, muito obrigada. 🙂
Dudu, você tem razão, o Spielberg estava com tudo nesse filme. Inspiradíssimo!
Fox Throt, tempo é realmente um problema, mas eu não espero por companhia pra ir ao cinema, não. Indiana, vi em excelente companhia, mas essa não é a regra.
Uau! Parabens pela “aula” sobre Indy. Tb amei o filme, embora ainda goste mais do terceiro.
Star Trek IV é uma delícia mesmo… Valeu pelo texto!
Oi Lu!
Você acaba de me dissuadir da idéia de esperar o filme chegar em dvd.
Vou assistir e mando minhas impressões.
Beijos
è muito bom mesmo, melancolia pura (risos), tem uma bela fotografia e é bem humurado.
Vela o ingresso com certeza!
Não sei se é o melhor de todos os 4, mas com certeza é um filmaço! Muito oportuna acitação ao Cardoso. Ele escreveu perfeitamente não só sober o filme, mas sobre os chatos que insistem em procurar defeitos bobos nos filmes de hoje pra fingir que é exigente e inteligente…
Adorei seu blog!!!
bjos
Helder, Jornada IV é muito bom, mas o que menciono no texto é o VI, meu preferido. 😉
Henrique e 13.GuE, é filme pra ver primeiro no cinema, sem dúvida.
Wallace, tinha um jornal (não lembro qual… JB?) cuja propaganda falava em “pessoas que fingem que têm conteúdo”. Esse tipo de gente é um porre.
Agora ate me animei a assistir, já tinha lido tanta crítica negativa que não deu muita vontade.
Originalmente, a máquina no tempo do BTTF seria uma geladeira, e ela voaria desde o primeiro filme. Quando os storyboards já estavam bem adiantados, os produtores se ligaram que ia dar merda, e as crianças iam se trancar nas geladeiras pra imitar o filme…
Não sei se por conta do saudosismo da sessão da tarde, ainda considero Indiana Jones e o Templo da Perdição o melhor de todos. Mas é óbvio que quando penso em filme categoria aventura, penso na mesma hora em Indiana Jones.
É… a cena do cipó me deixou meio intrigada: para que colocaram isso, ó deuses do entretenimento? Mas a primeira aparição de Shia encarnando um Marlon Brando e a briga no bar redimem totalmente o personagem.
E eu nem sabia que Connery tinha se aposentado… Ou só se aposentou como pai de Indy? E Boa noite, boa sorte é mesmo uma ótima indicação 😉
Indiana 4 é muito bom. A maior parte das críticas foram infundadas para mim, imperdível. Para que não assistiu, tem poucos dias para o filme sair de cartaz.
Star Trek IV, the best!!!
Na minha opinião, antes não o tivessem lançado.
O mesmo vale a pena somente pela interpretação de ford, este sim continua impecável no papel, o roteiro deixa a desejar, mais amador impossível, quase chorei de desânimo na parte dos macacos e da cobra na areia. Passaram-se 19 anos desde o último indiana, sinceramente acho que a história poderia ter sido melhor fundamentada.
Noronha, espero que não se arrependa e diga “Droga, a Lu Monte me fez jogar dinheiro fora”.
Wallace, valeu pela explicação sobre a geladeira, eu nem desconfiava disso.
Srta. Bia, acho que vi todos mais ou menos na mesma época… Connery declarou aposentadoria há um tempo e, na época, chegou a dizer que só o Dr. Henry Jones o tiraria dela. Deve ter achado que a aposentadoria era boa demais e mudou de idéia.
Poutz!!!! Acabei de me lembrar que eu ainda não assisti Indiana Jones!!!
Acho que vou ter que fazer isso nesse final de semana, SEM FALTA!!!