E teve a peça sobre o Renato Russo

A montagem chama-se simplesmente Renato Russo. O ator Bruce Gomlevsky representa o cantor e compositor num monólogo de duas horas. Ilustra as várias fases da vida do Renato, canta algumas das suas mais famosas composições e emociona a platéia com uma interpretação memorável.

Sou fã de carteirinha do Renato Russo e da Legião Urbana. Fiquei doida pra ver a peça assim que soube da sua temporada em Brasília, mas desisti quando descobri a loucura que era conseguir um ingresso: só quem se dispunha a ficar seis, oito, dez horas na fila da bilheteria saía com o cobiçado prêmio. A temporada no Centro Cultural Banco do Brasil nem foi tão curta, para os padrões do CCBB. Só que um mês e meio de espetáculo numa cidade que idolatra o Renato foi absolutamente insuficiente. Acabei desencanando, na esperança de que a peça voltasse a Brasília depois de alguns meses.

Então, no sábado de manhã, me liga a Ciléia com a mais inesperada notícia: depois de ter ficado cinco horas na fila para conseguir dois convites, o acompanhante desistiu em cima da hora, e o ingresso estava disponível! Dá pra acreditar na minha sorte?! Dá pra imaginar o tanto que pulei de alegria?!

Ainda mal acreditando, vi-me na mesma noite diante de um ator excepcional, numa caracterização muito competente e, acima de tudo, emocionada do Renato. Tá que nos primeiros dez minutos bate a frustração: “Ah, não é o Renato…”. Claro que não é, ora bolas – afinal, é uma peça teatral, não uma sessão espírita.

A decepção irracional dissipa-se rapidamente, graças ao carisma de Gomlevsky e à qualidade da produção. A iluminação é um show à parte, o uso bem bolado de um telão para exibir imagens ligadas à vida do cantor enriquece a apresentação e a banda que acompanha o ator ao vivo (chamada Arte Profana e, no palco, referida como 42th Street Band, banda imaginária criada por Renato durante a adolescência) contribui para dar um clima realista à peça.

Longe de retratar Renato como herói de uma geração, posição que ele sempre recusou, Bruce Gomlevsky mergulha nas dores, fraquezas e inseguranças do ídolo, trazendo à tona uma figura frágil e imperfeita de um lado, sensível e carismática de outro. Foi graças a essa fusão de luz e sombra que Renato Russo criou letras memoráveis, críticas à sociedade, à juventude e ao Brasil, hinos de milhares, retratos de momentos pessoais e, ao mesmo tempo, universais.

São duas horas que passam voando. No fim, resta com a sensação de ter (quase) visto o Renato Russo ao vivo e a cores. Para quem, como eu, jamais assistiu a um show da Legião, já é um grande consolo.

A peça segue temporada pelo Brasil. Pesquise a programação cultural da sua cidade e, se tiver a chance de vê-la, não a deixe passar. Se retornar a Brasília, assistirei novamente.

Ci, mais uma vez, obrigadíssima!

8 comentários on “E teve a peça sobre o Renato Russo

  1. Oieeee!
    Que bom que já está tudo se normalizando…rs…
    Eu sempre venho ter notícias tuas e tava sentindo falta… :-h
    Está tudo ficando bem lindo…(*)
    [@@] bjos

  2. Lu… urgente… preciso do seu email para te mandar os printscreens… fucei o blog todo e não achei. Se estiver um arquivo de imagem, não vi mesmo, o wp-pda suprime. Beijos!! Escreva para
    bia arroba garotasemfio.com.br que mando imediatamente.

  3. Eu vi a peça e adoreiii.. vale a pena, realmente é como se o Renato Russo estivesse lá…

  4. Lu fiquei roendo o fio do mouse de vontade de ver A-DO-RO renato russo

    amei o lay dia de folga versao verão

    beijo [@@] b-)

  5. %-( deprimi

    ahhh meu, pra que eu fui ler esse post? agora vou ficar aqui chorando…
    tipo, eu amoooooo e respiro legião ha milhares de anos e amo de todo coração renato russo
    de primeira eu não queria ver a peça por causa do renato, enfim – frescurites de fã
    depois eu fiquei doida pra ver, incontrolavelmente doida pra ver, como se meu pai estivesse na forca la no ccbb
    e não pude irrrrrrrrrrrr ~X(

    da licença que eu vou ali me matar e volto outro dia :[

  6. A banda que acompanha o Bruce Gomlevski se chama Arte Profana, e nao o nome que voce citou no texto…

  7. Paula, você tem razão. Dei o nome da banda no palco e esqueci-me de dizer seu nome da vida real. Obrigada pela correção, já incorporada ao texto.

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