Compilado da viagem à Oceania

Como sempre acho melhor ter meus textos sob meu controle, trago para cá os textos que fiz no instagram durante a viagem a Nova Zelândia e Austrália, de 25/02/2023 a 18/04/2023.

Os textos não farão muito sentido sem as fotos, mas esta entrada é para registro próprio, no velho estilo “diarinho”. Em todo caso, incluí links para o instagram e, se você tiver alguma pergunta, terei prazer em responder nos comentários.

Auckland, postado em 04/03/2023

Olá, diretamente da Nova Zelândia! Vim pro outro lado do mundo pra aprimorar o inglês e, claro, pra conhecer outros países.

Estou em Auckland, considerada a menos neozelandesa das cidades, justamente pela quantidade de turistas e estudantes de outros países, especialmente asiáticos.

Ainda assim, chamam a atenção duas coisas tipicamente neozelandesas: a política inclusiva e a natureza exuberante (vejam o tamanho dessas árvores em plena cidade).

A região tem uma série de vulcões extintos e visitei o Mount Eden, que proporciona uma vista linda da cidade.

A ocupação de espaços públicos é incentivada pela prefeitura, tudo é muito limpo e bem cuidado, as calçadas são amplas, a faixa de pedestres é respeitada, os cruzamentos têm semáforos para pedestres.

O custo de vida é alto, mas as pessoas são bem remuneradas. O salário mínimo é de 21.20 dólares a hora, e em abril irá para 22.70. A maioria das loja abrem até as 17h no máximo (algumas fecham às 15h ou 16h), várias não abrem aos fins-de-semana.

Por outro lado, tenho visto muitas pessoas em situação de rua (concentram-se na região mais turística), e vários pequenos negócios quebraram durante a pandemia.

Uma semana já foi, tenho mais duas.

https://www.instagram.com/p/CpYKBTSPGFW/

Auckland, postado em 11/03/2023

O Museu Memorial da Guerra de Auckland, ou simplesmente Auckland Museum, fica dentro do belo parque chamado Auckland Domain, que por si só vale uma viaira.

O andar térreo é dedicado à arte e a cultura maori e também apresenta outras tribos do pacífico sul, com traços culturais e linguísticos bastante semelhantes.

O primeiro andar trata de história natural, apresentando fósseis e animais empalhados, além da geologia local. Há uma simulação de abalo sísmico causado por erupção vulcânica bem interessante. Da pra ver o moa, ave extinta de mais de 3 metros e mais de 200 quilos, e os kiwis, que felizmente ainda existem.

O último andar é o memorial propriamente dito. Apresentam-se as guerras entre os maori e os colonos ingleses (1845-1872), que quebraram o tratado de 1840 que garantia aos maori o domínio das suas próprias terras. Em seguida, o museu conta a participação dos neozelandeses nas duas Guerras Mundiais e em outros conflitos. A história das guerras ajuda a entender a formação da identidade neozelandesa.

https://www.instagram.com/p/CpqXWMTBUiQ/

Auckland, postado em 13/03/2023

Sábado foi um dia de aventuras!

O passeio começou com uma parada em um santuário de kiwis, em Otorohanga. Não fiz fotos porque kiwis são aves noturnas, a luz do celular (mesmo sem flash os afugenta).

Depois, visitei as Waitomo Caves, habitadas por glowworms que fazem o teto e as paredes parecerem uma noite estrelada. De novo, a claridade incomoda os animais, mas o cartaz dá uma ideia razoável. O Google diz que é um pirilampo, mas não é, não.

A parada seguinte foi nos Hamilton Gardens, que abriga algumas dezenas de pequenos jardins temáticos, relacionados a países ou movimentos artísticos. Bem bacana, daria pra passar uma tarde inteira lá. Em 50 minutos, deu pra ver a maioria dos jardins, mas quase correndo.

Então, o gran finale: a vista a Hobitton. O que era pra ser um set temporário acabou se tornando permanente, e vinte anos após as filmagens de “O Senhor dos Anéis” ainda é possível caminhar pela pequena vila de Bilbo e Frodo. O passeio de duas horas é recheado de curiosidades e termina com uma visita ao Green Dragon para uma cervejinha.

https://www.instagram.com/p/Cpv9J5lvPQW/

Auckland, postado em 16/03/2023

Todos os dias me impressiono com o tamanho das arvores de Auckland. Há inúmeros parques espalhados pela cidade, mas às vezes as árvores gigantes estão em uma calçada qualquer ou na beira da praia.

https://www.instagram.com/p/Cp14Ew7LA65/

Auckland, postado em 17/03/2023

O centro de Auckland é uma mistura de prédios antigos e moderno, às vezes em verdadeira fusão, como na primeira foto: o comprador do prédio antigo e do terreno foi obrigado a manter a fachada original e construiu seu edifício imediatamente atrás dela, colado mesmo.
#viagem #auckland

Arte de rua e o letreiro no fish market, que achei bem legal.

https://www.instagram.com/p/Cp6cSrjPyC7/ e https://www.instagram.com/p/Cp6ezVJvOSI/

Auckland, postado em 21/03/2023

As paisagens mais exuberantes da Nova Zelândia (aquelas do Senhor dos Anéis, exceto por Hobitton) estão na ilha sul. Auckland, porém, não decepciona, e mesmo sem sair da cidade a combinação de matas, colinas, mar e céu enche os olhos.

https://www.instagram.com/p/CqEWU7tBKUK/

Auckland, postado em 22/03/2023

Fotos de Auckland que não couberam nos posta anteriores:

  • Meat pie, que eles consideram uma comida típica da cidade (massa folhada e recheio de carne com molho cremoso, mas há várias variações, inclusive recheios doces)
  • Mount e One Tree Hill, vulcões inativos há séculos.
  • A praça pela qual eu passava para chegar à escola e que já me deixava contente logo cedo pelo verde.
  • Western Park, em Ponsonby, bairro badaladinho.
  • Árvore enorme no Albert Park.
  • Arte de rua (essa eu via da sala de aula).
  • Preparativos para a parada do St. Patrick’s Day.

https://www.instagram.com/p/CqGzjIBPet1/

Melbourne, postado em 23/03/2023

Melbourne se inspirou em Londres, Paris e Milão e se tornou sofisticada e glamourosa no séc XIX, quando ficou riquíssima graças à corrida do ouro. Edifícios e ideias dessa época se misturam a projetos contemporâneos e tornam a cidade atraente, interessantíssima e muito segura. Não foi sempre assim: nos anos 80, o centro era dominado pro gangues e tráfico de drogas. O poder público agiu e reverteu a situação nos anos 90 com iniciativas para ocupar as ruas, fomentando o movimento de pedestres e o comércio.

Que inveja…

https://www.instagram.com/p/CqJukigPHJZ/

Melbourne, postado em 25/03/2023

Melbourne é alternativa, diversa, hipster… e artística. A arte de rua é forte por aqui, com códigos e regras próprios (escritos e não escritos). Perder-se pelas ruas traz surpresas, mas vale a pena fazer um walking tour para saber mais sobre as vielas (lanes), galerias (arcades) e artistas da cidade. Fiz um com a @imfreemelbourne e recomendo.

https://www.instagram.com/p/CqNO3_TrsC7/

Melbourne, postado em 01/04/2023

O jardim botânico de Melbourne fica pertinho do centro, é lindo e tem entrada franca. Muitos locais fazem piquenique por lá. A última árvore do carrossel foi plantada em 1895! Bem em frente fica o Shrine of Remembrance, em memória dos soldados australianos mortos em guerras. Entrada franca também, com uma vista bem bonita da cidade.

https://www.instagram.com/p/CqgwK1UPeUX/

Melbourne, postado em 02/04/2023

Fui premiada com chuva no dia do passeio pela Great Ocean Road, mas mesmo sem sol as paisagens são muito bonitas. Ainda tivemos a sorte de ver dois cangurus (bem distantes, é verdade) e um koala fazendo o que koalas fazem melhor: dormir.

Não podia deixar de visitar Brighton Beach, com as famosas casinhas à beira-mar. Nesse dia o sol apareceu, mas fazia 14 graus, não se engane.

https://www.instagram.com/p/Cqh1ymrr2Xv/

Melbourne, postado em 04/04/2023

Passeios culturais grátis em Melbourne:

  • National Gallery of Victoria (são duas: uma para obras internacionais e outra para artistas australianos)
  • Australian Centre for the Moving Image (ACMI)
  • State Library e Museu de Melbourne, que custa 15 dólares, mas é de graça se você é estudante (a carteirinha digital do curso de inglês que fiz lá foi aceita).

Nas NGVs e no Melbourne Museum, tem visita guiada grátis. No ACMI, você ganha um cartão que permite salvar as informações das diversas peças em exibição e rever depois na internet.

Eu amo uma cidade, sabe.

https://www.instagram.com/p/CqnUDZMPRKR/

Melbourne, postado em 05/04/2023

Últimas fotos de Melbourne!

  • Scots’ Church, onde tive o prazer de conhecer o organista e maestro Douglas Lawrence.
  • Escultura em homenagem à Great Petition, um abaixo-assinado apresentado ao Parlamento em 1891 com mais de 30.000 assinaturas a favor do voto feminino. Apenas em 1908 o direito foi reconhecido e, para as indígenas, só em 1962. (A Nova Zelândia foi o primeiro país do mundo a garantir o voto feminino, em 1893, e sem discriminações).
  • Catedral de São Patrício, a maior da cidade.
  • Prahran Market, maravilhoso, uma espécie de Mercado Municipal de São Paulo, mas sem os golpes.
  • St. Kilda Beach.
  • Brighton Beach.
  • Yarra River, trecho próximo à minha hospedagem (se alguém quiser o contato, era um air bnb excelente e recomendo.

Estou em Sydney há 3 dias, fotos em breve!

https://www.instagram.com/p/Cqq_7FaPYa0/

Sydney, postado em 07/04/2023

Primeiras fotos de Sydney!

  • A Opera de Sydney é um espetáculo e farei um post só pra ela depois.
  • Darling Harbor, no dia em que cheguei (cedinho e frio).
  • Sede da prefeitura, de dia e à noite.
  • “We are not amused”, disse a rainha.
  • Galeria de Arte, prédio original e o mais recente, construído há poucos anos. Entrada franca.
  • Biblioteca Pública. Entrada franca.
  • Pavlova, sobremesa inventada na Austrália (mas os neozelandeses dizem que eles é que inventaram) em homenagem à bailarina russa.

https://www.instagram.com/p/Cqudp8Zrc4v/

Sydney, postado em 13/04/2023

As praias de Sydney são lindíssimas! Além disso, é realmente agradável estar em uma praia sem ambulante gritando, trocentas músicas tocando no volume máximo e gente bêbada sendo inconveniente (álcool e cigarro/vape são proibidos). Todo mundo se diverte.

As três primeiras fotos são de Bondi Beach, em seguida Manly Beach e as três últimas são de Watson’s Bay, que tem poucos trechos de praia (e não tão bonitos), mas tem sítios históricos e uma bela vista da cidade.

https://www.instagram.com/p/Cq_sv4NPQgN/

Sydney, postado em 14/04/2023

A arte de rua em Sydney não é tão vibrante quanto em Melbourne, mas tem seus bons momentos. A maioria das fotos foi feita em Newtown, bairro descolado um pouco afastado do centro; as três últimas são de Bondi Beach.

https://www.instagram.com/p/CrAeJzJLvlX/

Sydney, postado em 15/04/2023

Impossível não ficar fascinada pela Ópera de Sydney.

O formato de velas (ou conchas, dizem alguns) impressiona e é um feito de matemática e engenharia. As cerâmicas que revestem a construção (mais de um milhão delas) refletem a luz de diferentes modos. O arquiteto, Jørn Utzon, foi o segundo a ver sua obra listada pela UNESCO em vida (o primeiro foi o Niemeyer).

A construção demorou mais de 20 anos, o governo destituiu Utzon no processo e isso resultou em várias coisas mal feitas e muito dinheiro desperdiçado. Apenas após uma reforma de 10 anos (que acabou em 2022) a sala de concertos principal ganhou a qualidade acústica que sempre mereceu.

Além de fotografar o edifício de vários ângulos e de fazer a visita guiada, ontem tive o privilégio de assistir a um concerto nessa sala recém-reformada. Uma experiência emocionante.

https://www.instagram.com/p/CrE2CmkP9ig/

Sydney, postado em 17/04/2023

A Sydney Harbour Bridge é outro cartão postal inconfundível. Afinal, lá o ano sempre chega primeiro e os australianos fazem questão de fazer belas queimas de fogos para comemorar.

A ideia da ponte surgiu em 1890, mas a construção teve início em 1924 e se estendeu até 1932. A ponte gerava 1.400 empregos diretos e inúmeros indiretos, e diz-se que salvou a cidade da Grande Depressão justamente por criar tantos postos de trabalho durante aqueles anos sombrios. Seu apelido na época era “Pulmão de Ferro”.

A segurança para os operários era quase zero, e mesmo assim ninguém morreu (dizem) durante o processo. Houve alguns acidentes, inclusive um operário que caiu de uma altura de 50 metros e sobreviveu com apenas duas costelas quebradas. Ele foi recompensado com um relógio de ouro.

A famosa “escalada” da ponte custa mais de 300 dólares, é curta e desconfortável, mas tem gosto pra tudo, né? Eu preferi subir em uma das torres por 25 dólares. A vista é quase a mesma e inclui, claro, a Opera de Sydney.

https://www.instagram.com/p/CrIt2DVvkF5/

Sydney, postado em 26/04/2023

Passeios grátis bem legais em Sydney:

  • The Royal Botanic Garden.
  • Queen Victoria Building (QVB), de preferência depois que as lojas fecham, pra ver um “shopping” diferente, chique e com carpete.
  • State Library, que tem uma galeria com artistas locais de vários períodos e exposições temporárias, como a “Pride Revolution”, sobre a luta por reconhecimento e proteção do grupo LGBTQIA+ ao longo das últimas décadas.
  • Australian Museum, voltado para história natural e antropologia.
  • Justice e Police Museum, um tiquinho macabro mas muito interessante, sobre crimes. Vale lembrar que Sydney foi fundada pelos criminosos deportados da Inglaterra.
  • Museum of Sydney. A parte museológica é bem pequena, há exposições temporárias de arte.
  • Os belos parques e praças. Na foto, o Anzac Memorial, no Hyde Park.

https://www.instagram.com/p/Crg7WpYLwlJ/

Austrália, postado em 26/04/2023

Notinhas gastronômicas da Austrália:

  • Meus primeiros dumplings, no Tora Dumplings, em Melbourne.
  • A torta de carne (meat pie) é considerada uma especialidade australiana.
  • Há controvérsias (com a Nova Zelândia), mas os australianos afirmam que inventaram a pavlova.
  • Hot Cross Buns, que eles não inventaram, mas seguiram a tradição inglesa (como em outros quitutes).
  • Fish & Chips.
  • Espetinho de canguru (yep, come-se canguru, é uma carne silvestre, o bicho não tem predadores, reproduz adoidado e destrói plantações, por isso a caça é liberada).
  • Barramundi, peixe local.
  • Fish Market em Sydney, com bugs (um parente da lagosta) e Sydney oysters (as da bandeja preta; mais escuras do que estamos acostumados).

https://www.instagram.com/p/Crg8urOL9Rd/

Sydney, postado em 06/05/2023

Tanto a Nova Zelândia quando a Austrália fazem da inclusão e da diversidade bandeiras. Melbourne nem precisa de palavras para deixar claro seu apreço por essas causas, mas foi em Sydney que tive a maior surpresa.

Estava indo do ônibus pra Bondi Beach e de repente as ruas foram ficando mais e mais coloridas. Pensei que talvez fosse época da Pride Parade, mas o Google disse que não (tinha sido no fim de fevereiro). Uma pesquisa extra revelou que eu estava na Oxford Street, centro da cultura LGBTIA+ em Sydney. Na volta, desci a pé para conhecer a área. Era um sábado e pude aproveitar duas feiras de artesanato, além de ver pessoas de várias idades e identidades de gênero aproveitando o dia de folga, num clima leve, despreocupado. O bairro é Waverley e a subprefeitura tem um arco-íris pintado na entrada (penúltima foto). Novamente achei incrível ver o poder público apoiando abertamente a diversidade.

Num outro dia passeei por Newtown, uma área hipster que faz parte da região chamada Inner West, cuja subprefeitura também apoia a diversidade de gênero (última foto).

https://www.instagram.com/p/Cr5X-95OeQj/

Sydney, postado em 06/05/2023

Essa é pra encerrar os posts de viagem. Um cachorro falante na frente do Queen Victoria Building, cangurus em meio a vinhas (as uvas já tinham sido colhidas, ou estariam cobertas com redes para evitar que comessem todas) e, claro, a Ópera de Sydney.

https://www.instagram.com/p/Cr5YloUOO0i/