Um Ano Sem Comprar – Novembro

Penúltimo mês do Ano Sem Compras. Achei que tinha enfiado o pé na jaca mas, em retrospectiva, não foi tão ruim. É fato, porém, que fiz minha primeira compra pessoal (não para a casa) e desnecessária (sem qualquer justificativa) do ano. E tão perto do fim…

Pra início de conversa, comprei dois sapatos. Eu sei, com isso já são quatro sapatos novos nesse semestre. Só que três pares saíram do meu armário direto para o lixo (um em setembro, e dois em novembro, depois dessa compra), outro foi doado e é bem provável que mais um seja passado adiante antes do fim do ano. Então, nada de acúmulo.

O lance é que começaram as chuvas em Brasília e esse ano vieram turbinadas. Destruí dois pares de sapatos por causa delas. Certo, já eram pares velhos mesmo, provavelmente em janeiro de 2013 eu os passaria adiante, mas a chuva acelerou o processo (e tornou inviável qualquer possibilidade de doação, foram pro lixo mesmo). Aí, para não perder outros sapatos, comecei a procurar umas galochas… e meu, são todas horríveis, ou caras, ou ambas as coisas.

Então, a última opção foi a Melissa. É isso aí, sapatos de práááástico.  Com todas as suas desvantagens e críticas, uma coisa é inegável: são perfeitos para dias de chuva.

A Melissa tem uma coleção de botas que nunca vem pra Brasília, mas consegui encontrar numa loja online – e, como são da coleção passada, estavam com belos descontos. Comprei a preta (que a Melissa chama de “prata night”, mas enfim) por 100 reais. Combina com tudo e funciona perfeitamente como uma galocha, com a vantagem de ser bonitinha:

Melissa Protection Prata Night Metalizada
Melissa Protection – o nome é bem apropriado.

E comprei a vermelha porque, bem, achei linda e estava por 80 reais e eu amo vermelho e lembra que perdi dois pares de calçados pra chuva?

Ankle Boot Tricot Vermelho Rio
Ankle Boot Tricot Vermelho Rio.

A vermelha esquenta bastante por causa do acabamento em tricô, por isso usei só uma vez até agora. A preta é usada pelo menos uma vez por semana desde que chegou.

Também comprei um leave-in pros cabelos. Meu último frasco tinha acabado há pouco mais de um mês e eu estava sentindo falta. Em vez de comprar um de 20 reais, comprei o SH-RD Protein Cream, que namorava há anos, e devo dizer que vale cada centavo. Além de nutrir o cabelo, dar brilho e acabar com o frizz,  o creme (que tem textura de pomada) tem um cheirinho delicioso e rende horrores.

A grande extravagância do mês, a compra injustificável do Ano Sem Comprar custou bem mais barato e me causou uma crise de consciência:

O tiro de misericórdia.
O tiro de misericórdia.

Paguei 15 reais por esse colar lindo no Bazar Animal Chique, organizado pela SVPI – Salvando Vidas Protetores Independentes. A SVPI recebe doações de produtos novos ou seminovos e vende por preços baixos para arrecadar dinheiro e tratar dos animais que protege. Um colar como esse custaria mais de 100 reais numa loja qualquer. É exatamente o meu estilo, tem cores que amo, combina com muitas das minhas roupas roupas e está impecavelmente novo. Junte-se a isso a desculpa de que “ah, é por uma boa causa, o bazar é pra arrecadar fundos etc. etc. etc.” e pronto, não consegui resistir.

Já tinha doado alguns colares para esse mesmo bazar, mas ainda assim cheguei em casa e separei mais um para doação para aliviar minha consciência. Sei que foi uma pechincha e que vou usar bastante o novo colar, não vai ficar encostado pegando poeira. E eu não teria outra chance de comprá-lo, porque não se trata de produção em série (esses colares são feitos artesanalmente, por isso são caros) ou de uma loja comum. Todo esse discurso serviu para lutar contra o desapontamento por ter burlado oAno Sem Comprar tão perto do final.

Leia os outros relatos mensais no fim do texto de abertura deste projeto: Um Ano Sem Comprar – Um Ano Sabático.

Dica básica para tirar pó com agilidade.

Semana passada, apresentei o tira-pó, que tem me ajudado muito nessa tarefinha chata – aliás, ajuda tanto que a tarefa deixou de ser chata e se tornou até divertida, feita ao som de música e tal.

Mas tem uma dica básica e quase sempre negligenciada que ajuda demais a manter a casa livre de pó: reduza o número de bibelôs!

Claro, todos gostam de exibir algumas coisas: colecionáveis, porta-retratos etc. Mas, quanto mais coisas você deixa sobre as superfícies, mais pó elas acumulam e mais tempo você vai gastar para limpar tudo.

Além disso, quanto mais coisas você exibe, menos elas são vistas. Tudo se funde numa única massa confusa. Em vez de destacar suas lembranças e gostos, você apresenta uma bagunça sem qualquer sentido.

Lembre-se da velha máxima: menos é mais.

A rotina de limpeza da casa.

Como sempre digo, se tentarmos seguir qualquer método ao pé da letra, há grandes chances de que o abandonemos logo. O truque é sempre fazer adaptações para ficarmos confortáveis e fiéis à rotina.

Dito isso, aviso que não sigo algumas das regras principais da FlyLady:

  • Não tenho uma rotina noturna de cuidados com a casa (a noite é toda minha).
  • Não limpo a casa todos os dias. Meu apartamento não é grande e sou apenas eu para limpar e sujar. Logo, não sujo muito e não preciso limpar muito.
  • Não separo 15 minutos diários para o destralhamento, porque minha casa já está livre de tralhas, graças ao caminho minimalista que venho traçando há quase dois anos.

Por outro lado, sugiro fortemente que você faça o destralhamento todos os dias, como indica a FlyLady. Não é possível limpar ou organizar bagunça, e a maioria das casas tem muita bagunça. Como eu disse, há anos pratico o destralhamento, por isso posso abrir mão dessa etapa diária.

Agora, vamos ao que eu faço às segundas e quartas-feiras:

  1. Acordo entre 8h e 9h.
  2. Tomo café-da-manhã e vejo seriados até as 9h30 (Friends e Will & Grace, quase sempre).
  3. Nos intervalos comerciais, lavo a louça do dia anterior.
  4. Vejo minha planilha de tarefas para a Zona da semana e decido por onde vou começar.
  5. Marco o timer do microondas para 60 minutos.
  6. Executo tantas tarefas quantas forem possíveis nesse tempo e marco o que fiz na planilha.
  7. Além das tarefas da planilha, tiro o pó dos móveis e limpo os banheiros seguindo o swish and swipe (no futuro, detalharei a técnica).

Mas eu falei que limpo a casa 3 vezes por semana, não é? É que na sexta-feira é dia de passar aspirador e pano molhado (na verdade, uso um mop) na casa inteira, com especial atenção para o chão da Zona da semana: nela, uso uma bucha para tirar alguma mancha mais resistente, arrasto móveis, limpo os cantinhos com mais cuidado. Na sexta-feira, gasto entre uma hora e uma hora e meia com isso.

Entre as sextas-feiras, se o chão da casa precisa de um trato, uso o hiperclean (agradeço à Simone pela graça alcançada) e em menos de 15 minutos fica apresentável.

É bem verdade que às vezes não dá tempo de fazer tudo que planejei nas segundas e quartas. Se preciso de apenas mais uns 10 ou 15 minutos pra acabar e tenho esse tempo, vou em frente; se não, deixo pra outro dia, mesmo que seja uma das tarefas fixas, como tirar o pó.

Também pode ser que eu tenha que fazer algo inadiável na segunda-feira, por exemplo. Ai, deixo a limpeza da casa para a terça. Não adianta ser inflexível, imprevistos sempre ocorrem.

Já me aconteceu, inclusive, de não conseguir limpar nada durante a semana inteira. Em outubro, por exemplo, não cumpri nenhuma das atividades de limpeza detalhada da Zona 1. Tudo bem: na segunda semana, parti para a Zona 2 como se nada tivesse acontecido. Em novembro, quando voltei à Semana 1, limpei a Zona 1. Sem stress, sem tentar cuidar de duas Zonas ao mesmo tempo, sem autopunição.

Em semanas particularmente atribuladas, uso o sábado como dia curinga. Confesso que detesto quando isso acontece, mas às vezes não tem outro jeito.

Uma vez por semana, dou uma olhada ao meu redor e tento destralhar um pouco mais a Zona correspondente. Na cozinha e nos banheiros, normalmente não consigo; na sala e no quarto, quase sempre arranjo alguma coisinha para desapegar.

Semana que vem, começo a compartilhar minha lista de tarefas para cada Zona.