BlogLista, uma boa idéia

BlogLista Com pouco mais de um mês de vida, a lista de discussão BlogLista vai de vento em popa, confirmando que havia um público carente de um espaço saudável para discussões sobre blogs. A lista foi uma grande sacada do Daniel Becher, que conta com a ajuda e os pitacos de um time de moderadores dedicados: Janio Sarmento, Lucia Freitas, Noronha, Nospheratt, Ricardo Cobra e eu.

Embora nem tudo sejam flores o tempo todo, a lista tem sido bastante proveitosa. Acredito que o simples fato de existirem regras é o suficiente para que os participantes se sintam num ambiente produtivo e passem a zelar para que ele continue assim, num ciclo virtuoso.

É como o péssimo hábito de jogar lixo na rua: se você anda por ruas imundas, sente-se encorajado a aumentar o lixo; se as ruas estão limpas e bem-cuidadas, você fica motivado a conservá-las desta forma (sim, eu sei, há exceções nos dois exemplos, mas funciona assim para a maioria).

A BlogLista conta com um blog próprio como ferramenta complementar. Nele, você encontra links diretamente para os melhores tópicos da semana, a fim de facilitar posteriores consultas. Além disso, já está no ar a página Tudo Sobre Blogs, que reúne material de primeira qualidade sobre o tema. Mais conteúdo será adicionado no futuro – fique de olho!

Folgando na Rede # 12

Rede arco-íris O Roberto Câmara (com a ajuda da Cynara) aproveitou o Dia das Crianças para fazer uma homenagem aos blogueiros. Quem assistiu ao Daniel Azulay, jogou Pitfall, leu a MAD e usou as famigeradas ombreiras vai se divertir com o texto e, como bônus, verá como eram alguns blogueiros quando nem sonhavam com a existência da internet.

Dez dicas para aproveitar melhor a internet compiladas pelo Noronha: devia ser distribuído gratuitamente com cada computador vendido.

Sem muito o que fazer e inspirado pela presepada do Judiciário envolvendo o Twitter Brasil, o Jorge ficou pensando como seria se ele fosse o magistrado encarregado de resolver todas as causas envolvendo internet no Brasil… e chegou à conclusão de que se tornaria a pessoa mais odiada da web!

Dragão Vermelho em Origami Você admira origami, aquele artesanato japonês feito com dobraduras de papel: Então precisa conhecer o site da Yuka Matsumoto. Os trabalhos são de uma delicadeza impressionante, só comparável à sua beleza. É uma idéia criativa para presentear no Natal.

A Maysa não se conformou com a campanha “Eu tenho celulite” da revista Nova que, na realidade, desrespeita as leitoras.

O fim do mundo não veio com o tal acelerador de partículas gigante, mas chegou perto com a crise de crédito que fez as bolsas despencarem nas últimas semanas e levou muita gente a desejar que o LHC tivesse mesmo mandado tudo para os ares. O Alessandro aproveitou a inspiração e escreveu o que os blogs publicarão no Fim do Mundo. O Cardoso tem artigo de 2007 com o mesmo tema: Como os blogs noticiarão o Fim do Mundo – recordar é viver.

O Esparroman saiu-se com essa para os pobres corintihianos: vá a este endereço e digite o CEP 08383-015 (se não vê nada de mais, é porque a brincadeira já mixou – nesse caso, veja o screenshot). Com o atual desempenho do Timão, isso não passará de uma coincidência infame.

A Nospheratt escreveu sobre cópias na internet, esclarecendo que nem sempre há plágio mas, de qualquer forma, você só tem o direito de copiar aquilo que o autor autorizar, ou que configurar mera citação de texto (e citar um texto não é copiar metade dele, nem de longe!).

Para encerrar, um flagrante de abuso dos seguranças do Carrefour contra duas crianças que brincavam na esteira rolante. É de deixar qualquer pessoa indignada a violência contra crianças que, se filhas de madame fossem, não teriam passado por isso.

Obra Completa de Machado de Assis de Graça

Não me lembro de um tempo em que não gostasse de ler. Na formatura do Pré (ou Alfabetização, ou CA), fui a oradora da turma. Com o tempo, viajar nas letras passou a ser um dos meus brinquedos preferidos.

Machado de Assis - Obra Completa Quando chegou aquela época em que a escola começa a cobrar a leitura de trocentos paradidáticos por ano, todos voltados para o vestibular, achei ótimo. Foi nessa época que conheci Machado de Assis, primeiro em Memórias Póstumas de Brás Cubas (um dos meus livros favoritos até hoje), depois em Dom Casmurro, Quincas Borba e outros textos. Foi paixão instantânea.

(É dessa época, também, meu horror a José de Alencar, mas isso já é outro assunto.)

Por gostar tanto desse que que por muitos é considerado o maior escritor brasileiro de todos os tempos, e um dos maiores do mundo, é que achei estranho o centenário da morte de Machado passar em brancas nuvens. Foram poucas as movimentações em torno da data (precisamente, 29 de setembro). Claro, a FLIP 2008 o homenageou, mas a minha impressão (como quem não esteve na FLIP, diga-se) é que os estrangeiros – Neil Gaiman e tal – foram as estrelas.

Talvez por estarem vivos, é verdade. Talvez porque muita gente ainda pensa que só o que vem de fora é que é bom. Talvez porque somos um povo que lê quase nada e que acredita que Paulo Coelho é um excelente escritor – está até na Academia Brasileira de Letras (ah, se Machado visse isso… imagino o que não escreveria a respeito). Talvez porque não dê dinheiro falar de Machado.

Felizmente, uma excelente iniciativa governamental deu algum alento: é o site Machado de Assis – Obra Completa, hospedado no portal do Ministério da Educação. O endereço reúne os textos machadianos (inclusive alguns pouco conhecidos, como poesias e traduções) e os oferece ao público em pdf ou html, gratuitamente. Também traz, entre outras coisas, uma biografia e vários ensaios sobre a obra de Machado, disponíveis para download.

Enquanto o maior best-seller de todos os tempos da última semana custa, digamos, cinquenta reais, você pode baixar todos os livros de Machado de Assis ao custo de um poucos cliques. Que tal, pra variar, dar uma chance a um clássico da literatura universal? Sem preconceitos, sem dizer “ah, é difícil”, sem preguiça. Você vai se surpreender.

Se o problema todo é que ler no computador é cansativo, não se preocupe: os livros de Machado de Assis já estão em domínio público, o que significa que suas reimpressões são baratinhas, em qualquer livraria perto de você.

Serviço

Imagem: Machado de Assis – Obra Completa.

Você existia há 10 anos?

Ou melhor: você existia na internet há dez anos?

Um monte de gente já falou sobre o Google Search 2001: em comemoração aos seus 10 anos de aniversário, o Google abriu uma página de busca especial, com o conteúdo de seu banco de dados mais antigo, de janeiro de 2001 (vi a notícia primeiro no Google Discovery).

A busca web-arqueológica estará disponível durante outubro de 2008 e é uma verdadeira viagem no tempo – em alguns casos, dá até pra ver a “cara” das páginas antigas, graças ao Internet Archive. O Yahoo!, por exemplo, era assim (clique na imagem para ampliar):

Yahoo! em 2001

E ficou assim:

Yahoo! em 2008

Já o Yahoo! Brasil, esse nem existia.

Aliás, o mais divertido é justamente verificar o que não existia em 2001. Por exemplo, uma pesquisa por “Lu Monte” não mostra nada relacionado a mim (só ano passado comecei a assinar dessa forma). “Luciana Monte” traz minha linha de assinatura na falecida lista de discussão Trek-BR[bb] (com meu número de icq!) e outros resultados nada-a-ver (clique na imagem para ampliar).

Luciana Monte - Resultado Google em 2001

Este blog aqui, então, nem sonha em aparecer numa pesquisa por “dia de folga”, já que foi criado em 2003.

No Google Search 2001, “Flickr” retorna 11resultados, nenhum deles ligado ao serviço de compartilhamento de fotos que conhecemos; hoje, há aproximadamente 305 milhões de resultados para a mesma pesquisa.

Já uma busca por “orkut” no Google do passado traz em primeiro lugar a página de seu criador, Orkut Buyukkokten (e você achava que o primeiro nome do cara era esquisito, hein?), hoje ultrapassado de longe por sua criatura.

Aproveite a brincadeira enquanto ela está no ar e confira se você existia no mundo virtual em 2001.