Palm OS versus Windows Mobile

Quando comprei meu primeiro pda (personal digital assistant ou assistente pessoal digital), em 2002, existiam dois sistemas operacionais e uma piada: “Preciso de um pda que funcione, não de algo que trave quando mais preciso, como meu PC!”. Essa frase resumia a briga entre Palm OS e Windows CE.

O Palm OS era considerado um sistema intuitivo, rápido e estável; seu concorrente, o Windows CE, era visto como instável e pouco prático. Além disso, os pdas movidos a Windows CE costumavam ser maiores e mais pesados – reflexo da maior capacidade de processamento exigida pelo sistema -, eram um bocado mais caros e seu uso não era tão simples. Por esta época, os grandes fabricantes de pdas com Palm OS eram a Palm (na época, dona do sistema operacional de mesmo nome e líder de mercado) e a Sony – esta com aparelhos reconhecidamente melhores (e mais caros) que os da Palm. Já o Windows CE ficava principalmente nas mãos da HP (antes Compaq).

O tempo passou e os pdas da Palm ficaram presos no passado. A Sony, com sua linha Clié, trazia pdas com telas cada vez mais bonitas e câmeras fotográficas embutidas. Enquanto isso, o Windows CE continuava correndo por fora, buscando ganhar mercado.

Em 2003, a Sony desistiu de fabricar pdas. Os aparelhinhos já não vendiam tanto quanto no fim dos anos 90. Acreditava-se que eram equipamentos superados, perdendo território para os cada vez menores e mais poderosos laptops. A Palm passou a ser praticamente a única fabricante de pdas com Palm OS.

Só que os aparelhos da Palm não apresentavam grandes inovações, e cada lançamento era um tanto frustrante. Por outro lado, a HP melhorava constantemente seus pdas e outras empresas começaram a se interessar em fabricar pdas com o sistema do Bill Gates. Ao mesmo tempo, a Microsoft começou a trabalhar no Windows CE, tornando-o cada vez mais estável e versátil.

O Palm OS ficava tão defasado quanto as maquininhas que o rodavam. Sua fama de estabilidade e baixo custo, contudo, prevalecia. Embora as vendas tivessem caído tremendamente, a Palm ainda ocupava uma boa fatia do mercado. Levando-se em conta, ainda, que Bill Gates não é a pessoa mais amada do mundo, costumava-se dizer que migrar para um pda movido a Windows era passar para “o lado negro da força”.

Não sou fã da Microsoft ou do tio Gates. Quando comecei a pensar em trocar de pda, há poucos meses, nem cogitei a hipótese de pegar um com Windows – agora conhecido no mundo dos pdas e smartphones como Windows Mobile. Justo num momento em que penso seriamente me familiarizar-me com o Linux, logo após a polêmica do Windows Genuine Advantage, por que trocar meu velho Palm por um pda com um sistema operacional criado pela Microsoft?

Porque é o melhor. Simples assim.

Não costumo consumir tecnologia por impulso. Gosto de pesquisar, ler a respeito, virar o Google de cabeça para baixo antes de comprar um aparelho ou usar um software diferente (como o WordPress, que move este blog). Lendo uma análise feita numa edição de novembro de 2005 da PC Magazine, fiquei intrigada por ver o Windows Mobile levar a melhor sobre o Palm OS. Depois disso, foi só pesquisar um pouco e render-me aos fatos.

O sistema da Microsoft evoluiu e tornou-se muito estável. Travamentos ainda são reportados, mas geralmente são causados por softwares de terceiros – um problema que também acontece no meu velho Palm IIIxe.

O Windows Mobile é um ambiente multitarefa. Na prática, isso significa que você pode, por exemplo, digitar uma palestra no pda e, ao mesmo tempo, gravar o que está sendo dito. Algo impensável para um Palm.

Além disso, nos pdas com Windows Mobile é comum a presença das tecnologias wi-fi e bluetooth, resultando num alto poder de conectividade. A gravação de voz também é item de série. Para conseguir-se tudo isso num produto da Palm, tem-se que adquirir o LifeDrive – pesado, lento e caro, um aparelho que promete muito, mas não corresponde.

Para completar, o Windows Mobile vem com pacotes ótimos de softwares, que variam de aparelho para aparelho, mas incluem sempre o Pocket Office – que, obviamente, é 100% compatível com o Microsoft Office. A criação e transferência de arquivos do Word, por exemplo, é brincadeira de criança (no pdas com Palm OS, ela é possível, mas é necessário um conjunto de programinhas e algum trabalho com a formatação). Conta-se, ainda, com o Outlook para organizar contatos e compromissos de forma eficiente.

Um último argumento é que até a Palm, grande usuária do Palm OS (apesar do nome, trata-se de duas empresas distintas há alguns anos) está se rendendo ao Windows Mobile, algo que sempre pareceu impossível. Seu novo smartphone, o Treo 700w, vem com Windows Mobile 5. Aliás, o WM não pára de aumentar sua participação no mercado, enquanto o Palm OS amarga franca decadência.

Não adianta remar contra a maré. Não faz sentido usar, por pura ideologia, um sistema pior, mais fraco e abandonado pelos próprios desenvolvedores. Já foi anunciado que o Palm OS não será mais atualizado e há diversas incertezas sobre os rumos do sistema operacional – se é que haverá algum tipo de continuidade.

É a velha história: “contra fatos não há argumentos”. Assim é que, dentro de pouco tempo (espero), estarei de mudança para o tal “lado negro da força”.

Contribuiu decisivamente para esta minha mudança de ponto de vista a Bia Kunze, que possui um excelente blog, o Garota Sem Fio, em que trata em profundidade de tecnologia móvel. Para quem procura informações sobre palms e pocket pcs, a categoria PDA do Garota Sem Fio é leitura indispensável e seus podcasts trazem informações valiosas.

Outro blog que traz dicas interessantes sobre pdas é o Contraditorium, do Carlos Cardoso.

Para conhecer mais sobre pdas em particular e tecnologia móvel em geral, há ótimos sites em português especializados no tema:

Palmland: apesar do nome, traz avaliações de diversos modelos de pdas e smartphones (vale lembrar que a marca “palm” virou sinônimo de pda, dada a antiga hegemonia de mercado, da mesma forma que “bombril” é sinônimo de palha de aço).

PalmBrasil: também abrange o Palm OS e o Windows Mobile. Ótimo para iniciantes no mundo dos pdas.

Mundo sem fio: sobre tecnologia móvel, com destaque para celulares e smartphones.

SeuCelular.com: fórum com diversas avaliações de celulares e smartphones.

portalPPC: voltado para o Windows Mobile, com ótimas análises de pdas e smartphones que usam esse sistema operacional. Em português de Portugal.

PPT.net: também em português de Portugal e também dedicado a aparelhos com o Windows Mobile.

Em inglês, vale consultar:

PDAgold: dedicado ao Windows Mobile.

My Product Advisor: um “conselheiro virtual” que propõe diversas questões sobre o que é importante, para você, num equipamento (o site abrange celulares, pdas, câmeras digitais e até carros) e, baseado nas suas respostas, indica os aparelhos mais convenientes. Mais uma dica do blog da Bia Kunze.

101 Coisas em 1001 Dias

A missão: completar 101 tarefas num período de 1001 dias.

O critério: as tarefas devem ser específicas (sem ambigüidades) e devem ter como resultado algo mensurável, ou claramente definido. Também devem ser realistas e exigir algum esforço no seu cumprimento.

A idéia: Michael Green. No site, você encontrará dezenas de listas para tomar como exemplo na hora de criar a sua.

Em português: Patricia Muller. No 101 Coisas em 1001 Dias, criado pela Patricia especialmente para o projeto, há instruções detalhadas e uma lista de participantes brasileiros.

Para calcular o último dia do projeto: Calculator.

Meu prazo teve início em 15 de junho de 2006 e expira em 12 de março de 2009. Faltam e 85 coisas.

O projeto lembra a clássica listinha de resoluções de ano novo. A diferença é que você tem quase o triplo do tempo pra cumprir suas metas – desta forma, elas podem ser mais complexas e, ainda assim, possíveis.

Minha lista:

Mudança de hábitos

  • 1. Arrumar a cama antes de sair de casa por um mês – comentado em texto de 29.08.2006.
  • 2. Comprar frutas uma vez por mês, durante um ano (e comê-las) – iniciado em agosto de 2006.
  • 3. Tomar uma caixa de chá verde por mês, durante seis meses.
  • 4. Manter uma “To Do List” durante seis meses – iniciado em agosto de 2006.
  • 5. Não comer doces de segunda a quinta, por um mês.

Compras

Blog & Web

Hobbies & Cultura & Lazer

  • 30. Sair para fotografar 10 vezes. (2/10)
  • 31. Testar 15 novas receitas. (2/15)
  • 32. Fotografas as acácias (ou seja lá o que forem) amarelas e rosas em Brasília, na próxima florada. E, de quebra, fotografar o flamboyant em frente ao TJDFT.
  • 33. Organizar minha coleção de cartões telefônicos e trocar os que não me interessam.
  • 34. Cumprir uma lista do projeto fotográfico 26 Things
  • 35. Assistir a 100 dos 250 filmes recomendados pelo IMDB que ainda não vi.
  • 36. Ler 10 livros da lista dos 50 livros que você não pode morrer sem ler (e que, adivinha?, depois coloco aqui).
  • 37. Fotografar a lua cheia quando estiver maravilhosamente grande e amarela.
  • 38. Organizar três fondues ou queijos & vinhos. (0/3)
  • 39. Conseguir um emulador de atari (e os joguinhos) para meu computador.
  • 40. Ir a Nova Iorque
  • 41. Ir a Buenos Ayres
  • 42. Voltar a Pirenópolis e conhecer a Vagafogo
  • 43. Assistir a Nosso Amor de Ontem, filme citado no meu episódio favorito de Sex and the City.
  • 44. Assistir a Abre los ojos (como, não sei, já que não existe para aluguel nesta cidade), filme que deu origem a Vanilla Sky, um dos meus preferidos.
  • 45. Almoçar ou jantar em três restaurantes nos quais nunca estive. (0/3)
  • 46. Ir a um restaurante tailandês.
  • 47. Fazer ao menos 20 propostas do livro da tribo. (0/20)
  • 48. Visitar novamente o Memorial JK, que conheci aos 11 anos e ao qual nunca mais voltei.
  • 49. Plantar uma árvore.

Pendências

  • 50. Fazer uma previdência privada.
  • 51. Vender meu Palm IIIxe com teclado.
  • 52. Vender minha câmera digital Sony U20 – comentado em texto de 29.08.2006.
  • 53. Terminar de ler meus livros de fotografia.
  • 54. Ler o livro de História da Arte que passei meses querendo e ainda nem abri.
  • 55. Trocar o protetor do colchão – comentado em texto de 22.11.2006.
  • 56. Passar meus cds preferidos para mp3.
  • 57. Passar de vhs para dvd os vídeos que realmente importam e me livrar dos demais.
  • 58. Passar adiante o terço que um amigo me deu há tempos com esta condição.
  • 59. Substituir meus temperos em potinhos de plástico por potes de vidro – comentado em texto de 28.07.2006.
  • 60. Acabar de digitar antigos textos.
  • 61. Organizar e partilhar a árvore genealógica do lado materno da minha família (ao menos, a parte de que tenho conhecimento).
  • 62. Vender meu jogo “Talento”, se não jogá-lo pelos próximos dois anos.
  • 63. Enviar para alguém que se interesse os cartões postais de Brasília que estão por aqui (depois que eu os encontrar).
  • 64. Resolver a infiltração no banheiro – comentado em texto de 22.11.2006.
  • 65. Consertar o vídeo-cassete, ou comprar um gravador de dvd para usar com a tv.

Solidariedade

  • 66. Descobrir algum trabalho voluntário de que goste e que valha a pena.
  • 67. Comprar alguma coisa com a marca O Câncer de Mama no Alvo da Moda.
  • 68. Adotar, nos próximos três anos, ao menos uma cartinha escrita para o Papai-Noel. (0/3)
  • 69. Dar toda e qualquer roupa não usada em 900 dias (exceções: roupas de inverno e de gala) – o prazo expira em primeiro de dezembro de 2008.

Organização

Desafios

  • 77. Ficar cinco dias seguidos sem usar salto alto.
  • 78. Juntar grana suficiente para financiar um apartamento (ainda que resolva não fazê-lo).
  • 79. Comprar uma peça de brechó, e usá-la.
  • 80. Zerar o Notpron. (Nível 72 de 139)
  • 81. Fazer uma tatuagem, ou abandonar definitivamente a idéia.
  • 82. Inscrever uma foto minha em algum concurso de fotografia.
  • 83. Conseguir ficar por 20 minutos numa festa em que não conheça ninguém.
  • 84. Patinar no gelo (serve rinque de shopping).
  • 85. Criar um projeto original e interessante.
  • 86. Passar um mês sem comprar roupas, maquiagem ou acessórios de qualquer espécie – comentado em texto de 22.11.2006.
  • 87. Adequar minha massa magra e minha massa gorda aos parâmetros estabelecidos na avaliação física da academia de ginástica.
  • 88. Seguir à risca, ao menos uma vez ao longo dos 1001 dias, a “dieta de emergência” que, depois, publicarei aqui – dieta feita entre 03 e 08 de setembro e publicada no blog em 14.09.2006.

Aprendizado

  • 89. Voltar a estudar italiano, ou francês.
  • 90. Voltar para as aulas de dança por dois semestres, no mínimo.
  • 91. Fazer aulas de canto.
  • 92. Começar uma pós-graduação.
  • 93. Instalar o Linux no computador de casa.
  • 94. Dirigir na estrada por mais de 100 quilômetros.
  • 95. Aprender a atirar.
  • 96. Fazer um curso de LIBRAS.
  • 97. Entrar no Jus Navegandi toda semana e ler ao menos um artigo, durante seis meses.
  • 98. Ler os informativos do STF toda semana durante, no mínimo, seis meses.
  • 99. Ler 30 reportagens em francês. (0/30)
  • 100. Ler 30 reportagens em italiano. (0/30)

Última Coisa

  • 101. Decidir, em 12 de março de 2009, se quero fazer uma nova lista de 101 Coisas em 1001 Dias.

Sinais de fumaça

O blog agoniza, mas não morre.

E nem sei direito o que estou fazendo tanto que não consigo atualizar isso aqui. Talvez falta de empolgação com o Dia de Folga. Talvez falta de empolgação comigo.

Essa mania de ver tudo pelo lado sombrio. Esse estado de espírito blasé.

Não é que a vida esteja ruim. Mas também não está assim, uma brastemp.

Copo sempre meio-vazio, sabe?

Enfim.

Enfins.

Tem projeto novo na área. Já ouviu falar de 101 Things in 1001 Days? Pois então. Vi no blog de um amigo, descobri que a idéia é de um neo-zelandês e, como prefiro o bom e velho português para tudo, pesquisei por páginas brasileiras sobre o tema. E não é que já existe mesmo uma versão do projeto em português, muito caprichada, feita pela talentosa Patricia, do Sinestesia?! O projeto 101 Coisas em 1001 Dias já conta com várias adesões e tem até comunidade no orkut.

Se vou participar? Pretendo, de verdade, desde que consiga acabar minha lista que, em três dias de árduo esforço, não está nem na metade ainda.

E um dos projetos é melhorar o layout desse blog, que esse aqui já deu. As ruivas continuarão, provavelmente, mas o visual berrante-anos-oitenta deve dar lugar a algo mais leve. Veremos. E haja estudo de css pra fazer as alterações que estou pretendendo.

Cansaço

Joel, I’m not a concept. Too many guys think I’m a concept or I complete them or I’m going to make them alive, but I’m just a fucked up girl who is looking for my own peace of mind. Don’t assign me yours.
(Clementine, em “Brilho eterno de uma mente sem lembranças”.)

Meu corpo está gritando por uma folga. Meu espírito não acharia nem um pouco ruim se eu parasse um pouco, apenas alguns dias. A dura realidade é que não existe um botão “pause” para a vida, e também não é possível apenas boiar com a maré.

*sigh*