Nada de “objetivos para 2007”

Tenho alguns medos muito bobos.

Medo de cigana esperando incautos na calçada, com olhar fixo e rogando praga.

Medo de bate-bola, trauma de infância mesmo. Quem não morou no Rio, nem sabe o que é isso. Aliás, ainda existe essa figura?

Medo de ver filme de terror sozinha, especialmente no cinema.

Medo de fogo e queimadura – devo ter sido bruxa em alguma vida passada e fui queimada na fogueira.

Medo de resoluções-de-fim-de-ano.

Bem, na verdade, não são as resoluções que me assustam, mas as promessas públicas. No meu caso, o simples ato de verbalizar a intenção de fazer alguma coisa no ano novo já é o primeiro passo para não fazê-la. Escrever no blog, então, é tão agourento que a promessa-de-ano-novo será de ano-velho-ano-novo-ano-velho-ano-novo eternamente.

Vai daí que, embora eu tenha minhas metas e esteja decidida a mudar algumas coisas nesse período de onze meses e alguns dias que temos pela frente, prefiro guardá-las só para mim. Então, Alecrim e Daniel Costa, obrigada pelo convite para participar da tag “Objetivos para 2007”, mas vou ter que furar essa.

Como a paranóia é individual e sem qualquer comprovação científica, afetando tão-somente esta que vos escreve, desejo ao Daniel, ao Alecrim e a todos os outros que definiram objetivos para 2007 o sucesso absoluto em seus projetos. Se você se interessou em participar da corrente, considere-se indicado, siga os links acima para conhecer a proposta e coloque-a em prática.

Por outro lado, como minhas restrições atingem apenas promessas-de-ano-novo, minha lista de 101 Coisas em 1001 Dias é pública e ainda está em vigor, com tarefas sendo cumpridas constantemente (ao contrário das minhas atualizações referentes ao projeto, que não andam nada constantes).

Eu nem queria, mesmo.

Nunca vi um produto potencial ser tão comentado na blogosfera como o tal iPhone, da Apple. Depois que a marca emplacou o iPod, tudo que ela promete lançar torna-se hit antes mesmo de sair do papel.

Pois bem: depois de meses de especulação, o iPhone está (quase) virando realidade. Steve Jobs apresentou o protótipo esta semana, na MacWorld Expo 2007, em San Francisco, EUA. Imediatamente, o assunto virou febre na web, perdendo espaço apenas para o bloqueio do youtube provocado por dona Cica, embora o modelo só esteja no comércio a partir de junho, a um preço salgado que começa em quinhentas doletas.

Deixo a descrição do aparelhinho por conta deste texto do Meio Bit, que também indica os links para a página do produto no site da Apple. Eu vi o site, assisti ao videozinho uma três vezes e, admito, babei. O ponto alto é a integração entre telefone celular, câmera fotográfica e o consagrado mp3 player da Apple, tudo num aparelho com tela sensível ao toque. Além disso, é um gadget de grife e inegavelmente lindo.

Agora, sem querer dar uma de raposa contemplando uvas inatingíveis, o iPhone não é a última cocada do tabuleiro. Para começar, não possui slot de expansão, deixando o comprador limitado à memória que o aparelho oferece de fábrica e que nem é tanta assim: 4 GB ou 8 GB. Já existem iPods de 80 GB, logo vê-se que 8 não é tanto assim. A câmera fotográfica também poderia ter uma resolução maior – a Nokia, nos seus últimos lançamentos de celular, já usa câmeras de 3 megapixels. Ainda por cima, o iPhone somente será vendido em conjunto com planos de minutos contratados com a operadora Cingular, ao menos durante os primeiros anos, o que já deixa os brasileiros de fora (até encontrarem uma forma de desbloquearem o aparelho).

A pior parte, na minha opinião, vem agora: é impossível instalar softwares de terceiros. Quem tem celular rodando Symbian (presente nos modelos mais sofisticados da Nokia) sabe como os programinhas adicionais enriquecem as funções do aparelho. Os proprietários de pocket pc phone ou treo também estão acostumados à facilidade. O iPhone permitirá apenas a instalação de widgets, pequenos aplicativos criados para funções restritas, como informar a previsão do tempo e, em princípio, feitos exclusivamente pela Apple.

Para bagunçar o coreto, a Cisco Systems está processando a Apple por uso não autorizado do nome iPhone, de propriedade da Cisco e usado por ela para designar seu telefone projetado para uso em redes VoIP como o Skype.

Com tantos problemas e limitações, essa agitação toda em torno do iPhone revela-se “muito barulho por nada”, ou por muito pouco, na melhor das hipóteses. Com menos dinheiro é possível comprar aparelhos mais completos que, se não têm o charme de um iPod incrementado, também não têm as restrições impostas pela Apple. Será que só a grife bastará para tornar o iPhone um sucesso de vendas?

Tarefas cumpridas

A gincana pessoal continua, com novos progressos:

20. Mais um conjunto de roupa de ginástica: não propriamente um conjunto, mas uma nova calça “legging” de lycra e algumas camisas estillo “baby-look” de algodão. Isso pra não mencionar as luvinhas (vermelhas, claro!) para ajudar na musculação. E já estou querendo comprar mais umas roupas.

25. Limpar minha caixa de emails: feito e refeito duas vezes, já. No fim das contas, é uma tarefa constante. O complicado foi fazer a primeira limpeza, agora está razoavelmente fácil manter a organização.

55. Trocar o protetor do colchão: transpiro muito enquanto durmo, especialmente porque insisto em usar o edredom, não importando a temperatura. O protetor é uma espécie de forro de algodão fresquinho e macio, que deixa o colchão ainda mais gostoso e protege contra a transpiração. Descobri que não precisava ser trocado, apenas bastava colocá-lo direito…

64. Resolver a infiltração no teto do banheiro: em julho, entrei em contato com a proprietária do meu lar, doce lar. No mesmo mês, falamos com a proprietária do apartamento de cima – afinal, cabia a ela arcar com os custos do conserto. Aí, começou a enrolação. No fundo, entendo perfeitamente a demora da vizinha de cima: o prédio é novo, ninguém espera que dê esse tipo de problema e nem sempre a gente tem dinheiro disponível para uma eventualidade dessas. Enfim, após meses de incômodos crescentes para mim, o conserto foi providenciado. Entre meados de outubro e meados de novembro, tudo voltou ao normal, o banheiro tornou a ser perfeitamente usável e eu acabei ganhando (de mim mesma, é verdade) um novo gabinete, já que o pedreiro fez o favor de quebrar o espelho do antigo (que era feio e baratinho, então achei até bom ter pretexto para trocá-lo).

86. Passar um mês sem comprar roupas, maquiagem ou acessórios de qualquer espécie: essa foi dificílima! Felizmente(?), a troca do carro e a subseqüente pindaíba serviram de reforço para que eu não comprasse nada entre 20 de setembro e 20 de outubro. Nem preciso dizer que corri pro shopping no dia 21, para combater a profunda crise de abstinência que tomou conta de mim.

Tem mais, tem mais… fica pra semana que vem.