Folgando na Rede # 8

Televisão

A entrega do Emmy 2007 foi ontem e a figura aqui, num surto de amnésia, nem se deu conta. Na lista dos vencedores, senti falta do meu amado-idolatrado-salve-salve Hugh Laurie. Foi sua segunda indicação ao prêmio e a segunda derrota (em compensação, o moço levou dois Globos de Ouro consecutivos).

Band From TVA propósito, você sabia que Hugh Laurie, Greg Grunberg, James Denton e outros famosos da televisão têm uma banda de rock? Sob o originalíssimo nome de Band From TV (isso mesmo, Banda da TV) os caras tocam por diversão e o dinheiro que ganham com a brincadeira é doado a instituições de caridade. Até gravaram umas faixas para o cd da trilha sonora da terceira temporada de House (na verdade, há músicas das três temporadas).

Atualização: adivinha quem tocou na festa que rolou após o Emmy? Como disse um dos comentaristas por lá, aposto que o James Spader não faz isso!

Vídeos

Você já viu o curta O Paradoxo da Espera de Ônibus? Interessantíssimo. Quem nunca passou por situação semelhante? O Cirilo fez a transcrição do texto.

Esta lista saiu pouco antes da estréia de Os Simpsons no Brasil: Os momentos mais conectados dos Simpsons.

Toda a informação online do mundo foi perdida após pane da internet (em inglês). Brincadeira, claro. Já pensou se fosse verdade?

Blogosfera

O Edney resolveu brincar de ranking no mês passado (coisa de que a blogosfera nem gosta) e fez dois: Top 100 blogs brasileiros segundo o Technorati e Top 100 blogs brasileiros segundo o Pagerank e os Backlinks.

Se o seu blog não figura nesses rankings e em nenhum outro, não se desespere: você pode estar na lista da Tia Liliana!

Geek

Circula um novo termo pelo meio geek: é o tal do bacn. O bacn (de bacon, mesmo) é aquele email que você até pediu pra receber (diferentemente do spam), mas que atola sua caixa postal e pode atrapalhar a produtividade. Será que esse nome “pega”?

O TouchGraph Google Browser desenha as ligações de um site ou palavra-chave web afora. Experimente digitar o endereço do seu blog, por exemplo, e clicar em “graph it!”.

5 músicas marcantes

Fui convidada pelo Paulo, do Mundo das Tribos, para seguir a TAG (meme não tem convite, capice?) “5 músicas da hora”.

Para restringir e facilitar minha escolha, esta lista será temática: indicarei 5 músicas “da hora” de estar com turmas que tive em diferentes fases da vida.

Você Não Soube Me Amar, Blitz[bb]: a primeira música “de adulto” que cantei em grupo. Eu tinha uns 7 anos e ia de ônibus escolar para o colégio. A galerinha do fundão, mais velha, entoava essa música a plenos pulmões. Não sei se cheguei a cantar junto – provavelmente não – mas o registro ficou na memória. Voltei a ouvir Blitz uns dez anos depois.

Losing My Religion, R.E.M.: a turma toda morava no mesmo prédio e estava na mesma faixa etária. Todos os domingos, rolava discoteca (praticamente matinê) no clube vizinho. Era 1992 e essa música tocava todas as vezes. Se estivéssemos tomando uma coca-cola ou conversando fiado, voltávamos para a pista na mesma hora. Foi a primeira música em inglês que aprendi a cantar do início ao fim. Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda, Kid Abelha[bb]: a música foi regravada pela banda em 1996 e virou o hino da viagem de 3º ano. Era quase impossível entrarmos e sairmos do ônibus sem puxarmos a estrofe ao menos uma vez. Jogávamos as mãos para o céu e sonhávamos com o romantismo de uma casinha de sapê, no melhor estilo um-amor-e-uma-cabana. Como éramos inocentes… How Bizarre, OMC: a turma de 1999 ia à mesma boate todos os sábados. Essa música era indefectível. Os rapazes (eu costumava ser a única garota do grupo que, afinal, era bem pequeno) caprichavam na coreografia para o refrão. Quem estava por perto parava para olhar. Sim, era meio ridículo, mas tremendamente divertido. Depois dessa fase, comecei a achar boates um tédio. Faroeste Caboclo, Legião Urbana[bb]: marca registrada de qualquer rodinha em que exista um violão, na capital federal. Tocar é fácil: são 2 acordes na maior parte do tempo, e os outros podem ser ignorados sem que ninguém perceba, já que a roda toda fica concentrada em recordar a letra – os 159 versos que não se repetem ao longo de 9 minutos de canção são um verdadeiro desafio. Dizem por aí que a música vai até virar filme.

Para complementar o Top 5, que tal assistir aos vídeos guardados naquele que tudo vê?

Seguindo a tradição das tags, indico alguns blogueiros para responder: quais as 5 músicas “da hora” para vocês?

  • Ciléia, do Chata.com, que até fez um texto sobre música há quase um mês e, desde então, abandonou o blog
  • Rafael, do Futilidade Pública, já que recentemente recebeu trocentas dicas musicais
  • Marilyn, do Toda Menina, porque a vida é sempre musical, alternando choro e samba…
  • Lu, do Subterfúgio, que escreve logo no perfil que ama música
  • Dudu, do Águas Claras, que dedica um bom espaço no seu blog para falar do assunto

Folgando na Rede # 1

Rede arco-írisTradicionalmente, não publico textos nos Dia de Folga aos sábados e domingos – primeiro, porque a audiência cai aos fins-de-semana, segundo porque eu também mereço uma folguinha.

Mas-contudo-porém-todavia, tradições estão aí para serem quebradas. Sendo assim, a partir de hoje publicarei, aos sábados, um pequeno (juro!) artigo com links interessantes encontrados durante a semana.

Além de servir para posterior consulta (minha e dos internautas), será uma forma de retomar a proposta original da categoria Blogosfera, que era divulgar blogs legais que eu encontrava por aí. As indicações, porém, não ficarão restritas a blogs – qualquer coisa que desperte meu interesse e esteja na web aparecerá por aqui.

Com vocês, o Folgando na Rede. 🙂

Para ler

Crash Tester: a Jess Aline está voltando, em novo endereço e usando o amado-idolatrado WordPress. O Crash Tester fala sobre tecnologia e novidades na web numa linguagem leve e traz outros assuntos menos geek, como música e televisão.

De(ath)sign – Baseado em Fatos Estúpidos: site de quadrinhos sobre as agruras da profissão de designer. Divertidíssimo, especialmente se você nunca passou pelas situações ali descritas. Vi primeiro na teoria glacial.

Discussão sobre Código de Conduta em blogs: Tim O’Reilly, o criador da expressão (não do conceito de) “web 2.0” propôs um código de conduta para blogs. As regras sugeridas por O’Reilly têm sido discutidas na blogosfera e sofreram inúmeras críticas. De minha parte, defendo a liberdade de expressão de todo blogueiro, bem como o direito de ditar suas próprias regras dentro do seu espaço na web. A Nospheratt escreveu um ótimo artigo sobre os perigos desta espécie de censura pretendida por O’Reilly.

Para ouvir

Uso de computador à noite pode atrapalhar o sono, segundo pesquisa divulgada por Gilberto Dimenstein. Tenho a ligeira impressão de que isso também pode afetar as horas de sono dos não-tão-jovens… O primeiro link carrega o arquivo de áudio (em wma).

Para assistir

Como funcionaria a web 2.0 no “mundo real”? Um pessoal maluco resolveu experimentar e criou um Supermercado 2.0. O vídeo, muito bem bolado, brinca com conceitos como tags e feeds e com alguns serviços, como del.icio.us, Flickr, orkut e Pandora (para mim, a metáfora mais divertida). Em inglês. Vi primeiro no The Brack-up Brain Weblog.

Mais da Mesma

A última idéia de gênio da Cicarelli é dar uma de joão-sem-braço. Diz que não entrou com ação contra o youtube, que isso é coisa do namorado dela, exclusivamente. Dona Cica dignou-se a vir a público, mais exatamente ao Jornal da Globo exibido no fim da noite de 09 de janeiro, para contar essa história. A repórter pressionou: “Mas essa não teria sido uma decisão tomada pelo casal, você e seu namorado?”. E Cica sustentou: “Não, de jeito nenhum. Se fosse idéia minha também, eu não esconderia meu nome, porque pelo menos poderia ganhar a indenização”.

Bem, essa é a mesma lorota contada pela MTV em seu blog, no meio da tarde. O Cardoso já foi atrás de desmentir e o fez citando o site Consultor Jurídico. Vale a pena ler o texto do Consultor na íntegra, pois há excelente voto divergente (ou seja, em sentido contrário à decisão tacanha do desembargador Ênio), de uma lucidez que nos faz perceber que nem tudo está perdido no judiciário brasileiro:

A análise de qualquer direito fundamental que não considere este novo veículo de comunicação [a internet] será inadequada como forma de traduzir o também novo sentimento jurídico acerca de qualquer tipo de censura ligado às empresas nacionais que mantêm páginas na internet, esta maravilhosa rede de computadores que encurtou todas as distâncias, que fez o tempo passar tão velozmente a ponto de o furo de reportagem da manhã estar envelhecida no começo da tarde, e em que o mundo, com os seus fatos importantes e de interesse geral da sociedade, aparece a um clique na tela do computador pessoal de cada cidadão.

Ignorar esta realidade poderá conduzir, não raro, a uma decisão judicial absolutamente inócua, quase surreal, porque enquanto o mundo todo já viu as imagens e leu as notícias (inclusive guardando-as em seu computador pessoal os que as colecionam), e que continuam espalhadas em incontáveis outros sites pelo mundo a fora, acessíveis a qualquer brasileiro, censura-se um provedor brasileiro de manter na sua página eletrônica o que todo mundo já viu e que o mundo inteiro continua mostrando.

Nesse contexto novo, não se pode cogitar de direito à privacidade ou à intimidade quando os autores, apesar de conscientes de serem figuras públicas, em especial a modelo Daniela Cicarelli (e quem a acompanha evidentemente não ignora o fato), se dispõem a protagonizar cenas de sensualidade explícita em local público e badalado como é a praia em que estavam, uma das que compõem o que se poderia chamar de riviera espanhola, situada na Costa da Andaluzia, no município de Cádiz.

Pessoas públicas, cuja popularidade atrai normalmente turistas e profissionais da imprensa em geral, particularmente os conhecidíssimos “paparazzi” da Europa, não podem se dar ao desfrute de aparecer em lugares públicos expondo abertamente suas sensualidades sem ter a consciência plena de que estão sendo olhados, gravados e fotografados, até porque ninguém ignora, como não ignoravam os autores, que hoje qualquer celular grava um filme de vários minutos com razoável qualidade.

O voto continua na página seguinte. O desembargador que o proferiu foi Maia da Cunha. A blogosfera concentrou-se na mazela (o que é natural) e nem reparou nessa voz contrária. Eu mesma só li o voto divergente por acaso, porque cliquei na tal página do Consultor e rolei o texto quase sem querer. Só não digo que o voto divergente foi brilhante porque a questão seria óbvia e pacífica, não fosse a mentalidade estreita do relator do processo. É assim mesmo: o metal polido parece verdadeiro ouro em comparação à feiúra de restos enferrujados. De todo modo, é bom percebermos que há gente competente, lúcida e de visão contemporânea na Justiça brasileira.

Por outro lado, o que acontece no jornalismo? O Jornal da Globo costumava ser o melhor noticiário da emissora. Veiculado num horário menos nobre e, na prática, mais elitista, tinha o hábito de aprofundar matérias e não subestimava a capacidade do telespectador – ao contrário do Jornal Nacional, cujo editor-chefe considera o telespectador tão inteligente quanto o Homer Simpson. Realmente, não sei como anda a linha editorial do Jornal da Globo (não vejo televisão aberta regularmente há tempos), mas deve ter decaído, ou as informações prestadas por Cicarelli teriam sido checadas. Uma simples busca no Google desmentiria a modelo. O Jornal, no entanto, optou por divulgar declarações mentirosas como se verdadeiras fossem. Surpreendente. Ou talvez não.

Segredo de justiçaVai ver que as assessorias de imprensa da Cicarelli e da MTV (espero que estejam na mão da mesma pessoa – é melhor do que acreditar que dois assessores distintos julgaram que a opinião pública é idiota) tenham pensado que o papinho iria “colar” só porque o processo corre em segredo de justiça, como revela rápida pesquisa no site do Tribunal de Justiça de São Paulo (clique na imagem ao lado para ampliar). Esqueceram-se de que a pesquisa por nome da parte e algumas consultas ao Google impediriam o anonimato.

Aliás, pra alguém que estava tão à vontade na praia espanhola, a modelo e pretensa apresentadora anda bem tímida agora.