5 livros marcantes

O Adão Braga já havia me convidado no mês passado, e esta semana o Norberto Kawakami também se lembrou de mim. Eles perguntam quais os 5 livros que mais me marcaram.

Vou aproveitar a mesma lista que fiz para o Top 5 proposto pelo Darren Rowse em maio:

Se você quiser saber por que escolhi esses livros, vá ao artigo original e leia meus comentários sobre cada um deles.

Para não ficar só no control+c-control+v, resolvi deixar mais cinco indicações para os leitores de plantão:

O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint Exupery[bb]: eu sei, parece coisa de “miss”, mas a verdade é que todo mundo deveria ler esse livro algumas vezes durante a vida. Cada leitura revela novas nuances.

Contato, de Carl Sagan: como seria o contato com seres extraterrestres? Carl Sagan criou um romance de ficção científica permeado por discussões éticas e confrontos entre ciência e religião.

O Nome da Rosa, de Umberto Eco: na Idade Média, época em que a Igreja ditava a verdade e detinha o saber, cabe ao frade Guilherme de Baskerville lançar lógica sobre as trevas e desvendar misteriosas mortes.

O Ponto de Mutação, de Fritjov Capra: livro de não-ficção, em que humanismo e ciência exata se encontram a fim de propiciar uma visão holística sobre o ser humano. Não é um livro místico, mas científico.

O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder: um passeio por diversas correntes filosóficas, desde os pré-socráticos até os existencialistas. Ao contrário de O Ponto de Mutação, sua leitura é leve e romanceada.

Enquanto fazia a lista, notei que os cinco livros têm muito em comum. Em todos, são abordadas mistérios inerentes à condição humana. De que somos feitos? O que acontece quando morremos? Estamos sozinhos no universo? Existe uma divindade a olhar por nós? Questões eternas, que já consumiram rios de tinta e sempre conduzem à resposta socrática: “só sei que nada sei”.

Para dar continuidade à tag, relacionando 5 livros marcantes, indico os blogueiros:

Folgando na Rede # 5

Top 5A Nospheratt teve a paciência de Jó de caçar, entre os 893 participantes do Top 5 Grouping Writing, os poucos 19 brasileiros. Isso dá uns 2% do total, o que confere com a estatística divulgada pelo G1 de que apenas 2% da blogosfera fala português.

Eu também participei. Não ganhei os mil e um dólares de prêmio (nunca me dei bem em sorteios), mas choveram links para o blog, e essa é a verdadeira graça da promoção. A outra parte legal é conhecer novos blogs. Por ambas as razões, e seguindo o conselho da Nosphie, transcrevo a lista aqui. Para não dizer que só copiei e colei, fiz uma ordenação por nome de blog.

Sugiro que visite os artigos e aproveite para dar uma passada geral por cada blog. Você encontrará muitos interessantes, que merecem ser assinados em seu agregador de feeds.

5 livros para ler ainda este ano

Top 5 por Darren RowseA Nospheratt deu a dica em bom português: Darren Rowse, pioneiro do “probloguismo”, está promovendo um Top 5. Você pode escrever no seu idioma, sobre o que desejar.

Os incentivos? Dois links num blog ultra-hiper-maxi-popular e, se você for muito sortudo, mil e uma doletas. Leia as regras no blog da Nospheratt, em versão resumida, ou no original, em inglês.

Eu, que quase nem gosto de listas (imagina…), não poderia ficar de fora.

Para participar da brincadeira, quis fazer um Top 5 útil – e quer coisa mais útil que apreciar a leitura? Ser um bom leitor é atributo importantíssimo num tempo em que boa parte das informações relevantes vem em forma de texto, por internet ou periódicos. Ademais, quem lê bem escreve com facilidade e se comunica corretamente. Certamente, estará melhor preparado para qualquer entrevista de emprego ou prova de seleção do que aquele candidato que mal sabe “juntar as letrinhas”.

Confesso que me afastei dos bons e velhos livros nos últimos tempos, embora continue sendo uma leitora voraz – atualmente, voltada demais para a web. Preciso dar um jeito de incorporar à minha rotina meia hora diária de leitura à moda antiga, e dou a você o mesmo conselho. Para começar, que tal ler as indicações deste Top 5 até o fim do ano?

Escolhi livros com estilos e propostas bem diferentes, pois acredito que a diversidade de temas é um dos segredos para se tornar um bom leitor.

Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis1. Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis: literatura universal em língua portuguesa. Publicado em 1881.

Se você foi (ou é) um adolescente estudioso, leu no segundo grau. Em todo caso, é daqueles livros que merecem ser relidos na idade adulta, quando você será capaz de analisá-lo sob outras luzes. O morto Brás Cubas faz, do além, um retrato afiado da burguesia e da oligarquia brasileiras, ainda aplicável nos dias de hoje. Lança sobre tudo um olhar cáustico – o bom dr. House é um aprendiz da arte da ironia se comparado a Brás Cubas. Sua frase final é, em si, um clássico: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria.” O livro está disponível para download, sem violação de direitos autorais.

Machado de Assis é, na opinião de muitos, o maior escritor brasileiro de todos os tempos. Pena que Paulo Coelho faça mais sucesso.

Cem Anos de Solidão - Gabriel García Márquez2. Cem Anos de Solidão (Cien Años de Soledad), de Gabriel García Márquez: literatura universal em língua estrangeira. Publicado em 1967.

Valendo-se do realismo fantástico, Marquez conta a história de várias gerações da família Buendía, da fictícia cidade de Macondo. É comum, ao iniciar a leitura, sentir-se a tentação de traçar a árvore geneálogica da família Buendía, num esforço para se localizar em meio às sucessivas gerações, em que prenomes se repetem e histórias se cruzam. Não vale a pena. Mais proveitoso é deixar-se levar pela narrativa mágica que, a certa altura, conta de uma época em que choveu tanto que “os peixes poderiam entrar pelas portas e sair pelas janelas”. Cem Anos de Solidão é uma metáfora, por vezes bela, freqüentemente cruel, das sociedades latino-americanas.

Gabriel García Marquez ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 1982.

Não me Abandone Jamais - Kazuo Ishiguro3. Não me Abandone Jamais (Never Ler Me Go), de Kazuo Ishiguro: literatura contemporânea/drama. Publicado em 2005.

Na primeira página, é apresentada Kathy M., uma cuidadora de doadores que foi treinada para o ofício durante toda a sua vida, num orfanato inglês. Aos 31 anos de idade, está prestes a encerrar sua carreira. O leitor vê-se diante de palavras e situações cujo significado não compreende. A narrativa retroage, então, para a infância de Kathy e seus amigos no internato. Aos poucos, descortina-se uma história profundamente comovente e trágica. O romance provoca questionamentos éticos intensos e abala convicções. Você pode ler as primeiras páginas aqui.

Kazuo Ishiguro, japonês radicado na Inglaterra, também escreveu Resíduos do Dia, que foi transformado em filme cujo título, no Brasil, é Vestígios do Dia.

Alta Fidelidade - Nick Nornby4. Alta Fidelidade (High Fidelity), de Nick Hornby: literatura contemporânea/cultura pop. Publicado em 1995.

Rob Flemming é um solteirão na casa dos 30, mal-sucedido em seus relacionamentos amorosos e não muito melhor quando o assunto é financeiro. Seu passatempo preferido, depois da música, é fazer lista ao estilo – adivinhe? – Top 5. Após ser chutado mais uma vez, decide fazer um Top 5 das suas separações mais memoráveis. O livro é um passeio pelos anos 70 e 80, regado a muito rock e cheio de referências à cultura pop. Uma viagem pelo mundo masculino – e, por isso mesmo, muito interessante para as leitoras – que conta com pérolas como “As pessoas afetivamente mais infelizes que conheço são as que mais gostam de música pop.”

Alta Fidelidade virou filme (com excelente trilha sonora, claro) e peça teatral. Nick Hornby é um dos mais festejados escritores britânicos da atualidade.

Antologia Poética - Vinicius de Moraes5. Antologia Poética, de Vinicius de Moraes: poesia. Publicado em 1977?

Sou uma pessoa de prosa, muito mais que de poesia. Gosto de poucos poetas, não por desprezar o gênero, mas por não ter mesmo o hábito de lê-lo. Dentre esses poucos “eleitos”, está Vinicius de Moraes, chamado carinhosamente de “poetinha”. Essa antologia, uma raridade atualmente, reúne textos produzidos entre 1933 e 1946. Traz poesias famosas como Soneto da Separação e Soneto da Fidelidade, e outras menos conhecidas, como Balada do Morto-Vivo – uma de minhas preferidas e, salvo engano, presente somente nesta antologia.

Não tenho certeza de quando esse livro foi publicado, até porque há várias antologias poéticas do Vinicius, o que complica a pesquisa. Esta saiu pela Editora Companhia das Letras. Infelizmente, a obra está esgotada e você terá sorte se encontrá-la em um sebo. Por outro lado, há várias antologias do poetinha fáceis de encontrar, algumas por preços camaradas.

Boa leitura!

Filmes Preferidos

Não é novidade que sou cinéfila. De vez em quando, alguém me pergunta qual é meu filme preferido, ou pede uma listinha. Para mim, é tarefa complicada, já que gosto de vários gêneros – como colocar numa mesma lista Jornada nas Estrelas VI – A Terra Desconhecida e Volver, por exemplo?

Por outro lado, alguns fimes marcam demais, e a gente se pega sempre revendo, recomendando e citando. Eu poderia pensar em uns 20 (incluindo os dois acima) mas, atendo-me ao propósito da categoria Top 5, aqui vai uma listinha abreviada:

1. Closer – Perto Demais. Encabeça qualquer listinha de cinema que eu faça. É daqueles filmes para manter na coleção e rever de vez em quando, especialmente se você começa a acreditar que o mundo é cor-de-rosa e papai noel existe. É de um cinismo contundente e de uma clareza inegável.

2. Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças. Contrabalança, de certa forma, a secura de Closer, mas não chega a ser piegas. Um dos poucos filmes em que o Jim Carrey não incomoda. O roteiro é do sempre instigante Charlie Kaufman e provoca uma reflexão sobre nossas próprias memórias – se você pudesse, desejaria apagá-las para sempre?

3. O Auto da Compadecida. Melhor filme nacional de todos os tempos. Elenco primoroso, diálogos deliciosos e cenas inesquecíveis. Alguns filmes tentaram imitá-lo, mas só O Auto da Compadecida não tem cheiro, não deforma e não solta as tiras. Qual o segredo? “Não sei, só sei que foi assim…”

4. Grease – Nos Tempos da Brilhantina. Fã de musicais como sou, tinha que citar um para representar o gênero e Grease é imbatível. Se eu acordar às quatro da manhã e a tv estiver ligada, passando as aventuras de Danny e Sandy, pode apostar que ficarei acordada até o fim, cantando cada música junto com os personagens.

5. Alta Fidelidade. A história dos amores frustrados de Rob Fleming funciona bem em qualquer linguagem: livro (a sua forma original), filme e peça teatral. De quebra, traz uma trilha sonora imperdível para os roqueiros de plantão. O protagonista era viciado em fazer listas “Top 5” como esta.

Quais filmes estão na sua listinha?