Mais contente que pinto no lixo!

Finalmente, comprei meu pda! Tive a sorte de encontrar um bom negócio no Mercado Livre: um HP iPAQ rx3715 usado, por um preço legal e em excelente estado! Passei pela ansiedade típica de quem compra coisa usada no Mercado Livre: o pânico de receber pedras no lugar do pda, o medo de comprar um equipamento com defeito, tela arranhada, bateria fraca etc. e tal. Felizmente, nada disso aconteceu: meu bebê chegou perfeitinho, mais lindo impossível!

Ainda estou às voltas com ele, o que inclui ficar até cinco da madrugada vasculhando a web atrás de programas freeware. O que dizem sobre haver muito mais programas para o Palm OS pode até ser verdade, mas até agora achei tudo que queria para o Windows Mobile 2003 SE, em versões grátis. Sem contar que, se eu usasse cartão de crédito internacional, teria à minha disposição dezenas de opções de baixo custo – cinco, dez dólares.

É verdade que o WM é menos intuitivo que o Palm OS. Em cinco minutos, qualquer um aprende a usar um palm. Já com um pocket pc, é necessário um pouco mais de paciência. Por outro lado, a familiaridade com o Windows para desktop é imensa, o que ajuda no aprendizado.

Estou encantada com a resolução da telinha e as cores incrivelmente vivas – espanto normal para quem até então só tinha tido um pda, o velho Palm III.

Sincronizar os dados foi bico. Já li comentários sobre as dificuldades com o ActiveSync (o programinha que cuida da sincronização entre pocket pc e desktop) e fiquei até surpresa por não enfrentar problema algum – segui o passo-a-passo (longo, é verdade) e sincronizei o bichinho de primeira.

Outro dia escrevo mais sobre o meu bebê e coloco umas fotos por aqui. Agora, dá licença que vou continuar brincado com ele!

Dúvidas – nisso que dá pesquisar muito.

Apesar do longo artigo abaixo, enaltecendo o Windows Mobile, e embora eu realmente acredite que se trata de um sistema operacional mais evoluído que o Palm OS (e ainda conte com pdas que permitem a troca da bateria, algo inviável nos palms – morreu a bateria, morreu o aparelho), as dúvidas me perseguem, dada a tremenda diferença de preço entre os equipamentos. Como resistir ao Zire 72 com teclado infravermelho e cartão de expansão de 256 MB oferecido pela Fnac por apenas R$1.100,00 quando um Eten M600 acompanhado de teclado bluetooth sai-me pela “bagatela” de R$1.860,00? Ok que o bichinho tem celular e só falta lavar, passar e cozinhar, mas ainda são quase oitocentos reais de diferença.

Eis a questão…

Palm OS versus Windows Mobile

Quando comprei meu primeiro pda (personal digital assistant ou assistente pessoal digital), em 2002, existiam dois sistemas operacionais e uma piada: “Preciso de um pda que funcione, não de algo que trave quando mais preciso, como meu PC!”. Essa frase resumia a briga entre Palm OS e Windows CE.

O Palm OS era considerado um sistema intuitivo, rápido e estável; seu concorrente, o Windows CE, era visto como instável e pouco prático. Além disso, os pdas movidos a Windows CE costumavam ser maiores e mais pesados – reflexo da maior capacidade de processamento exigida pelo sistema -, eram um bocado mais caros e seu uso não era tão simples. Por esta época, os grandes fabricantes de pdas com Palm OS eram a Palm (na época, dona do sistema operacional de mesmo nome e líder de mercado) e a Sony – esta com aparelhos reconhecidamente melhores (e mais caros) que os da Palm. Já o Windows CE ficava principalmente nas mãos da HP (antes Compaq).

O tempo passou e os pdas da Palm ficaram presos no passado. A Sony, com sua linha Clié, trazia pdas com telas cada vez mais bonitas e câmeras fotográficas embutidas. Enquanto isso, o Windows CE continuava correndo por fora, buscando ganhar mercado.

Em 2003, a Sony desistiu de fabricar pdas. Os aparelhinhos já não vendiam tanto quanto no fim dos anos 90. Acreditava-se que eram equipamentos superados, perdendo território para os cada vez menores e mais poderosos laptops. A Palm passou a ser praticamente a única fabricante de pdas com Palm OS.

Só que os aparelhos da Palm não apresentavam grandes inovações, e cada lançamento era um tanto frustrante. Por outro lado, a HP melhorava constantemente seus pdas e outras empresas começaram a se interessar em fabricar pdas com o sistema do Bill Gates. Ao mesmo tempo, a Microsoft começou a trabalhar no Windows CE, tornando-o cada vez mais estável e versátil.

O Palm OS ficava tão defasado quanto as maquininhas que o rodavam. Sua fama de estabilidade e baixo custo, contudo, prevalecia. Embora as vendas tivessem caído tremendamente, a Palm ainda ocupava uma boa fatia do mercado. Levando-se em conta, ainda, que Bill Gates não é a pessoa mais amada do mundo, costumava-se dizer que migrar para um pda movido a Windows era passar para “o lado negro da força”.

Não sou fã da Microsoft ou do tio Gates. Quando comecei a pensar em trocar de pda, há poucos meses, nem cogitei a hipótese de pegar um com Windows – agora conhecido no mundo dos pdas e smartphones como Windows Mobile. Justo num momento em que penso seriamente me familiarizar-me com o Linux, logo após a polêmica do Windows Genuine Advantage, por que trocar meu velho Palm por um pda com um sistema operacional criado pela Microsoft?

Porque é o melhor. Simples assim.

Não costumo consumir tecnologia por impulso. Gosto de pesquisar, ler a respeito, virar o Google de cabeça para baixo antes de comprar um aparelho ou usar um software diferente (como o WordPress, que move este blog). Lendo uma análise feita numa edição de novembro de 2005 da PC Magazine, fiquei intrigada por ver o Windows Mobile levar a melhor sobre o Palm OS. Depois disso, foi só pesquisar um pouco e render-me aos fatos.

O sistema da Microsoft evoluiu e tornou-se muito estável. Travamentos ainda são reportados, mas geralmente são causados por softwares de terceiros – um problema que também acontece no meu velho Palm IIIxe.

O Windows Mobile é um ambiente multitarefa. Na prática, isso significa que você pode, por exemplo, digitar uma palestra no pda e, ao mesmo tempo, gravar o que está sendo dito. Algo impensável para um Palm.

Além disso, nos pdas com Windows Mobile é comum a presença das tecnologias wi-fi e bluetooth, resultando num alto poder de conectividade. A gravação de voz também é item de série. Para conseguir-se tudo isso num produto da Palm, tem-se que adquirir o LifeDrive – pesado, lento e caro, um aparelho que promete muito, mas não corresponde.

Para completar, o Windows Mobile vem com pacotes ótimos de softwares, que variam de aparelho para aparelho, mas incluem sempre o Pocket Office – que, obviamente, é 100% compatível com o Microsoft Office. A criação e transferência de arquivos do Word, por exemplo, é brincadeira de criança (no pdas com Palm OS, ela é possível, mas é necessário um conjunto de programinhas e algum trabalho com a formatação). Conta-se, ainda, com o Outlook para organizar contatos e compromissos de forma eficiente.

Um último argumento é que até a Palm, grande usuária do Palm OS (apesar do nome, trata-se de duas empresas distintas há alguns anos) está se rendendo ao Windows Mobile, algo que sempre pareceu impossível. Seu novo smartphone, o Treo 700w, vem com Windows Mobile 5. Aliás, o WM não pára de aumentar sua participação no mercado, enquanto o Palm OS amarga franca decadência.

Não adianta remar contra a maré. Não faz sentido usar, por pura ideologia, um sistema pior, mais fraco e abandonado pelos próprios desenvolvedores. Já foi anunciado que o Palm OS não será mais atualizado e há diversas incertezas sobre os rumos do sistema operacional – se é que haverá algum tipo de continuidade.

É a velha história: “contra fatos não há argumentos”. Assim é que, dentro de pouco tempo (espero), estarei de mudança para o tal “lado negro da força”.

Contribuiu decisivamente para esta minha mudança de ponto de vista a Bia Kunze, que possui um excelente blog, o Garota Sem Fio, em que trata em profundidade de tecnologia móvel. Para quem procura informações sobre palms e pocket pcs, a categoria PDA do Garota Sem Fio é leitura indispensável e seus podcasts trazem informações valiosas.

Outro blog que traz dicas interessantes sobre pdas é o Contraditorium, do Carlos Cardoso.

Para conhecer mais sobre pdas em particular e tecnologia móvel em geral, há ótimos sites em português especializados no tema:

Palmland: apesar do nome, traz avaliações de diversos modelos de pdas e smartphones (vale lembrar que a marca “palm” virou sinônimo de pda, dada a antiga hegemonia de mercado, da mesma forma que “bombril” é sinônimo de palha de aço).

PalmBrasil: também abrange o Palm OS e o Windows Mobile. Ótimo para iniciantes no mundo dos pdas.

Mundo sem fio: sobre tecnologia móvel, com destaque para celulares e smartphones.

SeuCelular.com: fórum com diversas avaliações de celulares e smartphones.

portalPPC: voltado para o Windows Mobile, com ótimas análises de pdas e smartphones que usam esse sistema operacional. Em português de Portugal.

PPT.net: também em português de Portugal e também dedicado a aparelhos com o Windows Mobile.

Em inglês, vale consultar:

PDAgold: dedicado ao Windows Mobile.

My Product Advisor: um “conselheiro virtual” que propõe diversas questões sobre o que é importante, para você, num equipamento (o site abrange celulares, pdas, câmeras digitais e até carros) e, baseado nas suas respostas, indica os aparelhos mais convenientes. Mais uma dica do blog da Bia Kunze.

Resultado: que resolução você usa no seu monitor?

O caos que se instalou no Dia de Folga na última semana é o responsável pelo fim da enquete sobre a resolução utilizada no monitor. Tudo bem, já estava velhinha, mesmo.

Num dos vááários backups que fiz antes de me aventurar pelo WordPress 2.0, consegui recuperar o resultado da pesquisa. Lá vai:

Total de participantes: 47 – obrigada a todos!

13 (28%) ainda usam 800×600 como resolução de monitor.

20 (43%) usam 1024×768.

4 (8%) preferem 1152 x 864.

Apenas um (2%) regula a resolução para 1680 x 1050 (essa é novidade para mim).

9 (19%) gostam de 1280 x 1024.

Assim que saírem os filmes indicados ao Oscar 2006, lanço nova enquete.