A Fox e o desrespeito

A Lu Freitas lembrou: dia 1ºde julho fez um ano que o canal Fox, transmitido somente em pacotes de televisão por assinatura, tomou a antipática decisão de dublar quase toda a sua programação. O blog TeleSéries liderou um movimento para marcar a data.

Fox - um ano de desrespeito ao telespectador

Na época, a Fox alegou que uma pesquisa com sua audiência indicava a preferência por programas dublados.

Como assim, Bial?

Então, todos os outros canais de televisão por assinatura têm prejuízo? Universal Channel, Warner, People & Arts, AXN etc. etc. e tal, todos os canais que têm grade de programação majoritariamente legendada estão contrariando sua audiência? Só a Fox está certa?

Televisão por assinatura não é pra todo mundo. Antes que comunistas de cartilha me chamem de reacionária ou elitista, diga-me: quem tem 100 reais, no mínimo, pra pagar mensalmente pela tv a cabo? A verdade é que, no Brasil, somente uma certa classe (econômica e/ou cultural) pode dar-se a esse luxo.

Essa mesma elite freqüenta cinemas, lê romances e navega na internet. É um público que pode até não estar familiarizado com outros idiomas, mas, certamente, é alfabetizado e plenamente capaz de acompanhar legendas.

É essa turma que valoriza o trabalho dos atores originais, que escuta o timbre manso do Robin Williams em Tempo de Despertar e, na hora, já se lembra de Sociedade dos Poetas Mortos, que adora a voz rouca do Al Pacino – ainda mais em Advogado do Diabo –, que acha bacana ouvir a Cameron Diaz em Shrek.

Ah, é uma pequena parte da população? Sim, mas essa minoria compõe a maioria que paga, todo mês, por um pacote especial de televisão, e espera ser respeitada. Não é favor algum levá-la em consideração; antes, é obrigação dos prestadores de serviço que vivem do dinheiro dessa parcela. No mínimo, a opção de som original com legendas deveria estar acessível.

Vindo da Fox, esse desrespeito nem surpreende – a emissora é especialista em ignorar o telespectador. Intervalos comerciais de seis, e até oito minutos são comuns (sim, já cronometrei). Falta de som ou falta de sinal acontecem com mais freqüência que em outros canais. Outro dia, a transmissão estava tão desbotada – não era a minha tv, eu testei – que a cor dos Simpsons era… cor-de-pele.

Aliás, falando em Os Simpsons, realiza a cena: exibição do desenho animado após a meia-noite. Acabou o primeiro episódio, começou o segundo… em espanhol. Esquisito, despropositado, mas tudo bem, dá pra entender. Vem o primeiro intervalo e… surpresa! A Fox tirou o episódio do ar, na metade e, obviamente, sem nenhum aviso.

Bacana, hein?

Depois de tudo isso, ainda tem gente que grita “crime! pirataria!” quando o telespectador resolve baixar episódios e legendas – aos quais tem o direito de assistir, já que paga todo mês por eles – para ver da forma que mais lhe agrada, no horário mais conveniente.

Você vai me dizer: “ah, pára de ver a Fox, se ela te incomoda tanto”. Já parei, há muito tempo (exceto pelos Simpsons, de vez em quando). Só que minha liberdade de parar de ver o canal não anula minha liberdade de, como consumidora, reclamar.

A propósito, o que falta em várias esferas do nosso dia-a-dia é reclamação. O conformismo é característica do brasileiro, infelizmente (e eu me incluo nessa, em alguns aspectos).

Não aos Vídeos no Flickr

Há um mês, o Flickr permite o envio de vídeos curtos (90 segundos) pelos usuários Pro – aqueles que pagam 25 dólares por ano para ter direito a alguns recursos extras.

Muita gente não gostou da mudança. O primeiro protesto que encontrei, já há semanas, foi no Flickr da Bruna Pazinato (do blog Fútil Futilidade):

Não aos Vídeos no Flickr

Aos poucos, fui achando outros sinais do desagrado dos usuários. No próprio Flickr, uma comunidade com mais de 30.000 membros protesta veementemente contra o novo recurso.

Assino embaixo – aliás, já assinei a petição contra os vídeos no Flickr. Cada macaco no seu galho. Há diversos serviços para compartilhamento de vídeos – para que incluir um remendo disso no Flickr, que serve ao compartilhamento de fotos, caramba?

Para piorar, vídeos e fotos são apresentados na mesma página, sem qualquer distinção além de um botãozinho “play” no canto inferior esquerdo. Clicar num vídeo por acidente seria corriqueiro, não fosse pelo feliz acaso de que a maioria absoluta dos meus contatos não aderiu à novidade.

Imaginando o pior cenário, antevejo os miguxos invadindo o Flickr, até agora despoluído, para enviar seus vídeos caseiros dos churrascos na laje, bailes funk, pagodes no quintal e afins. Argh.

O Flickr é para os fotógrafos – amadores ou profissioais, de fim-de-semana, de família, de paisagens, de encontros entre amigos… quem quer que sejam, o que quer que façam, qualquer que seja a câmera que usem. Desde que fotografem.

Convergência tem limite, oras.

3 dicas grátis para manipular suas fotos

Este texto foi motivado pelo Movimento Blog Voluntário.

Movimento Blog Voluntário Enquanto eu mostrava como transferir suas fotos para o computador e falava sobre serviços de compartilhamento de fotos, lembrei de 3 dicas interessantes para os amantes da fotografia, todas gratuitas.

Clique nas imagens para ampliá-las.

Picasa

já falei dele no texto passado, mas vale mencioná-lo novamente, com mais detalhes. O Picasa é um programa gratuito do Google – na minha opinião, o melhor produto para desktop da equipe de Mountain View.

Assim que você o instala, ele faz uma varredura no seu computador. Em seguida, apresenta todas as imagens em ordem cronológica e de pastas. Se você tem milhares de imagens espalhadas por dezenas de pastas, como eu, o Picasa é uma mão na roda para achar aquela foto em menos tempo. Ah, sim: se você deixar, ele indexará todas as novas imagens adicionadas ao computador em tempo real (caso contrário, isso será feito a cada vez que você abrir o programa).

Biblioteca do Picasa

A melhor parte do Picasa, no entanto, é o editor de imagens. Ele é bem simples, mas conta com as funções mais usadas por 90% dos fotógrafos de fim-de-semana: corrige olhos vermelhos; aplica efeitos de sépia e preto e branco; corta, gira e endireita; ajusta contraste e brilho; e faz outras coisinhas. Tem a vantagem de ser muito leve e rápido, ao contrário de programas mais parrudos (que, além de tudo, costumam custar uma grana preta). Além disso, o Picasa é intuitivo: em 5 minutos, você estará confortável com ele, o que certamente não ocorre com editores mais complexos.

Edição no Picasa

Ainda há a integração com o Picasa Web Albums, que já mencionei. Você seleciona as fotos que quiser, clicando uma vez sobre cada uma delas; elas são acrescentadas à bandeja de fotos (canto inferior esquerdo); quando tiver terminado sua seleção, é só clicar em “Álbum da Web” (também na barra inferior) e publicá-las no Picasa Web Albums.

Enviar para o Picasa Web Albums

Também há atalhos para enviar imagens para o Blogspot ou por email.

Para finalizar, há um botão no canto inferior direito, o “Exportar”, que permite redimensionar várias fotos de uma vez, reduzindo-lhes o tamanho e o peso e salvando-as em outra pasta – ou seja, você cria cópias apropriadas para a internet e as fotos originais continuam inalteradas.

Redimensionando fotos no Picasa

Picnik

Se você tem uma boa conexão à internet (ou se, como eu, não pode instalar nada no seu computador do trabalho), o Picnik é uma excelente alternativa. Trata-se de um editor online de fotos, que conta com todos os recursos mais usados: correção de olhos vermelhos, brilho, contraste, efeitos, retoques, bordas, adição de textos e marcas à foto… O Picnik está sempre em expansão, então não será surpresa se daqui a um mês ou dois surgirem novos recursos.

Recursos de Edição do Picnik

Você nem precisa se cadastrar para usá-lo. Se o fizer, tem o bônus de poder recuperar a última foto editada e ainda o integra a ouros serviços, como o Flickr, o Picasa Web Albums, o Photobucket, o Facebook

Integração entre Flickr e Picnik

Você pode subir fotos direto do seu computador, editá-las e salvá-las novamente no computador, ou enviá-las para os álbuns online. Também pode fazer o caminho inverso: abrir as fotos de qualquer desses serviços – ou de qualquer site -, editá-las e salvá-las.

Na versão paga, há alguns (poucos – basicamente, curvas e níveis) recursos extras e a possibilidade de manter-se logado aos vários álbuns online simultaneamente (na versão gratuita, você só pode logar-se em um por vez). Custa 25 dólares por ano.

Resize Images – PowerToys para Windows XP

Você já ouviu falar em Microsoft PowerToys for Windows XP? São programinhas simples e gratuitos, feitos pela própria Microsoft, que acrescentam novos recursos aos Windows. São 14 “brinquedos” e meu preferido é o Image Resizer, que quebra o galho na hora de redimensionar imagens.

Depois de instalar o Image Resizer, ao clicar com o botão direito sobre uma foto no Windows Explorer, uma nova opção aparece: “Resize Pictures”. Você também pode selecionar várias fotos de uma vez e clicar com o botão direito sobre uma delas – nesse caso, o comando “Resize Pictures” atuará sobre todas as fotos selecionadas.

Resize Images - Botão Direito do Mouse

Para selecionar fotos:

  • clique com o mouse sobre a imagem desejada
  • se quiser selecionar um intervalo de imagens, aperte e segure a tecla Shift e clique sobre a primeira e sobre a última foto desejadas
  • para selecionar fotos alternadas, aperte e segure a tecla Ctrl e clique sobre as fotos desejadas
  • para marcar todas as fotos de uma pasta, aperte e segure a tecla Ctrl e pressione a letra A (Ctrl+A)

Ao clicar no comando “Resize Pictures”, uma tela simples se abre e você pode especificar o novo tamanho das fotos. Por padrão, serão criadas novas cópias (o tamanho das fotos originais será preservado); se você marcar a última caixa, então as novas fotos substituirão as originais (estas serão sobrescritas pelas fotos reduzidas). Aliás, as duas últimas caixas só aparecem no modo “Advanced” – você pode até fingir que não existem.

Resize Images - Opções

O Image Resizer está em inglês, mas é tão simples que não tem erro.

Agora, que tal sair para fotografar e, depois, usar as dicas deste e dos textos anteriores feitos para o Movimento Blog Voluntário 2008?

Compartilhe suas fotos – sem aborrecer seus amigos

Este texto foi motivado pelo Movimento Blog Voluntário.

Movimento Blog Voluntário Você tem uma câmera fotográfica digital bacana, adora tirar fotos, tem uma baita coleção no seu computador. Aí, bate aquela vontade de compartilhar umas 10 imagens com os seus amigos. O que você faz?

Se você respondeu “ah, eu mando por email”, saiba que isso é um erro! Você gastará um bom tempo anexando as fotos e seus amigos gastarão outra eternidade para abri-las – e, provavelmente, passarão esse tempo xingando o remetente desse email monstruoso.

Talvez você tenha uma superconexão, use o Gmail (com mais de 6 GB, já é maior que meu primeiro HD) e tempo de sobra, mas seus amigos podem não ter. Vale a pena incomodá-los só porque você quer e pode? Pense duas vezes!

Ok, se você deseja mandar duas ou três fotos, pode até anexá-las num simples email. Acima disso, corre o risco de passar de legal a irritante num clique.

Então, qual a solução?

Álbuns online.

Flickr Há vários serviços online de armazenamento de fotos. Basicamente, operam da mesma forma: você sobe (ou faz upload) as fotos para o site e envia o link correspondente a cada uma (ou a uma coleção delas) para seus amigos. Eles receberão um mero link no email, e poderão visitá-lo quando tiverem tempo ou estiverem usando uma boa conexão.

Picasa Web Albums Os serviços mais conhecidos são o Picasa Web Albums e o Flickr. Quer dar uma olhadinha neles sem se cadastrar? Visite os meus:

Picasa Web Albums – Dia de Folga

Flickr – Lu Monte

Este texto não tem screenshots (“fotos” do que se vê na tela do computador) porque não ajudariam. É melhor navegar pelos meus álbuns ou criar de uma vez os seus, fuçar bastante e decidir depois – ou ficar com ambos.

Como acessar?

O Picasa Web Albums é um serviço do Google e você deve ter uma Conta Google para usá-lo. Se você usa orkut, Blogspot ou Gmail, já tem uma e basta entrar com o mesmo login e senha.

O Flickr também pertence a um gigante, o Yahoo!, bastante conhecido pelo serviço de email e pelas listas de discussão.

Ambas as contas podem ser criadas rapidamente e de graça. Os serviços estão disponíveis em português.

Quanto custa?

As versões básicas do Picasa Web Albums e do Flickr são gratuitas.

O Picasa Web Albums oferece 1 GB (gigabyte, ou “giga”) de espaço para armazenar suas fotos. Se quiser mais espaço, pode comprar 10 GB por 20 dólares ao ano, ou até 400 GB(!), pela bagatela de 500 dólares ao ano.

O Flickr não impõe limite de armazenamento, mas, na conta gratuita, apenas as 200 fotos mais recentes são exibidas na sua página e você pode subir apenas 100 MB (megabyte, ou “mega” – 1 GB contém 1.024 MB) por mês. As fotos antigas, após excedidas as 200, continuam acessíveis via link direto – o que lhe permite enviar o link para amigos ou exibir a foto num site.

Na versão grátis você só pode criar 3 sets (álbuns); mesmo que você suba uma imagem em alta resolução, ela só será acessível em tamanho reduzido; você não pode enviar vídeos (um recurso novo – e polêmico – do Flickr).

A conta paga do Flickr retira todas essas limitações e acrescenta outras vantagens, como estatísticas e navegação sem anúncios. Custa 25 dólares por ano.

Atenção: 1 GB de espaço ou 100 MB de upload dão e sobram se você diminuir o tamanho das fotos. Para ver na tela do computador, 1.024 x 768 pixels é mais que suficiente. Uma foto nessas dimensões “pesa” uns 400 KB (quilobytes – 1 MB tem 1.024 KB). Já uma foto tirada na resolução máxima da minha câmera pesa 4 MB, ou 10 vezes mais! Dica: fotografe na resolução máxima, faça cópias das imagens que você quer subir e reduza-as com a ajuda de softwares de edição de imagens.

Além disso, reduzindo o tamanho das fotos, o upload será bem mais rápido e seus amigos gastarão menos tempo para abrir a página da foto.

Compartilhamento

É simples em ambos os serviços. Você pode enviar para os amigos o link de uma única foto, de um álbum ou, simplesmente, passar o endereço do seu Picasa Web Albums ou do seu Flickr, como fiz acima.

No Picasa Web Albums, um clique no botão “Compartilhar foto” ou “Compartilhar álbum” (sempre acima da foto e à direita) facilita o envio do link para os seus contatos do Gmail.

Os dois serviços facilitam a publicação de fotos em blogs ou outros sites, oferecendo o código pronto – basta copiar e colar.

O Flickr leva alguma vantagem quando o assunto é publicação em blogs movidos a WordPress, já que há plugins que facilitam a tarefa.

Os badges do Flickr (como o que uso para exibir fotos na barra lateral da sessão de receitas) são fáceis de criar e muito bonitos.

Você pode determinar que apenas seus amigos ou sua família vejam determinadas fotos no Flickr. No Picasa Web Albums, você diz quais álbums serão públicos e quais serão privados.

Ambos têm sistema de comentários, embora os participantes do Flickr sejam muito mais atuantes em dar pitacos.

Softwares

O software Picasa organiza todas as imagens do seu computador, conta com recursos básicos (mas muito eficientes) de edição e faz o upload de tantas imagens quantas você quiser de uma vez, direto para os álbuns que você criar dentro do Picasa Web Albums e já em tamanho reduzido, para poupar seu 1GB. Uma mão na roda. Está disponível para Windows e Linux. Pode ser usado por qualquer um, sem a vinculação ao Picasa Web Albums – você perde apenas a mordomia do upload com redução de tamanho.

O Flickr Uploadr é muito mais modesto. Permite a adição de múltiplas fotos, com os respectivos títulos, descrições e tags (palavras-chave), o que já é possível pela interface de upload do próprio Flickr. No software, você também pode determinar regras de privacidade para cada imagem, entre outras coisinhas. Bem simples, bem sem graça. Disponível para Windows e Mac. Há solução de terceiros para o Linux.

Prós e Contras

Quando se trata de organização, o Picasa Web Albums ganha pontos, especialmente se você o compara com a conta gratuita do Flickr. Neste, as fotos parecem estar todas juntas numa caixa; naquele, elas estão em álbuns muito bem separados e rotulados.

OFlickr ganha pelo caráter social, coletivo, interativo, participativo. Os membros comentam, adicionam notas às fotos, participam de grupos de discussão.

Para quem curte tirar e enviar fotos com o celular, o Flickr facilita o processo.

Concluindo

No fundo, não importa qual dos dois você escolha para o propósito deste artigo: tanto o Picasa Web Albums quanto o Flickr são ótimos serviços de armazenamento e compartilhamento de imagens. Seus amigos não ficarão com ódio mortal a cada email de trocentos megas e milhões de imagens, porque você vai parar de fazer isso. Em vez de sacrificá-los, mandará apenas o link do seu Álbum no Picasa ou do seu Flickr. Todos ficarão mais felizes.