Vi a brincadeira no Crash Tester há meses. Nada melhor que o Dia das Crianças para desencavar o meme e citar 10 brinquedos com que brinquei até quebrarem – ou até cansar, porque eu era uma menina comportada (ah-ham…) e não quebrava meus brinquedos.
1. Peposo: meu primeiro bicho de pelúcia. Não tinha muito a ver com os bichos de hoje, que têm o pêlo tão sedoso que lembra o verdadeiro. O Peposo era um urso bem mais modesto, mas uma graça. Lançaram uma companheira pouco tempo depois, a Peposa, que vinha de vestidinho. Velho de guerra, meu Peposo existe até hoje – é o único brinquedo de infância que guardo. Há uns 15 anos passou por uma pequena cirurgia, muito bem realizada pelo meu pai, e agüenta firme desde então.
2. Ursinhos Carinhosos e Nuvenzinha: a primeira leva de ursinhos carinhosos tinha 6 personagens coloridos, durinhos e pouco maiores que um batom. Depois, veio uma versão em pelúcia. Pesquisando para o texto, descobri que os pequenininhos voltaram às lojas, quem diria, com alguns novos personagens e sem o cabelinho de nylon que virava cola com o tempo. A Nuvenzinha era o seu carrinho conversível com carinha e vinha com guarda-sol, toalha e cestinha de piquenique. Para alegria dos meus pais, fazia aquele tec-tec-tec-tec dos infernos quando era arrastado.
3. Cilada: meu primeiro quebra-cabeças. Umas 60 peças vazadas em forma de X, O e quadrado e um tabuleiro em alto relevo que servia de estojo para as pedras. No tabuleiro, você tinha que encaixar uma determinada combinação das peças. Eram 50 séries diferentes, se bem me lembro. Umas, facílimas. Outras, de fundir a cabeça de uma garota de quatro ou cinco anos. Recentemente, Cilada voltou ao mercado.
4. Mãezinha: perdi a conta de quantas vezes coloquei essa boneca pra funcionar. Você dava corda e ela tocava uma cantiga de ninar, enquanto mexia a cintura de um lado para o outro, embalando um bebezinho nos braços. Esse brinquedo realmente quebrou, eventualmente. Se bem me lembro, mandei consertar já na idade adulta. Quase ficou de herança para a minha mãe, mas acabou seguindo para algum orfanato.
5. Atari: éramos típica classe média, equilibrada na corda bamba todo mês. Nas CNTP, uma novidade do tamanho, impacto e preço do Atari era algo impensável, insonhável. De repente, ganho de aniversário de 7 anos. Rendeu horas intermináveis na frente da tv, calos, controles quebrados e olhos vidrados no Frostbite e outros joguinhos (lembra das fitas de 64 jogos em 1?). Até hoje meus pais atribuem ao Atari o estado lastimável a que chegou nossa primeira televisão colorida – lenda urbana, videogame não detona tv.
6. Chuquinhas: tive várias, sei lá quantas. Tinha uma que vinha num carrinho-maleta, cheia de acessórios; tinha a do cestinho de dormir, a mais linda de todas; tinha a do carrossel, a do balanço, a do cercadinho, as avulsas… Era o tipo de boneca que não contribuía nem um pouco para desenvolver o instinto maternal: para trocar a roupa dela, era preciso arrancar-lhe fora a cabeça.
7. Quebra-cabeça de 1.000 peças da Grow: ganhei no mesmo dia em que meus pais contaram que Coelhinho da Páscoa e Papai Noel não existiam (sim, eu acreditava, e daí?). Era Páscoa de algum ano, com Fórmua 1 na televisão. A revelação chocante não tirou a graça do brinquedo, montado e remontado tantas vezes que eu sabia de cor algumas partes. Já adulta, comprei um de 5.000 peças que nunca montei, em parte por falta de uma superfície grande o suficiente, em parte por falta de tempo, mesmo. Existem vários modelos de quebra-cabeças de 1.000 peças, mas não achei o que tive.
8. Pogobol: esse não quebrava; a gente é que se quebrava toda, de tanto pular. No mínimo, os tornozelos perdiam a pele. Não adiantava band-aid, gaze, meia grossa, várias meias, nada. Depois de horas em cima daquele treco, a meia começava a ficar manchada de sangue. Se o bom senso infantil era insuficiente para interromper a brincadeira, a dor funcionava com uma eficácia incrível.
9. Escolinha da Moda: na caixa, vinham várias placas em alto relevo com desenhos de saias, calças, camisas; um apoio para as placas e para o papel; um giz de cera para marcar o papel com os contornos dos modelos. O resultado eram bonequinhas de papel graciosas que eu passava horas pintando e recortando.
10. Papel: em boa parte das minhas recordações de infância, tem papel – papel de carta, jogos de tabuleiro de papel (que algum chocolate dava mediante embalagens vazias), recortes de jornais de ofertas que viravam itens de cozinha, baralhos, bonecas de papel (inclusive as da Escolinha da Moda), gibis, cadernos de atividades, álbuns de figurinhas. Havia os livros também, que ocupavam parte do meu tempo destinado à brincadeira e propiciavam a mesma quantidade de diversão. Até hoje, tenho uma facilidade incrível para juntar papel e uma dificuldade igualmente impressionante para livrar-me dele.
Imagens: arquivo pessoal; divulgação; Agenda de Recordações; Minha Infância.
Quais foram os seus 10 brinquedos com que você brincou até cansar, ou até quebrarem? Colocarei aqui os links para os 5 primeiros que seguirem a brincadeira:
Feliz Dia das Crianças! 😀