Blogueiras e Blogueiros do DF no orkut

Em maio de 2004, quando entrei no orkut, pouca gente tinha ouvido falar desse treco. Não sabíamos o que era, nem para que servia (certo, parece que voltamos àquela época, mas ao menos o conceito de “rede social” é difundido hoje). Ninguém mendigava/brigava/chorava/pagava por convites, porque ninguém conhecia o brinquedo. Um belo dia, aparecia uma mensagem na sua caixa de emails (que ainda não era Gmail) e, depois de se certificar que não era spam ou arquivo malicioso, você se deparava com um questionário enorme e um portal vazio.

A comunidade Brasília, que hoje tem 108.563 membros, mal tinha 200. Praticamente não havia comunidades em português. Aliás, ainda me lembro do ódio mortal dos norte-americanos quando começamos a usar o português nas comunas que eles tinham criado. Não demorou para que surgissem dezenas, centenas de (Preencha a lacuna) Brasil. Depois, vieram a versões para Estado/Cidade/Bairro/Escola/Boteco-da-Esquina. Neguinho começou a criar qualquer coisa, só pra ser “owner”.

Mas o alvorecer do orkut foi bacana. Amigos restabeleciam contatos, novas amizades eram criadas. Não havia pirralhos, nem spammers, nem miguxos. Trolls, claro, já estavam por lá, porque são onipresentes desde que a web é web. Apesar deles, as comunas eram saudáveis e interessantes, trocavam-se opiniões, informações, conhecimentos. Os famigerados jogos não eram uma praga.

Você ia para a “prisão” do orkut quando o Algoritmo Maluco dizia que era a sua vez – mas a polícia federal nem esquentava a cabeça com crimes cibernéticos nesse território. Não era preciso.

Scraps? Só de amigos/conhecidos. Ainda não existiam usuários de programinhas nojentos para enviar propagandas em lote. Nem mensagenzinhas de amizade ou sei lá o quê padronizadas.

*Sigh*… Bons tempos…

Talvez por ter conhecido aquele orkut, ainda acredito que algo de bom pode sair desse enrosco. Chame de idealismo, ilusão, ingenuidade, whatever.

O fato é que criei uma nova comuna: Blogueiras e Blogueiros do DF. A descrição é a seguinte:

Quantos somos? O que fazemos? Como podemos contribuir com nossa cidade?

Blogar é um ótimo passatempo, mas pode ser mais que isso. Pode ser uma excelente forma de conhecer pessoas e, principalmente, de assumir responsabilidade social.

Denúncias, campanhas, redes de solidariedade, blogagens coletivas – podemos fazer muito por meio dos nossos blogs.
_________________________________

Regras da Comunidade:

1. Para participar, você deve morar no DF (Brasília ou cidades-satélites). Além disso, deve ter um blog, obviamente.

2. Miguxos não serão aceitos.

3. Spammers e trolls também estão vetados.

4. Respeito e cooperação são imprescindíveis.
_________________________________

Vamos aproveitar nossos blogs para contribuir com nossa cidade!

A idéia é criar um espaço saudável de convivência e troca de idéias entre os blogueiros do Distrito Federal. Mais para a frente, imagino atuações em campanhas, denúncias, redes de solidariedade.

Se você mora em Brasília, Taguatinga, Cruzeiro, Ceilândia, Guará, Sobradinho ou qualquer cidade-satélite, tem um blog e quer partilhar informações e interesses, sinta-se convidadíssimo/convidadíssima.

Atualização em 10 de abril de 2008: agora, também temos uma lista de discussão, Blogs DF. Se você tem um blog e mora no Distrito Federal, junte-se a nós.

Existe concorrência na blogosfera brasileira?

Fui convidada pelo Norberto Kawakami para responder à pergunta acima, inicialmente sugerida pelo Carlos Carvalho.

De que tipo de concorrência estamos falando aqui? Da concorrência pelos cliques dos “paraquedistas” (visitantes vindos do Google que mal lêem os textos e já saem clicando em propagandas)? Ou da concorrência por leitores fiéis, atentos, participativos? Dependendo do enfoque, a resposta muda.

Como leiga em economia, arrisco dizer que a concorrência existe quando produtos semelhantes disputam espaço dentro de um determinado mercado consumidor. A equação produtos similares/número de consumidores indica o tamanho da concorrência.

Uma companhia de distribuição de energia elétrica, por exemplo, detém o monopólio do fornecimento de eletricidade e conta com um mercado consumidor igual à sua área de cobertura. A concorrência que ela enfrenta é próxima de zero – sempre pode haver uma ou outra casa que se valha de lampiões a gás e geradores, mas, convenhamos, é uma parcela insignificante.

Já uma fabricante de telefones celulares tem que disputar um lugar ao sol no meio de outras tantas: Nokia, LG, Samsung, Motorola, Sony Ericsson, para citar apenas algumas. Por outro lado, o mercado consumidor não é tão grande assim: muitas pessoas demoram anos e anos antes de trocarem de aparelho, bem de consumo durável; nem todas querem ou podem ter um celular; celulares não são um produto de primeira necessidade, como é a energia elétrica. Nesse exemplo, a relação produtos/consumidores é bem maior e a concorrência é acirrada.

Voltando aos blogs.

Se você espera ganhar dinheiro com blog, não se preocupe com a concorrência. Aplique as técnicas conhecidas de SEO (Search Engine Optimization, ou otimização para motores de busca, a fim de aparecer entre os primeiros resultados do Google e ter mais chances de atrair visitantes), use os programas de monetização (Google AdSense, JáCotei, Buscapé, Submarino, HotWords…), escreva sobre assuntos da moda… e sempre, sempre haverá paraquedistas entrando no seu blog, clicando nos anúncios e pingando caraminguás na sua conta corrente.

Claro que alguns são mais bem-sucedidos que outros na arte de ganhar dinheiro com blogs: escrevem mais e melhor, têm intuição para saber sobre o que escrever e dedicam várias horas do dia à atividade de blogar, seja redigindo, seja pesquisando temas ou otimizando seus blogs – eu não disse que é fácil. Não existe almoço grátis: se você quer lucrar, deve se esforçar na medida correspondente à sua ambição.

O consolo é que você não concorre com os outros blogs. Todos os dias, milhões de pesquisas são feitas pelo Google e milhares de pessoas dão seus primeiros passos na internet. E daí que surgem dezenas de blogs por minuto? O público consumidor de informações, futilidades, entretenimento e propagandas é virtualmente infinito.

Agora, se você escreve para atrair leitores, conquistar reconhecimento e fama (nem que seja por 15 minutos), ser citado pela grande mídia e por blogueiros conceituados, formar opinião… bom, aí você tem que rebolar.

Tem muitos blogs excelentes por aí, de gente talentosa, inteligente, que domina em profundidade os assuntos sobre os quais escreve (bem). A maior parte é conhecida apenas por uma dúzia de colegas blogueiros e referenciada entre eles. Uma minoria consegue, realmente brilhar, aparecer na mídia tradicional, ter várias centenas ou milhares de leitores fiéis pelos feeds, e outros tantos que sempre recorrem ao seu blog na hora de tirar dúvidas ou buscar opiniões.

Por outro lado, a base de consumidores de bons blogs é estreita. A web brasileira está povoada de seres semi-alfabetizados, incapazes de ler um texto como “Vovô viu a uva” e , em seguida, responder “Quem viu a uva?” (acredite, há vereadores e deputados que não passariam neste teste). Essas pessoas querem informação mastigada e comprimida em duas linhas escritas com palavras curtas.

A parcela de leitores reais já tem seus blogueiros preferidos. Para ser incluído no leitor de feeds de alguém que já acompanha 200 blogs, você tem de ser bom, agregar valor e, além de tudo, contar com a sorte de ser descoberto por esses leitores – que não trazem dinheiro, é verdade, mas massageiam o ego dos blogueiros como nem mil paraquedistas podem fazer.

Assim, lamento informar que se o seu foco é conquistar leitores e influenciar pessoas (parafraseando aquele livro), a concorrência existe, sim.

A péssima notícia é que você não está concorrendo apenas com outros blogueiros, mas com todos os interesses que preenchem o tempo do leitor: livros, filmes, namoros, amigos, jogos, bares, horas de sono e, eventualmente, os outros 200 blogs que ele acompanha. Blogs, como aparelhos celulares e locações de dvds, são “mercadorias” supérfluas, não de necessidade básica, e disputam com todos os outros supérfluos relacionados a lazer, informação e internet. Seu blog concorre por cada minuto da atenção dos potenciais leitores.

E aí, o que você faz para se destacar em meio à concorrência? Persegue blogueiros, envia spams, dispara ameaças de morte? De quebra, aproveita para incendiar cinemas e livrarias?

Não, criatura. Aprenda com os blogueiros que têm mais estrada e leitores que você. Leia os seus artigos, veja como se comportam na blogosfera, estude, pesquise, treine a escrita, devore pilhas de livros. Peça ajuda, de vez em quando. Se você chegar para um blogueiro do primeiro time e pedir uma ajuda, sugestão ou opinião, pode estar certo de que conseguirá. Faz parte da egotrip bloguística saber que foi útil a um novato. Claro, se você escreve em miguxês, chama o blogueiro de “véi” e faz uma pergunta ridícula ou cuja resposta está na primeira indicação de uma simples pesquisa no Google, será solenemente ignorado. Na melhor das hipóteses, renderá um ótimo post.

A concorrência é amigável, solícita e simpática. Não raro, rende boas amizades. Nada de “blogosfera selvagem, psicopata, homicida”, disputando sanguinariamente a cada minuto de atenção do internauta; o que existe é um ambiente saudável de crescimento mútuo e aprendizagem contínua. Nem mesmo o mais blogueiro renomado pode dizer que já sabe de tudo e não precisa de ninguém.

Depois de tudo isso, você me diz: “mas eu não escrevo pelo dinheiro nem pelo reconhecimento; escrevo só por prazer” e eu respondo: pense seriamente em apagar seu blog e comprar um bonito caderno.

Faz parte da tag convidar três blogueiros com conteúdo semelhante (concorrentes, portanto) para responder à pergunta. No caso do Dia de Folga, tenho que convocar blogueiros que escrevem sobre… nada. Ou melhor, sobre cotidianidades. Chamo, então:

  • Groselha News, da Srta. Bia. Textos leves recheados de referências a notícias e cultura pop que só ela poderia descobrir.
  • Futilidade Pública, do Rafael Silva. Temas cotidianos, permeados por dicas de tecnologia e internet.
  • Pirão Sem Dono, do MarcosVP. Música, crônicas, atualidades e outros assuntos, com muito humor.

Seu blog é acessível?

Acessibilidade na web significa uma internet verdadeiramente inclusiva
e com mais oportunidade de acesso de negócios para todos.

Muito se fala sobre acessibilidade na web – basta fazer uma rápida consulta ao todo-poderoso para ver a quantidade de páginas dedicadas ao assunto. A primeira vez que li com alguma atenção algo sobre o tema foi há cerca de apenas um mês, no blog do Bruno Torres. Semana passada, o Anny Rose lançou a Campanha Torne seu blog acessível para todos. Foi aí que parei para pensar realmente nessa questão.

O que é acessibilidade?

Acessibilidade é possibilitar a todas as pessoas condições adequadas de uso de produtos, serviços e espaços, independentemente de suas limitações.

15% da população brasileira têm algum tipo de deficiência física. É obrigação do Estado e da sociedade civil incluir esse contingente, propiciando-lhe condições equivalentes às do restante das pessoas.

No mundo físico, isso significa, entre outras coisas:

  • acréscimo de rampas de acesso em prédios e calçadas
  • adaptações em ônibus
  • elevadores espaçosos o suficiente para uma cadeira de rodas
  • banheiros adaptados com barras auxiliares
  • portas largas
  • programações televisivas legendadas ou complementadas por tradução simultânea para a linguagem de sinais
  • telefones públicos (orelhões) e caixas eletrônicos numa altura compatível com cadeirantes
  • pontos gratuitos de acesso à internet
  • calçadas largas
  • lugares para cadeiras de rodas em cinemas e teatros

A lista é extensa e os itens acima são meramente exemplificativos. Ainda falta muito para que todos tenham direitos iguais neste país, e isso passa pela implementação de métodos de acessibilidade.

O que é acessibilidade na web?

No mundo virtual, a acessibilidade é representada por sites que permitem a todas as pessoas a compreensão do seu conteúdo, independentemente das suas limitações físicas ou do equipamento que estão utilizando para navegar pela internet.

Uma pessoa cega, por exemplo, usa um software especial que lê para ela o conteúdo de um site (como o Jaws, cujo link para download encontra-se no fim deste artigo). O programa não é adivinho: para que funcione corretamente é necessário, por exemplo, que o idioma usado no site esteja especificado no seu código-fonte, e que todas as imagens da página tenham um texto descritivo.

Alguém que visita um site por meio de um pda, smartphone ou outro aparelho com tela reduzida deve ser capaz de navegar por ele confortavelmente. Isso também é acessibilidade.

Ainda é comum, no Brasil, o uso de conexão discada – portanto, lenta – para acessar a internet. Um site acessível é rápido o suficiente para superar essa limitação.

Há pessoas com limitações físicas ou de coordenação motora que impossibilitam o uso do mouse – a navegabilidade do site deve ser possível via teclado para incluir esse público.

Campanha “Torne seu blog acessível a todos”

Na verdade, o Anny centrou sua campanha em torno da acessibilidade para deficientes visuais, um ótimo ponto para começar.

Deficientes visuais têm dificuldades para inserir-se nos sistemas educacionais e, conseqüentemente, no mercado de trabalho. A internet torna-se uma ferramenta de grande valia para esse público, pela infinidade de informações que pode agregar. Além disso, para eles pode ser muito mais prático fazer compras e pagar contas sem sair de casa, usando serviços online – desde que os sites que fornecem estes serviços sejam acessíveis, é claro.

Ademais, sites acessíveis a deficientes visuais tendem a ser mais acessíveis a outros grupos de indivíduos e a pessoas que usam equipamentos com alguma limitação, como dispositivos móveis, em que não convém, por exemplo, exibir imagens.

A campanha, como o título indica, concentra-se em tornar os blogs mais acessíveis.

Como adaptar seu blog às necessidades dos deficientes visuais?

Que tal seguir as dez dicas abaixo e melhorar a acessibilidade do seu blog?

1. O idioma do blog está especificado?

No seu navegador, vá em Exibir/Código-fonte. Uma janela se abrirá, com o código do seu blog. Numa das primeiras linhas, deve haver a seguinte informação:

<meta http-equiv="Content-Language" content="pt-br" />

Sem isso, o programa de leitura não identificará automaticamente o idioma e tentará ler seu texto como se estivesse em inglês, dificultando a compreensão.

Se seu blog não contém essa informação, copie e cole a linha de código acima no cabeçalho (header) do seu blog, entre as tags <head> e </head>.

2. As imagens possuem descrição?

Desabilite o carregamento de imagens do seu navegador. No Firefox, vá em “Ferramentas”, depois “Opções”; clique em “Conteúdo” e desmarque a caixa “Carregar imagens automaticamente”. No Internet Explorer, o caminho é Ferramentas/Opções da Internet/Avançadas; depois, procure por “Mostrar imagens” e desmarque a caixa.

Recarregue seu blog.

As imagens que você usa no layout e para ilustrar seu texto contêm uma descrição? Essa descrição é suficientemente clara para dar uma idéia ao cego do que está ali?

Você usa imagens no menu? Quando as imagens estão desabilitadas, ainda é possível saber para onde cada opção conduz?

Acrescentar descrições a imagens é muito simples – basta usar o atributo “alt”. Na foto que ilustra a receita Bolo de Milho, por exemplo, a imagem é apresentada a partir de um código semelhante ao seguinte:


<img src="https://farm1.static.flickr.com/550m.jpg" class="alignleft" alt="Bolo de Milho - clique para ampliar" height="135" width="180" />

Note que não bastaria escrever “clique para ampliar” – é necessário dar uma idéia do conteúdo da imagem para que a experiência do deficiente visual seja minimamente satisfatória.

Menus e botões construídos com imagens são críticos: sem o atributo “alt”, tornam a navegação pelo blog impossível ao cego.

3. Seus links dizem para onde o visitante será encaminhado?

Essa é velha e vale para facilitar a vida de deficientes e não-deficientes: links do tipo clique aqui dificultam a acessibilidade.

Você deve informar ao leitor para onde ele irá ao clicar em um link. Escreva, por exemplo, “leia sobre a campanha pela acessibilidade nos blogs“, não simplesmente “clique aqui”. Complemente a informação usando o atributo “title”, que está para os links como o “alt” está para as imagens:

<a href="http://www.tvretro.net/2007/06/campanha-torne-seu-blog-acessvel-para.html" title="Torne seu blog acessível para todos - TV Retrô" target="_blank">leia sobre a campanha pela acessibilidade nos blogs</a>

Tenho por padrão usar o “title” para indicar o assunto principal do link e o local em que se encontra – o nome do blog ou do portal, por exemplo.

4. Você coloca informações em flash? Seu blog usa menus que dependem do mouse?

“Flash” é aquela animação “bonitinha” que traz informações irrelevantes – ou não.

Alguns sites o utilizam para criar introduções que ninguém vê. Outros colocam conteúdo realmente importante, textos inteiros de interesse para o visitante, ou botões essenciais para a navegação. Infelizmente, os cegos não têm acesso ao material colocado em flash.

Menus que mostram submenus somente com a passagem do mouse sobre eles também são fonte de dor de cabeça para os cegos, já que o programas de leitura ignorará os submenus.

5. Onde fica o conteúdo principal do seu site?

Os softwares de leitura lêem um site da esquerda para a direita, e de cima para baixo. Se você tem um blog cujo menu lateral está à esquerda, todo o conteúdo do menu será lido antes que se chegue ao artigo, que é o que realmente interessa ao visitante.

Se eu fosse cega, sairia do blog e procuraria por informação em outros sites, que dedicassem o lado esquerdo ao conteúdo principal.

6. Quantos “tabs” é necessário para se chegar ao conteúdo principal?

Cegos usam a tecla “tab” para pular de um campo a outro, ou de um link a outro, até encontrarem o que procuram.

Imagine um blog que traga dezenas de links antes do artigo – são dezenas de “tabs” antes de chegar ao que interessa. Lembre-se que, para saber se estão no lugar certo, os cegos têm que esperar que o programa de leitura diga-lhe o texto – não podem, simplesmente, dar 40 “tabs” um atrás do outro.

O Dia de Folga demanda 24 “tabs” antes que a leitura de um artigo tenha início. Esse número cai para 16 se o javascript for desabilitado, já que isso elimina as propagandas do AdSense.

7. O título do seu artigo é um link?

Se não for, o software de leitura o ignorará, procurando pelo próximo link da página. Seu visitante cego não será capaz de encontrar o início do texto.

Boas plataformas de blogs, como o WordPress, WordPress.com e Blogger/Blogspot transformam os títulos de artigos em links que, entre outros méritos, têm o de ajudar a localização do conteúdo pelo cego. Dê preferência a essas plataformas na hora de contruir seu blog.

8. Você usa captcha para evitar spams?

Captcha é uma imagem com letras disfarçadas, exibida no campo dos comentários; as letras devem ser digitadas pelo leitor que quiser comentar, para provar que ele é humano, não spammer.

Captcha torra a paciência de qualquer mortal. Alguns deles, para piorar, não oferecem uma descrição da imagem. Assim, impedem que os cegos comentem, igualando-os a spammers.

Verifique se o captcha em seu blog fornece uma descrição para a imagem. De qualquer forma, considere substitui-lo por uma pergunta de resposta fácil: “quanto é 2 + 3”, por exemplo. É um mecanismo menos irritante e tão eficaz quanto o captcha para afastar spammers. Existem alguns plugins para isso, se seu blog é movido a WordPress.

Se possível, instale plugins anti-spam como o Akismet, e poupe seu visitante dessa chatice de provar que é humano para deixar um comentário.

9. As cores do seu blog fornecem contraste adequado?

Não se deve pensar apenas nos cegos, mas também nos leitores com visão subnormal ou cegos para cores (daltônicos).

A cor das letras em seu blog é suficientemente contrastante com o fundo, ou confunde-se com ele? E o contraste entre o texto comum e os links, é adequado?

No site Colorblind Web Page Filter é possível realizar uma séries de testes para verificar se o esquema de cores do seu blog é acessível.

10. O tamanho da fonte do seu blog é ajustável?

Os navegadores fornecem uma ferramenta que permite aumentar o tamanho das letras de um site: confira no menu Exibir/Tamanho do texto. Veja se funciona no seu blog. Recomenda-se o uso das unidades “%” ou “em” para o melhor funcionamento desse recurso, utilíssimo para visitantes com visão subnormal.

Conclusão

Várias dicas deste texto foram retiradas do vídeo Acessibilidade web: custo ou benefício, essencial para quem se preocupa com a inclusão digital. A frase de abertura do artigo também foi retirada desse vídeo. Abaixo, você encontrará links de referência que fornecem informações importantes sobre acessibilidade.

Acessibilidade é um assunto extenso e que abrange uma vasta gama de técnicas em prol da integração de pessoas com diferentes tipos de dificuldades ou limitações.

No caso dos deficientes visuais, bastam pequenas mudanças de hábito dos blogueiros e umas poucas modificações no layout para que os blogs lhes sejam acessíveis. As dicas acima são todas simples, mas fundamentais para facilitar a vida desse grupo significativo de usuários. Várias delas facilitam a acessibilidade de modo geral, não apenas por deficientes visuais.

É fundamental que todos os sites, não só os blogs, procurem se adequar para atender a essa parcela da população. Como disse o Bruno Torres, acessibilidade não é altruísmo: quando sites de compras ou bancos adaptam seu conteúdo em prol dos deficientes visuais, seus lucros aumentam, já que eles também consomem produtos e serviços.

O Dia de Folga não é tão acessível quanto poderia mas, a partir de hoje, procurarei melhorá-lo cada vez mais neste aspecto.

Promova a adequação do seu blog para os padrões de acessibilidade, tanto quanto possível. Divulgue a campanha. Aprofunde-se no tema, espalhe a idéia, fale sobre as questões de acessibilidade com designers, desenvolvedores, arquiteto, engenheiros. Não se limite à web.

A conscientização é o primeiro passo para a acessibilidade.

Referências

Gmail agora abre apresentações

Que o Gmail é o melhor serviço de webmail de todos os tempos, só duvida quem nunca testou.

Já há algum tempo, é possível abrir documentos e planilhas anexados a emails no seu navegador, sem ter de esperar pelo carregamento de um “Word”, “Excel” ou programa semelhante. Graças à integração com o Google Documents, pode-se, inclusive, conservar esses arquivos online, prontos para consultas e alterações em qualquer computador com acesso à internet.

Agora, ele também abre anexos em .pps (os “powerpoint” da vida, amados por uns, detestados por outros) sem socorrer-se de outros programas (clique para ampliar):

Apresentações abrem diretamente no Gmail

Basta clicar em “View as slideshow” e o anexo será aberto numa nova aba (ou janela, se você usa Internet Explorer… que tal mudar para o Firefox?), com controles no alto da tela para passar os slides na seqüência ou ir diretamente para um deles.

Aquela lenga-lenga chaaaata de ver letrinhas aparecendo uma-por-uma, ou frases inteiras que dançam na sua frente, é eliminada: cada slide é exibido imediatamente, na íntegra.

Também somem as músicas e efeitos sonoros aplicados à apresentação. Isso agiliza o carregamento, mas pode empobrecer algumas apresentações, ou até retirar-lhes o sentido.

Em todo caso, é uma excelente alternativa para quem recebe toneladas de .pps, mal tem tempo de olhá-los e não tem a menor paciência com as firulas e a lerdeza dos programas especializados em abri-las.

Está esperando o que para mudar para o Gmail? Já nem é necessário convite.

Em tempo: essa função não está disponível na versão em português do Gmail. Se você não quer esperar, acesse as Configurações da sua conta e mude o idioma para “English (US)” – o idioma-padrão sempre é atualizado antes dos demais.

Agora, só falta o webmail do Google abrir arquivos .pdf decentemente, sem precisar do lentíssimo Adobe Acrobat Reader.