Não dê sorte para o azar.

Era uma vez uma família feliz: pai, mãe, dois filhos adolescentes e três gatinhos.

A família havia se mudado, recentemente, para um apartamento no quarto andar de um prédio bacana. A mãe, precavida, quis instalar rede de proteção nas janelas, para a proteção dos gatos. Um dos filhos, porém, disse que não – no quarto dele, não haveria rede. Ele não queria, achava feio etc. e tal.

A mãe acabou cedendo. Afinal, seria só manter a janela fechada quando não houvesse ninguém por perto.

Um belo dia, alguém esqueceu a janela aberta.

Um dos gatos, que adorava caçar passarinhos, estava de passagem quando ouviu um trinado.

Ele se aproximou da janela – aquela sem rede. Seu instinto de caça se aguçou. Começou a procurar a origem do barulho e não demorou muito para ver o passarinho.

O gato pulou atrás da presa… e caiu. Do quarto andar direto para a calçada de cimento.

* * *

Essa é só uma de várias histórias envolvendo gatos e janelas sem proteção. Você sempre pensa que nada de mal vai acontecer, que o gato é esperto o suficiente pra não cair ou que sempre haverá alguém por perto pra vigiá-lo. Só que esquece que seres humanos são falhos, desatenciosos e distraídos; e que gatos são caçadores, curiosos e atrevidos. Está pronta a fórmula para a tragédia.

Dessa vez, houve um final feliz: o gato se machucou pouco e teve uma recuperação excelente. Poderia não ter sido assim. A queda poderia ser fatal, ou ele poderia ter se esborrachado na rua e sido atropelado ou, ainda, poderia ter fugido assustado e com medo.

Posse responsável é zelar pela segurança do seu animal de estimação. Não ceda a economias bobas ou caprichos estéticos que valem infinitamente menos que uma vida.

Enganando seu gato com petisco

Dar remédio para gatos é um perrengue, todo gateiro sabe. A lista de truques é grande e variada. Em casa, misturar o antifúngico no iogurte funcionou por quase um mês – aí, dona Mel resolveu que tinha enjoado do activia de morango. Já pra Cacau, misturar no patê funcionava, mas eu é que enjoava do cheiro daquela gororoba.

Como o antifúngico era líquido (quase cremoso, na verdade), sem gosto (teoricamente) e sem cheiro (forte), resolvi o problema apelando para a boa e velha seringa.

Será que funciona?
Será que funciona?

E se o remédio fosse em comprimidos? Bem, aí eu estaria ferrada, pois minhas lindas, meigas e adoráveis gatinhas viram onças e não tomam mesmo.

Existe nos isteitis um treco chamado pill pocket, que promete ser a salvação da lavoura. Você camufla o comprimido num petisquinho e torce para que o gato seja guloso o suficiente pra engolir tudo de uma vez.

Ouvi elogios ao negócio. Aqui em casa, tenho lá minhas dúvidas se daria certo – Cacau e Mel mordiscam os petiscos comuns, não os engolem inteiros – mas ando pensando em comprar um pacotinho pra deixar na despensa. Dá pra comprar no eBay (a pesquisa já está filtrada para vendedores que aceitam paypal e enviam pro Brasil) e não custa uma fortuna.

Se bem que desejo com todas as minhas forças jamais ter de dar remédio para os meus bebês novamente. Sonhar não paga imposto…