Meus anos costumam ter um tema, uma espécie de fio condutor. Isso não é uma coisa planejada, simplesmente acontece. Notei o padrão já há um bom tempo e comecei a brincar com isso. Pelo visto, 2019 será o ano de ler.
Adoro ler, sempre adorei, mas o hábito ficou adormecido por muito tempo. Faculdade, excesso de trabalho, os suspeitos habituais. Num período mais recente, internet e redes sociais, que comem um tempo infinito se a gente não se cuidar.
Faz muito tempo que resolvi retomar o prazer da leitura, e em 2008 comecei a anotar os livros lidos anualmente, como uma maneira de estimular o hábito. Alguns anos foram mais produtivos que outros: em 2015, li apenas meia dúzia (em minha defesa, foi “o ano de mudar de carreira” – e de cidade). Já 2018 foi um ano ótimo, 31 livros lidos. Provavelmente desde a adolescência não lia tanto (livros de faculdade não contam).
Ao que tudo indica, 2019 vai superar 2018. Em janeiro, foram oito livros lidos! (E um conto, que não estou contando.)
Dois fatores têm impulsionado incrivelmente meu ritmo de leitura.
O primeiro fator são os clubes de leitura. Estou em quatro, o que significa motivação para ler ao menos quatro livros por mês. Dois clubes são no whatsapp e abertos a novos membro: #lendoscifi e #lendoKing, ambos coordenados pela Ada, minha mais antiga amiga (vida longa e próspera a essa amizade!). O terceiro é fechado e dedicado aos livros da Agatha Christie que têm Hercule Poirot como protagonista – aquele detetive belga baixinho e com cabeça de ovo. Li quase todos na infância e adolescência e tem sido muito interessante reler – se bem que considero leitura e não releitura, porque afinal são pelo menos vinte cinco anos entre uma e outra. O quarto clube é a Tag Inéditos, que assinei por pura influência da galera do #lendoscifi (se você assinar usando esse link, ganha 35 reais pra gastar na loja, e eu também), de tanto ouvi-los falar nesses clubes que enviam um livro por mês para a casa do assinante.
Aliás, essa coisa da influência tem sido significativa. Os grupos de whatsapp me aproximam de gente que lê muito, que tem gostos parecidos com os meus e que está sempre indicando outros livros. Isso é altamente estimulante para a minha curiosidade, com o bônus de ter com quem conversar sobre o que leio.
O segundo fator tem sido o desapego das redes sociais e da mídia em geral. O excesso de notícias e de debates tem sido tóxico para mim. As fake news são exaustivas. Notícia realmente importante me chega por um canal ou outro – ainda vejo um pouco de twitter, ainda ouço um pouco de rádio, ainda estou em alguns grupos de whatsapp não relacionados à leitura. Essas fontes já me bastam, e às vezes até elas são demasiadas.
Sem gastar tanto tempo na internet, claro que sobrou mais tempo e energia pros livros (e pras séries, pros filmes, pra aquarela, pras coisas que me fazem bem).
Tenho algumas amigas que são leitoras vorazes, e sempre me perguntava como conseguiam tempo. Parece que achei a resposta.
Não pretendo fazer resenhas dos livros lidos, mas incluo todos no goodreads – caso você tenha curiosidade, é só dar uma olhadinha.
E você, o que tem lido?