Café-da-manhã com o iG

Sexta-feira passada foi dia de café-da-manhã entre blogueiros e membros do iG. O encontro foi promovido pelo Manoel Fernandes, da Revista Bites. Os blogueiros presentes foram Manoel Netto, Lu Freitas, Gabriel Tonobohn, Bruna Calheiros, Tiago Dória, Edney Sousa e Patrícia Albuquerque, além de mim. Do iG, estavam Caio Túlio Costa (presidente), Gian Filli (CEO), Alex Rocco (marketing e vendas), Caíque Severo e Ale Blanco (conteúdo), Marcela Tavares (web2.0), Andrea Broglia Mendes (publicidade) e Ana Paula Piovesan (inteligência de mercado).

O encontro seguiu-se ao realizado com o Yahoo! Brasil em 11 de setembro passado e foi preparatório para uma série de eventos denominada Café com Blog.

O iG tem se colocado em posição vanguardista quando comparado a outros portais e à mídia tradicional. O leitor não é visto como mera esponja, mas também como gerador de conteúdo, como comprovam o Eu na Web e o slogan do portal: “o mundo é de quem faz”. Nesse mesmo sentido, blogs são entendidos pelo iG como uma forma relevante de produção de conteúdo.

A história complica quando se trata de apresentar os blogs como veículos rentáveis para o anunciante. Quando perguntei “de que vocês precisam para convencer o cliente a anunciar em blogs?”, a resposta foi “de audiência”. E aí começam os problemas: como mensurar a audiência nesse caldeirão que é a internet? Será que importa mesmo a quantidade? Ou vale a qualidade?

Quando o anunciante veicula 30 segundos de comercial durante o Jornal Nacional, atinge milhões de pessoas. Um blog atinge apenas algumas centenas ou milhares de leitores por dia. A diferença quantitativa é esmagadora. Por outro lado, quem forma a população brasileira com computador, internet e, mais importante, tempo sobrando para acessar blogs? Essa parcela engloba uma significativa parcela de consumidores.

A questão, então, é como atingir esse público. Banners, sinto muito, ficaram lá pelos anos 90. A tal cegueira de banner atinge 99,9% dos internautas. Eu entro em alguns sites todos os dias e não sei dizer quais são as suas propagandas, porque automaticamente desvio o olhar direto para o conteúdo. E não adianta fazer pular na cara do visitante uma animação qualquer – o internauta começa a procurar o X antes mesmo de ver a mensagem, e ainda fica irritado.

O que os editores do AdSense têm aprendido é que quanto mais integrada ao layout e relacionada ao conteúdo estiver a publicidade, mais eficiente ela será. Incomodar o visitante não é a saída – a solução é seduzi-lo.Por esse caminho também vão as resenhas patrocinadas, que cativam o leitor e agregam mais informações que um simples banner, ou um comercial de 30 segundos.

Também é preciso levar em conta que, se blogs (ainda) não atingem milhões de leitores como o Jornal Nacional, certamente também não custa centenas de milhares de reais anunciar neles, como foi lembrado durante a reunião. Blogs são uma mídia barata, segmentada, de penetração junto a um público jovem, antenado e com poder de consumo crescente.

O intercâmbio entre blogueiros e profissionais de marketing/publicidade/vendas foi uma das partes mais proveitosas do encontro. É assim, conversando, que podemos entender melhor esse formato de comunicação que são os blogs, ainda novo para muitos.

Outras partes proveitosas? Que tal a bandeja de docinhos? Ou o almoço VIP? 😉 Ou, como sempre, a interação ao vivo e a cores?

Decorreu diretamente do encontro uma pequena mudança no slogan do Dia de Folga, que já vinha sendo ensaiada há algum tempo: de “informação com gelo e laranja” para “opinião com gelo e laranja”. Afinal, vivo afirmando que blogs são, sobretudo, opinativos, nisso residindo sua principal diferença em relação à mídia tradicional.

Mais artigos sobre o encontro com o iG:

O BlogCamp foi…

…melhor que a encomenda!

Não sou tímida nas CNTP e, depois de não sei quantos orkontros, aprendi que conhecer um monte de gente ao mesmo tempo é divertido, passados os primeiros 5 minutos de pânico. Mesmo assim, confesso que quase amarelei. Gente demais pra ver de uma vez só e, ainda por cima, blogueiros. Medo, muito medo nessa hora.

Fui, apesar disso. E foi como sempre: passados os primeiros 5 minutos (repetidos algumas vezes, a cada nova rodinha), senti-me à vontade, com aquela familiaridade comum a encontros movidos pela internet desde os tempos da BBS (da qual só ouvi falar, não tenho tanta idade). No caso dos blogs, a coisa é ligeiramente diferente, já que a interação não se dá em forma de diálogo como no IRC ou orkut. Disso resulta que, às vezes, você lê determinado blog por anos e o(a) dono(a) nem sabe da sua existência, e vice-versa. Por outro lado, blogueiros são seres comunicativos e articulados, o que ajuda a quebrar o gelo rapidinho.

O melhor do BlogCamp Brasil 2007 aconteceu fora das desconferências. Conhecer gente ao vivo e a cores continua sendo uma das coisas mais interessantes da face da Terra. Os almoços, botecos e cafés foram o ponto alto. Sobre as desconferências? A melhor parte foi a dancinha do Edney. A segunda melhor coisa foi a idéia de um wiki sobre blogs, feito para e por blogueiros, que já está no ar.

Admito que não tive paciência para boa parte das discussões travadas. Quando me falam em querer organizar a blogosfera, meu espírito anárquico se arrepia. Acho impossível e infundado querer enquadrar tantos e tão diferentes blogs dentro de uma forma única. Deixem correr, gente. No fim, tudo dá certo.

Outros temas abordados foram redes sociais, proteção do blogueiro de acusações de crimes contra a honra, direitos autorais na internet e a licença Creative Commons. Nem de férias consegui escapar do direito. Na segunda-feira seguinte, acabei comprando um livro que aborda algumas dessas questões, Direitos autorais na internet e o uso de obras alheias.

Sim, houve papos sobre monetização (aka “ganhar dinheiro com blogs”), mas quem não tinha interesse encontrava outra sala com um tópico diferente. É injusto afirmar que esse foi o tema principal do BlogCamp, como fez o Estadão – que no mesmo texto disse que “a palavra que mais se falou foi ‘Estadão’.” – tá, só porque eles querem. Mania de insistir nessa “guerra”.

Claro que não deu pra falar de tudo. Claro que podiam ter surgido outros tópicos interessantes. Mas, caramba, foram só dois dias de evento. Não dá pra esgotar o mundo de assuntos que circundam os blogs em dois dias. O BlogCamp é um começo, uma provocação, não um fim em si mesmo.

Da coisa mais chata que aconteceu, já falei abaixo. Ajuda, galera!

Parabéns ao Manoel Netto, à Lu Freitas e ao Gabriel Tonobohn que organizaram o BlogCamp. Valeu, Marco Gomes, pelo coffee break, delicioso apesar da ausência do café

Eu queria sair listando o povo legal que conheci por lá, mas tenho certeza de que deixaria gente de fora, então adotei outro modus operandi: listar quem escreveu sobre o BlogCamp. Quem não foi ao evento pode formar um painel interessante a partir desse mundo de artigos.

Artigos

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Taí, eu não ia escrever nada sobre o BlogCamp por causa do meu atraso de mais de uma semana, mas até que saiu um texto grandinho.

Eu podia tá roubando…

Essa em tenho de contar agora. O BlogCamp foi excelente e tal, mais tarde faço uma entrada com os links para os textos dos blogueiros participantes – porque, depois de uma semana, todo mundo já deve ter escrito sobre o evento, menos eu.

Acontece que houve um lance muito, muito chato. Quando saímos para almoçar no sábado, algum filho de uma ronca-e-fuça entrou no local cedido para o evento, e furtou o projetor que estava preso ao teto da sala principal. O prejuízo é de cerca de R$3.700,00. Está rolando uma vaquinha virtual para diminuir esse rombo. É fácil contribuir: basta clicar no botão abaixo

Faça sua doação para restituir o projetor

e doar qualquer quantia, via cartão de crédito, transferência online ou boleto bancário. A conta está no nome do Manoel Netto, um dos organizadores do BlogCamp.

Sobrou um dinheirinho do fim-de-semana? Tem o correspondente a uma entrada de cinema, ou meia-entrada, ou a pipoca pequena, sobrando na carteira? Algumas moedas na gaveta da sala? Qualquer valor ajuda. Sério mesmo.

Em pouco mais de uma semana, a blogosfera já se mobilizou para obter quase todo o montante. A sua contribuição é fundamental para que esse “quase” suma da sentença. Dê esperanç… ops, essa é outra campanha. Enfim, ajude. Não são aceitos vale-transporte ou ticket-refeição, mas o valor em dinheiro é muito bem-vindo.