Houston, recebemos sinais de vida!

Sou faladeira. A-do-ro bater papo. Conseqüentemente (ou não), sou escrevedeira.

Não é falta de assunto, esse sumiço por mais de quinze dias. São várias coisas. Menos falta de assunto.

Coisas esquisitas que aconteceram aqui por estas paragens. Mágoas, decepções.

Mas, principalmente, coisas muito, muito bacanas. Como, por exemplo, ter conhecido pessoalmente essa menina linda, simpática, inteligentíssima e com uma garra invejável.

Outra coisa legal é que minhas férias começaram e, necessariamente, isso me deixa um pouco mais afastada do computador. Pra enrolar um pouquinho, tive que matar uma meia dúzia de leões por dia para sair de férias com a consciência tranqüila do dever cumprido. Foi aí, na verdade, que o afastamento do blog teve início.

Então, viajei pra Sampa e revi amigos fantásticos, diverti-me um bocado com eles, conheci uma cidade que realmente merece esse nome (Brasília não é uma cidade de verdade, sempre digo isso), realizei um velho sonho – assistir a O Fantasma da Ópera – e, de quebra, vi o Antônio Fagundes no palco (em outra peça, ca-la-ro) a poucos metros de mim, superlativo.

Tirei trocentas fotos.

Comprei centos postais.

Andei mais que as botas de sete léguas.

Gastei mais do que podia em roupas.

Comi muito bem e voltei mais magra.

Tenho miles de novidades pra contar. Esse é só um resuminho básico. Aos poucos, vamos colocando as fofocas em dia.

Intuição e outras coisinhas

Intuição é aquela voz interior que você só sabe que devia ter escutado quando já quebrou a cara.

* * *

Sabe, eu acredito que existe uma lei cármica. Acredito, também, que ela é amiguinha da Lei de Murphy. As duas andam de mãos dadas, passeiam juntas pra lá e pra cá, vão ao cinema e ao Mc Donald’s todo sábado.

Por isso é que a lei cármica só funciona para o mal.

É assim: se você faz uma coisa ruim pra alguém (vamos, sem hipocrisias – todos magoamos os outros de vez em quando), um outro alguém vai fazer a mesma coisa ruim pra você. Se você faz uma coisa boa, esqueça qualquer possibilidade de retribuição.

Olha, eu só espero que as pessoas que já aprontaram comigo recebam o troco. Só isso.

* * *

– Ai, minha vida está tão bagunçada…

– Há! Agora me conta uma novidade!

– …

(Precisava tanta sinceridade, precisava?!)

07 de Setembro

Não sei se é em todo canto, mas aqui em Brasília feriado é feito pra se ficar em casa. Se você quiser fazer qualquer outra coisa, até pode tentar, mas só se tiver a proverbial paciência de Jó.

Esse ano, nem dei uma olhadinha na tevê pra ver os desfiles, coisa que sempre fiz. Eu gosto dos desfiles do Dia da Independência. Mas acho que essa lama toda dos últimos meses andou afetando meu patriotismo.

Aí é demais!

Sabe, a pior coisa de Brasília no mês de julho não é a seca, que faz o nariz sangrar, os lábios racharem e a pressão arterial despencar.

Também não é a paisagem, com cara de deserto-que-um-dia-já-foi-verde.

Tampouco são as crianças lotando shoppings e infernizando consumistas como eu, que visitam esses templos em busca de paz espiritual no fim do dia e deparam-se com gritinhos, birras e correria.

Nem a saudade que bate dos amigos que estão aproveitando as férias em outros cantos.

O pior de Brasília, nesta época do ano, são os turistas absolutamente inconvenientes que brotam por aqui.

Realiza a cena: Esplanada dos Ministérios, hora de maior movimento. Um turista dirige b e m d e v a g a r z i n h o pelo Eixo Monumental, enquanto seu companheiro aproveita para fotografar o Congresso Nacional de dentro do carro mesmo. Um motorista local quase enfia a frente do carro na traseira do sossegado excursionista.

Olha essa outra: Praça dos Três Poderes, duas horas da tarde. Uma simpática senhora simplesmente PÁRA o carro NO MEIO da rua para, adivinha só?, isso mesmo, tirar fotos. Ela não parou na pista mais à direita que, aliás, já estava quase tomada pelos ônibus de turismo. Ela parou NO MEIO da rua. Visualizou?

As sortudas pessoas que estão de férias na Capital do Brasil parecem não perceber que aquilo que para elas é ponto turístico, para outras milhares não-tão-sortudas é local de trabalho e via arterial.

E, antes que me joguem tomates podres, não estou falando mal de todos os turistas, apenas dos “absolutamente inconvenientes”. Você não é um deles.