Eu não planejo há quase 10 anos.
Isso não chega a ser um problema porque sempre me sobra algum dinheiro no fim do mês (na verdade, parei de fazer orçamento doméstico exatamente quando o dinheiro começou a sobrar). Por outro lado, dia desses peguei-me pensando: quanto preciso para viver, de fato? Se acontecer uma catástrofe ou se eu quiser pôr em prática um Plano B, qual é o mínimo necessário para pagar as minhas contas?
A resposta a essa pergunta foi ridícula: não sei.
Sei que preciso de menos do que eu ganho, mas quanto é esse “menos”?
Não sei.
Viciada em organização como sou, tive de admitir que minha organização financeira não é boa, mesmo que minha saúde financeira seja.
Então, criei vergonha na cara e comecei a testar planilhas eletrônicas de orçamento doméstico. Claro que eu poderia começar uma do zero, completamente personalizada, mas não tenho a menor paciência para montar uma planilha do nada. Também poderia simplesmente usar um caderninho, mas o apelo de uma planilha eletrônica que me poupasse dos cálculos chatos era mais forte.
Aí, entrou uma outra questão. Uso diariamente dois computadores diferentes. Eventualmente, ainda uso um terceiro (um netbook). Se a planilha estivesse apenas em um dos dispositivos, fatalmente eu esqueceria de anotar um gasto ou outro; se estivesse nos três, teria um trabalho extra para mantê-las sincronizadas (usá-la num pendrive também se caracteriza como “trabalho extra”).
A melhor solução seria usar uma planilha que pudesse ser atualizada de qualquer computador com internet, estando sempre sincronizada. E que lugar melhor para isso que o Google Documents?
Só que nem toda planilha funciona bem no Google Docs – algumas perdem fórmulas, outras perdem formatação. Felizmente, isso também não é problema: existem centenas de templates para o Google Docs e entre eles estão vários modelos de planilhas para orçamento doméstico, com total compatibilidade com o Docs.
Escolhida a ferramenta, chegou a hora de testar alguns desses templates até achar o que me fosse mais satisfatório. E o vencedor foi… o Best Personal Budget Planner. Esse modelo é completo, cheio de gráficos que ajudam a identificar os maiores gastos, fácil de atualizar e, ainda por cima, bonito! Nada pior que trabalhar em um arquivo feio, bagunçado, apertado ou com letras brancas sobre fundo preto.
O passo seguinte foi salvar o Best Personal Budget Planner com outro nome e adequá-lo ao meu uso, mudando os nomes de algumas categorias e seguindo as regras de uso da última aba (a planilha tem sete abas, a última dedicada exclusivamente a instruções).
Estou usando a planilha há pouco mais de uma semana e continuo encantada com os seus recursos. Ela é tão completa que pode intimidar no começo, mas rapidinho você pega o jeito – e a eficiência do sistema compensa qualquer dificuldade inicial de uso.
Se você ainda não faz um planejamento do orçamento doméstico, considere o seguinte:
- Que ferramenta é mais fácil pra você? Caderno? Planilha eletrônica? Um serviço online de planejamento doméstico, como o Mint? Um app para iPhone? Escolha.
- Feita a escolha, teste diferentes modelos, sistemas e aplicativos que se apliquem a ela. Analise sua facilidade de uso e, por que não, sua beleza. Dê-se algumas semanas para fazer um teste completo.
- Aqui pode ser o momento de rever a escolha feita no primeiro item.
- Ferramenta em mãos, coloque-a em uso. O melhor momento é no dia do seu próximo pagamento.
Se também quer usar o Best Personal Budget Planner, observe essas dicas:
- Sim, a planilha está toda em inglês, mas na verdade são poucas palavras e textos curtos – mesmo que você não domine o idioma, vale gastar uns minutinhos no tradutor do google para superar essa barreira. Estou traduzindo-a aos poucos, conforme preencho os valores diários e/ou planejados para cada categoria de gastos.
- É essencial ler a aba SETUP (a última guia) para configurar a planilha e tirar o melhor proveito dela.
- Você deve escolher entre usar a aba Quick Budget ou a Budget by Month. Elas são excludentes. Preferi a segunda, por ser bem mais completa.
- Depois de escolher uma dessas duas abas, lance nela os valores previstos para o mês em cada categoria – tanto os valores a receber quanto os pagamentos a fazer. Veja bem: esses são os valores previstos para o mês, não os efetivamente realizados.
- Na guia Tracking, você deve lançar os valores efetivamente recebidos e os gastos efetivamente realizados.
- Na aba Comparison, você tem automaticamente a comparação dos valores previstos com os realizados, e pode se ajustar durante o mês, ou pensar num planejamento melhor para o mês seguinte.
- A aba Daily Spendings é o “pulo do gato”, a melhor parte dessa planilha. Nela, você anota as despesas e as entradas diariamente – assim não corre o risco de esquecer nada. Ela não é interligada a nenhum das outras abas, o que quer dizer que você precisa copiar as somas mensais para o Tracking. Meu conselho é o seguinte: preencha os gastos diariamente e copie as somas de cada categoria (que a planilha faz automaticamente, na última coluna) para o Tracking uma vez por semana, para ter uma análise constante dos seus gastos – não deixe para o último dia do mês, ou pode ter uma surpresa desagradável.
- Siga as instruções acima dos gráficos para configurá-los adequadamente.
Garanto que é mais fácil do que parece. 😉
Você faz algum tipo de controle do orçamento doméstico? Que ferramenta prefere? Compartilhe!