Minhas primeiras ideias são cinzentas: colonização predatória, guerra e muita, muita pobreza, como a relatada no romance O Livro do Sal. A rápida exposição de fotografias no foyer do teatro do CCBB de Brasília, contudo, amplia, dá cor e embeleza a imagem que tradicionalmente se faz do país.
São 16 painéis que percorrem vários aspectos do Vietnã, dos costumes ao turismo, passando pela arquitetura que funde Oriente e Ocidente e pela gastronomia única. Cada painel traz uma fotografia destacada, outras menores sobre o mesmo tema e um breve texto explicativo.
Hanói, capital milenar do Vietnã. Foto da foto que integra a mostra.
Não faltam curiosidades. Quem diria, por exemplo, que o esporte favorito por lá é o futebol? Ou que sua capital, Hanói, celebrará 1.000 anos em 2010? Ou, ainda, que o rio Mekong é palco de um mercado flutuante?
Mercado Flutuante, Rio Mekong. Foto da foto que integra a mostra.
A exposição integra a Semana do Vietnã, que já mencionei por aqui. Lembra que eu disse que é rápida? Isso vale tanto pelas suas dimensões (dá pra percorrê-la em poucos minutos) quanto pela duração – começou dia 20 deste mês e termina amanhã. Vá enquanto é tempo!
O CCBB de Brasília traz a partir de hoje uma programação tão ligeira quanto interessante.
Semana do Vietnã: comemorando os 20 anos das relações diplomáticas Brasil-Vietnã, o CCBB exibe três longas: Não Me Queime, Era uma vez e Meninas do Bar. As sessões são sempre às 20:30, de 20 a 22 de outubro. Hoje mesmo, às 21 horas, também há um espetáculo de dança e música típicas vietnamitas, no teatro do CCBB. A mostra inclui, ainda, uma exposição de fotografias sobre o povo e o país no foyer do teatro, até o dia 23.
Ver Ciência: o projeto Ver Ciência já está na 15ª edição e visa a promover a disseminação do conhecimento científico por meio de programas de tv. O CCBB de Brasília traz várias exibições:
20 a 21 de outubro: documentários sobre cientistas brasileiros, como Carlos Chagas e Paulo Freire;
22 de outubro: homenagem aos 150 anos da obra A Origem das Espécies, de Darwin, com quatro documentários inéditos sobre o cientista, produzidos pela BBC;
23 de outubro: programação dedicada ao Ano Internacional da Astronomia;
24 de outubro: comemora-se o Ano da França no Brasil com dois programas
24 e 25 de outubro: seis programas “Para Gostar de Ciência“.
Quando você pensa em filme de terror brasileiro, o que lhe ocorre primeiro? Provavelmente o Zé do Caixão, também conhecido como José Mojica Marins.
Catálogo da mostra Horror no Cinema Brasileiro.
Embora seja o mais famoso, Zé do Caixão não é o único cineasta brasileiro a navegar pelas águas sangrentas do horror. Prova disso é a variedade da mostra Horror no Cinema Brasileiro, em cartaz no CCBB de Brasília. São três sessões diárias, envolvendo 26 filmes. No site do Centro Cultural você encontra a programação e as sinopses. O ingresso custa 4 (inteira), 2 (meia) ou nada (se o filme for exibido via dvd) e dá direito a um catálogo muito bem produzido sobre o tema.
Se você espera da produção de horror brasileiro seriedade, sustos fenomenais e megaproduções a la Hollywood, esqueça. Em geral, ele traz uma boa dose de comicidade (intencional ou não), carece de grandes efeitos especiais e transita até pela pornochanchada.
É o caso de Um Lobisomem na Amazônia (2005) dirigido por Ivan Cardoso. A história inclui não só a fera clássica, mas guerreiras amazonas, chá do Santo Daime, um famoso cientista e um sacerdote inca interpretado por – pasme – Sidney Magal (que, obviamente, canta e rebola). Há outros nomes famosos no elenco, como Nuno Leal Maia, Evandro Mesquita (e sua gaita indefectível), Tony Tornado e Daniele Winits (para a alegria dos marmanjos, sua primeira cena é no banho, numa referência a Psicose).
Impossível levar a sério? Claro. Diversão garantida? Sem dúvida!
Mais sisudo é Excitação (1977), de Jean Garrett. O filme troca o humor pela tensão e consegue mesmo surpreender o espectador. O ponto de partida é a compra de uma casa de praia em que houve um suicídio. A própria casa comporta-se como vilã e as situações de mistério se multiplicam. O elenco não é estelar, há momentos em que as interpretações deixam a desejar, mas o enredo é interessante.
No programa, uma estreia: o filme O Maníaco do Parque, finalizado este ano. A produção conta a história real do motoboy Francisco de Assis Pereira, estuprador e assassino em série.
A mostra segue até o dia 18 de outubro. Passe por lá, assista a uns filmes e volte aqui pra contar o que achou.
Imaginar é como respirar: basta fechar os olhos e deixar o pensamento voar.
A gente vai junto na música do vento e vira pensamento.
(Darlan Rosa)
Houve um tempo em que o CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) de Brasília fazia parte do meu cotidiano. Era rotina sair do trabalho e passar por lá para uma sessão de cinema, gastar uma tarde de domingo entre as exposições ou apenas sentar num canto e ler alguma coisa.
Por razões que a própria razão desconhece (mas desconfio que o trânsito cada vez pior e o trabalho cada vez maior tenham forte peso), há uns dois anos não passava por lá. Hoje, domingo de sol, feriadão, cidade vazia, lá fui eu, munida de câmera fotográfica e umas horas livres.
Projeto Casulo: arte interativa.
Há exposições temporárias bacanas em cartaz, mas falo delas depois. A maior surpresa, pra mim, nem é novidade para os frequentadores mais assíduos: em comemoração aos 200 anos do Banco do Brasil, celebrados em 2008, o jardim externo do CCBB ganhou uma exposição permanente chamada Casulo, composta de esculturas interativas feitas por Darlan Rosa (o mesmo das “bolas” em frente ao Memorial JK).
O projeto tem quatro estruturas de aço que despertam a curiosidade dos adultos e formam um parquinho pra criançada. A proposta é simples: aproximar arte e público por meio da interatividade, da brincadeira. É o lúdico a serviço da formação de um público para as artes, desde a infância (clique para ver a foto aumentada):
Casulo, colmeia, escorregador da lagarta e navete.
À noite, as peças ganham luzes coloridas.
Uma ótima dica de passeio neste Dia das Crianças ou em qualquer tarde ensolarada. Ah, a entrada é franca.
Em tempo: o Banco do Brasil fez 200 anos em 2008 e o CCBB comemora 20 anos agora, em 2009. Para celebrar, esta semana entra no ar o blog CCBB 20 anos, que conta também com a minha participação.