Eu, Pollyanna

Li Pollyanna trocentas vezes durante a infância e adolescência, mas o tal jogo-do-contente nunca fez meu estilo. Só que tem horas na vida em que ele é absolutamente imprescindível para não espumar de raiva. Quer ver só?

– Paga uma grana preta de imposto de renda todo mês e ainda vai ter que rebolar na declaração de ajuste para não pagar ainda mais? Console-se pensando no monte de gente isenta, que não ganha o mínimo para sobreviver, que dirá para pagar imposto.

– Seu trabalho mais parece uma senzala? Lembre-se de quantos desempregados adorariam estar no seu lugar.

– Seu blog fica fora do ar por quase dois dias graças aos malditos spammers? Pense que ele podia estar no limbo dos blogs, sem indexação pelo Google, sem visitantes e, assim, sem ataques de spams.

No mundo dos blogs, spam é o comentário feito a um artigo com o único intuito de promover um site ou um produto. A promoção pode ser direta – o leitor do comentário clica no link deixado pelo spammer e, interessando-se pelo produto, compra-o – ou indireta – o spammer se beneficia do bom PageRank do blog para aumentar o da sua própria página de comércio eletrônico.

Existe, ainda, o spammer que não está interessado em lucrar, mas apenas em sacanear algum site, sabe-se lá por que causa, razão, motivo ou consequência. Esse tipo envia tantas requisições simultâneas que desestabiliza o servidor e termina por aniquilar o site-alvo.

Alguns spammers visitam blogs um a um deixando suas mensagens inconvenientes; a maior parte (e a mais perigosa) usa códigos de programação para invadir e atacar vários blogs ao mesmo tempo.

Seja lá como for, spammers são sub-raça. São inferiores a miguxos, trolls e qualquer outro ser que habita a web. Na escala evolutiva, encontram-se no mesmo patamar dos répteis, embora tenham forma humana.

Na segunda-feira, o Dia de Folga começou a sofrer um ataque maciço dessas criaturas, forçando a Reticências.net a retirá-lo do ar por algumas horas. Na terça-feira pela manhã, o ataque voltou, desta vez ainda pior. O suporte informou que teria de retirar o site do ar por 72 horas, na tentativa de desviar o foco dos atacantes. Bloquear IPs não resolvia, já que o ataque vinha de vários pontos. O Akismet, plugin anti-spam padrão na instalação do WordPress e usado pelo Dia de Folga, somente impede a publicação dos comentários de spammers – o consumo de banda e processamento do servidor não é interrompido.

Passamos (eu e o suporte da Reticências) o dia trocando emails e buscando soluções. Por fim, apresentei duas: renomear arquivos tradicionalmente usados pelos spammers para os ataques e instalar o Bad Behavior, um plugin que barra o ataque antes que consuma recursos do servidor. A redução do número de artigos por página foi uma solicitação do suporte para desafogar o banco de dados.

Marcamos um horário para a reativação do site e a imediata realização dessas alterações. Depois de mais de 24 horas fora do ar, o Dia de Folga voltou a funcionar em paz… até o fim da noite. Os ataques, então, reapareceram, com menor intensidade, mas ainda prejudiciais.

Por fim, o Paulo, da Reticências, aconselhou a remoção de dois plugins: o More-Smilies, que gera as carinhas e outros símbolos nos comentários, e o Share-This, que facilita a publicação de artigos em sites como Rec6 e Linkk, e ainda propicia o envio do texto por email. Sozinho, o Share-This estava gerando dez mil acessos. Como os problemas começaram poucos dias após sua instalação, é bem possível mesmo que ele seja o grande causador da encrenca.

Aparentemente, depois disso o site voltou à estabilidade.

O More-Smilies talvez volte. O Share-This, provavelmente nunca mais.

De toda essa bagunça, o único consolo é saber que o Dia de Folga está, de fato, muito bem hospedado, contando com um suporte extremamente atento que , ao contrário daquela tralha da Delix, preocupa-se em conversar com o cliente, mantê-lo informado e buscar soluções. Graças a isso, o site não ficou fora do ar por três dias, os alvos dos invasores foram detectados e o sol voltou a brilhar.

Tudo que desejo, agora, é que a calmaria perdure, eu possa parar de me preocupar com questões de manutenção e consiga voltar a escrever traqüilamente porque, afinal, o nome deste blog é Dia de Folga, não Mês Estressante.

Em tempo

Espero que gostem do novo layout do blog. Opiniões, críticas (construtivas) e sugestões são sempre bem-vindas.

Como fiz a atualização do WordPress, preciso atualizar também os plugins, e isso demanda certo tempo. Ainda faltam algumas coisas, como as carinhas nos comentários e a galeria de fotos. Depois do carnaval, acertarei tudo. Se o Brasil todo pára nesse feriado, por que eu não pararia?

Os artigos que rascunhei durante esses dias também terão que esperar. Alguns já são notícia velha, mas, ora bolas, deram trabalho e serão publicados mesmo assim.

E quem usa WordPress e ainda não atualizou para a versão 2.1, não sabe o que está perdendo: painel de administração mais bonito, tela de criação de artigos levíssima e um recurso de auto-salvamento que evitou que eu tivesse um treco quando, ao digitar a última palavra do texto abaixo, o navegador travou. Não é perfeito (falhou agorinha mesmo, e perdi este artigo), mas ajuda muito.

Só não me entendi com a nova tag que comanda a exibição das listas de links e de categorias – que, agora, estão no mesmo saco de gatos. Mudaram o nome da tag e, ainda por cima, as suas funções, deixando coisas de fora (como a possibilidade de excluir da exibição as categorias-filhas) e incluindo umas chatices (como a obrigatoriedade de exibição do título de cada blogroll). Mas a gente vai contornando…

A Saga

Então. Hora das explicações sobre a bagunça aqui no Dia de Folga.

Antes de mais nada, peço desculpas pelo transtorno. É uma chatice entrar num blog e deparar-se, dia após dia, com uma página de erro. Se fosse comigo, eu não voltaria mais ao site – mas ainda bem que você não é tão radical assim e deu mais uma chance. Obrigada!

O perrengue começou quando decidi mudar o blog para um servidor linux. Já vinha pensando em abandonar o meu serviço de hospedagem, a Delix Hosting (sem link de propósito) há alguns meses. Incomodava-me a precariedade do suporte e o acesso eventualmente lento. Não sei quantas vezes mandei email reclamando: “O site está demorando a carregar” e recebi a resposta, oito horas depois: “Aqui está normal”. Claro, depois de horas o acesso realmente tinha sido normalizado.

O pouco caso, aliado à falta de recursos do servidor windows, estavam enchendo a paciência. Por comodismo, porém, ia ficando. Havia, também, o medo de mudar de servidor e perder todo o banco de dados do WordPress, sabe-se lá.

Depois de tempos indecisa, resolvi fazer uma mudança parcial: transferir o blog para o servidor linux da Delix. Imaginei que seria algo tranqüilíssimo.

Pedi informações sobre a mudança na segunda-feira, dia 05.02. Enviaram-me o boleto de quinze reais pelo serviço. Sei lá por quê, não bastou a confirmação bancária do pagamento, que mês a mês tinha sido suficiente: desta vez, tive que enviar a imagem do recibo. Tudo bem. Terça-feira, enviei o recibo e pedi que me avisassem quando fizessem a mudança.

Quarta-feira, site fora do ar. No email em resposta à minha reclamação, disseram-me que estariam enviando meus novos dados em breve (login, host e senha, necessários para que o WordPress se comunique com o banco de dados e exiba o blog) e pediram que aguardasse.

Quinta-feira, nada dos tais dados, ainda.

Qual é a dificuldade em mandar um email com as novas informações, uma vez que a transferência já foi feita? E a resposta padrão tornou-se “Aguarde”.

Aguardei até que a boa vontade de suas excelências permitisse o envio dos novos dados, na sexta-feira, depois do meio-dia. Três dias de blog fora do ar, por pura negligência da Delix. E aquela bendita mensagem de erro do WordPress, incompreensível e absolutamente inútil para os leitores do blog.

“Tudo bem, agora vai dar certo”.

Deu nada.

O banco de dados não estava lá.

Pelamordedeus, se pedi a transferência do site, se paguei por ela, o que leva suas ilustríssimas idiotices a pensarem que o banco de dados podia ficar pra trás?!

Custava ter feito a migração? Custava?!

“Ok, tenho backup. É só restaurar.”

Foi nada.

Sei lá por que cargas d’água, todos os caracteres acentuados foram substituídos por irritantes losangos. Feio, horrível

Ca-la-ro que achei que a culpa era minha.

Fiz de novo.

Nada.

Recorri ao Mestre para encontrar uma solução para os caracteres acentuados corrompidos. Achei várias, testei todas, não consegui nada.

Bom, quem tá no inferno abraça o capeta, como diria uma amiga. Apaguei todos os arquivos do site (siiiiiiim, eles foram transferidos – só o banco de dados, o mais importante é que não foi migrado), comecei do zero, aproveitei para instalar o WordPress 2.1.

E nada de acentos.

Ah, sim: a conexão estava tão lenta, mas tããããão lenta, que o blog não carregava nem com reza brava. Sem plugins, template padrão, conexão de banda larga, e o bicho passava horas para carregar só metade. Tanto com WP 2.0.x, quando com o 2.1.

Obviamente, vários emails foram trocados com a Delix. Obviamente, nenhum deles deu em nada. Trocaram minha senha mais algumas vezes (e aí, nem lento nem errado – simplesmente o blog saía do ar), começaram a me chamar de Luciane (p&#*ra, custa usar o nome do email?!) e, cereja do sorvete, disseram que a culpa da lentidão era minha. Sim, claro, havia algo errado com meu código, com meus scripts, com meu sei-lá-o-quê.

Era só o que me faltava, ou não era?

“Existem 7 conexões do seu site ao banco de dados, é demais!”; “Existem 15 conexões, assim não dá!”. E o quico, me diz?! Se virem, consertem, resolvam, vocês são pagos para isso! Não me venham com números e jargão pseudo-técnico – solucionem!

“Analize (sic) o código para que seu site não trave novamente 15 conexões ao banco de dados”. Azeite, meu filho. A conexão é sua, o problema é seu. O código está ótimo, obrigada.

Tá, é bom explicar que eu não estava respondendo assim, grosseiramente. Segurava meu ímpeto na hora de escrever os emails. Sou uma lady, afinal.

Nesse meio tempo, corri para os braços da Reticencias.Net, serviço de hospedagem sempre bem recomendado pelo Neto Cury. Tremendamente gentis. Entrei em contato no domingo de manhã; domingo à tarde, já tinha migrado o domínio pra lá. Tudo rápido, indolor, sem stress. E lasque-se a Delix.

O pessoal da Reticencias.Net topou fazer a restauração do banco de dados para mim, embora nem fizesse parte do trabalho deles. A velocidade de conexão tornou-se maravilha das maravilhas – nunca foi tão alta. O problema dos caracteres acentuados, porém, persistia.

Eles corriam de um lado, eu corria de outro. Ao longo de três dias, trocamos diversos emails, tentando resolver a questão. A culpa, claro, era da Delix: por alguma razão, o banco de dados deles gerou o backup numa codificação esquisita. Nem por isso a Reticencias.Net esquivou-se de trabalhar duro para solucionar o problema.

Quarta-feira, dia 14.02, a paz voltou a reinar no Dia de Folga. Os caras descobriram o problema, os acentos voltaram e o sol tornou a brilhar.

Depois desse barraco todo, a Lou, do Fina Flor do Brega, contou-me que a picaretagem faz parte do procedimento padrão da Delix. A cara-de-pau, também. E, claro, a incompetência e a descortesia.

Enfim. Tudo isso, pra dar uma satisfação a você, e para desabafar também, porque ninguém é de ferro.

No fim das contas, comprovou-se a velha máxima: “Está funcionando? Então, não mexa.”

Mas, se mexer, faça o serviço completo. Livre-se da incompetência e procure um serviço de hospedagem decente.

Boo-Box

O projeto mal foi lançado e a blogosfera já começou a falar dele. Trata-se do Boo-Box, mais uma forma de ganhar dinheiro com blogs. Vi a novidade no blog do Fabio Seixas, empolguei-me, fiz o registro para ser beta-tester e recebi um email informando que poderei implantar o serviço no Dia de Folga a partir de 26 de janeiro.

O projeto, criado por brasileiros, é bem interessante. O funcionamento é simples e pouco intrusivo: o blogueiro escreve um novo artigo, adiciona uma imagem e marca-a com a tag do serviço; quando o leitor clicar na foto, uma caixa com anúncios de produtos será aberta e, se ele comprar algo, o blogueiro receberá uma comissão. Mais fácil que explicar o funcionamento é vê-lo na prática.

Passada a empolgação inicial, comecei a ver defeitos no programa. Em primeiro lugar, ele é discreto demais, se é que você me entende. O leitor não tem nenhum aviso de que será exposto a propaganda, apenas uma caixinha quase imperceptível é inserida no canto da imagem. Tudo bem, quem quer ganhar dinheiro na rede gosta do AdSense (programa de anúncios do Google) justamente porque é pouco intrusivo, não incomoda o layout do blog e não aborrece o leitor. Acontece que o Boo-Box exagerou na dose. Quem clica numa imagem espera vê-la ampliada, quer observar melhor algum detalhe. Já temos esse condicionamento. O leitor que clicar numa imagem marcada com o Boo-Box, além de ter frustrado o seu objetivo de observá-la mais detalhadamente, esbarrará numa caixa de propaganda que lembra bastante os famigerados pop-ups, tão comuns antigamente e tremendamente incômodos (substituído, atualmente, por propagandas em flash igualmente chatas).

Por outro lado, qual é o percentual de visitantes de blogs que clica em imagens?! Como leitora, até gosto de ver artigos ilustrados, mas as fotos são mero complemento ao texto – a palavra é que me chama a atenção, é ela que me atrai e mantém-me no blog. Os links que, eventualmente, aparecem no texto têm várias vezes mais chances de serem clicados do que as imagens, pelas quais os olhos só passam rapidamente.

Por essas razões, estou muito inclinada a não adotar o Boo-Box aqui no Dia de Folga.

Passe no site oficial do projeto, dê uma olhada na demonstração e comente sobre o projeto.