Blog Notebooks (resenha patrocinada)

Fui contactada para fazer uma resenha patrocinada do blog Notebooks, especializado em informações sobre notebooks e laptops.

Pontos Altos

O blog tem uma linguagem clara, é bem escrito e não se resume ao jargão técnico – ao contrário, procura agregar informação que ajude o leigo a decidir-se por um ou outro notebook. Exemplo disso é o fim do texto sobre a linha Vostro da Dell:

É uma máquina básica, que atende às necessidades do usuário comum, como navegar na internet, assistir a vídeos, trabalhar com processadores de texto e planilhas, jogar diversos jogos (note que alguns jogos podem requerer configuração mais robusta).

Esse parágrafo agrega mais informação ao leitor leigo do que uma longa ficha técnica.

Outro ponto positivo é que o blog não se limita a resenhar equipamentos, mas traz dicas interessantes, como a possibilidade de assistir à TV digital no notebook (ou desktop, mesmo).

Poderia Melhorar

O agrupamento de categorias semelhantes viria a calhar – ao invés de seguir somente a ordem alfabética, poderia ser empregado o recurso de categorias-filhas do WordPress (a plataforma utilizada pelo blog), agrupando-as sob categorias gerais. No lugar da longa e pouco prática lista de hoje, o visitante se depararia com um menu mais ou menos assim:

  • Fabricante
    • Amazon
    • LG
    • Sony
  • Sistema Operacional
    • Linux
    • Windows

E assim por diante. Esse modelo, semelhante ao usado por sites de vendas como o Submarino, facilita a pesquisa.

Também sugiro a criação de algumas categorias a mais, como Peso, Autonomia e Tamanho da Tela (cada qual com suas respectivas subcategorias), requisitos importantes na escolha do notebook.

O design merece mais atenção: falta traduzir o layout; na barra lateral, o contraste entre links e fundo é baixo; nos artigos, vez por outra a imagem fica próxima demais ao texto; uma logomarca caprichada seria bem-vinda. Questões estéticas que não prejudicam o bom conteúdo do blog, mas, se corrigidas, podem garantir uma maior permanência e fidelidade do visitante.

Ó, Minas Gerais…

Então, sô. Criei coragem e encarei 11 horas de ônibus para Belo Horizonte, a fim de participar do primeiro BlogCamp MG. Se valeu a pena? Ô! Embora haja quem diga que estamos todos caminhando para uma latrina mambembe, são esses encontros que fortalecem a blogosfera e contribuem para o seu crescimento como mídia.

Minhas impressões do evento estão no BlogCamp Brasil: Anotações sobre o BlogCamp MG. As fotos (minhas e de um monte de gente) estão no Flickr.

Como nem tudo se resumiu à desconferência, lá vão algumas observações aleatórias e absolutamente casuísticas.

A viagem

Se não fosse o tempo perdido na estrada e o cansaço que decorre das longas horas, viajar de ônibus seria minha opção preferencial, sempre. Poltronas largas (se comparadas às de um 737) e bastante reclináveis, apoio para as pernas, manta e travesseiro. Só se assemelha às empresas aéreas no lanche: barrinha de cereal, saquinho de amendoim e umas balas vagabundas.

Dica de viagem de uma amiga: escolha a poltrona 23. A chance de viajar sem ninguém ao lado é de 50%. Funcionou comigo.

O hotel

Sem a menor referência sobre Beagá, consultei São Google em busca de um abrigo. Encontrei uma relação de hotéis em Belo Horizonte. Escolhi a hospedagem pelo menor preço, claro.

E quebrei a cara, claro.

O tal hotel era, teoricamente, bem localizado e primava pela higiene e conforto. Na prática, situava-se na frente do baixo meretrício da cidade, o banheiro era revestido com pastilhas do tempo do guaraná de rolha que, de tão velhas, estavam encardidas e a cama só deu para o gasto porque eu chegava tão cansada que desmaiava. O café-da-manhã era esquecível.

Ao menos, não entrei sozinha nessa fria. Indiquei o hotel ao Fugita, que espalhou a informação. Helder, Bruno Dulcetti, Thiago Mobilon e Mirian Bottan foram vítimas. Espero que não se unam numa vingança blogosférica – eu não tive culpa!

A volta da Pampulha

O Fugita tinha perguntado o que eu pretendia fazer na sexta-feira. Minha idéia era conhecer o complexo da Pampulha: lagoa, igreja de São Francisco de Assis, estádios, zoológico, parque ecológico… Fugita e Helder toparam, pegamos o ônibus e começamos o passeio.

Só não sabíamos que o percurso da lagoa tem 18 (é, DEZOITO, não oito) quilômetros. Não, ninguém se lembrou (a tempo) que é por lá que acontece a volta da Pampulha, corrida famosa de Beagá.

Poderíamos ter dado meia-volta e nos contentado com um passeio curto, mas nãããão! Num surto de insanidade coletiva, resolvemos andar os 18 quilômetros.

Lá pelas tantas, juntou-se a nós Rafael Silva (vulgo RafaCast), que deveria estar cheio de gás, mas foi o único a desistir no meio do caminho.

O pior não foi fazer a caminhada. Nem foi almoçar às 5 da tarde. Nem foi ficar meio morta de tanto cansaço. O pior mesmo foi ter torrado até ficar roxa, cheia de dor e com febre. Cada abraço, no dia seguinte, provocava uma lamentação. Haja analgésico pra suportar.

Chegamos!Ao menos, demonstramos que blogueiros geek são capazes de praticar exercícios…

Os intervalos

A melhor parte dos BlogCamps. Não que as desconferências não sejam boas. Elas são como pizza: até quando são ruins, valem a pena. Acontece que são os intervalos que propiciam a interação, o contato, o tal networking. Não faltou tempo para isso nos lanches, almoços e botecos.

Pude rever gente legal e sobrou tempo pra bater papo: Ian Black, Conrado Navarro, Norberto Kawakami, além da Mirian, do Mobilon, do Fugita e do Helder.

Conheci mais gente pessoalmente: Rafael Arcanjo, Ronaldo, Maysa, João Nababu, Guilherme Valadares, Pedro Villa Lobos, Marcellus, Rafael Apocalypse, Bressane, Esparroman (há!, lembrei quem você é!) e ainda o Dulcetti e o RafaCast (e mais gente que, certamente, estou esquecendo).

De quebra, ainda falei com a Nospheratt, direto do Uruguai, via Skype. 🙂

O próximo evento

BlogBar BrasíliaOs blogueiros já se agitam para o BlogCamp PR, em primeiro de dezembro. Como dinheiro não dá em árvore (nem no Dia de Folga), vou ficar de fora dessa.

Em compensação, estamos preparando o primeiro BlogBar Brasília, no dia 30 de novembro. Blogueiros do quadradinho do Cerrado, uni-vos!

O BlogCamp MG está chegando

Decidi seguir viagem para Beagá e participar do BlogCamp MG em cima da hora, mas a tempo de ganhar meu Coolnex Card:

Coolnex Card do Dia de Folga

Valeu, Rafael Arcanjo, pela inclusão, sem mencionar a idéia de desenvolver os Coolnex Cards para essa edição do BlogCamp, e todo o empenho na organização do evento. E valeu ao Celso Junior, que pegou essa imagem com definição sofrível e conseguiu ajeitar o suficiente para virar cartão. Atualização: parabéns ao Nick Ellis pelo design – nope, eu não sabia que era obra sua. 😉

Quer conhecer os outros cards? Visite o blog do Arcanjo. Um mais bonito que o outro – e o meu no meio, com uma logomarca feita a marretadas por esta que escreve, mas não desenha nem casinha com chaminé (novidades em breve…).

Já no ritmo do próximo fim-de-semana, o Norberto Kawakami promove um esquenta e pede algumas opiniões.

(…) Blogurinhas, os super-trunfos, as garrafas de vodka, os tazos, etc, etc, etc… Será que isso é interessante para atrair público não-blogueiro? E se queremos atrair esse público fora da blogosfera, não remamos contra a maré quando fazemos esse tipo de divulgação?

O Norberto se refere a uma série de iniciativas umbiguísticas, autocentradas e divertidíssimas. Tratam-se de brincadeiras criadas por e para blogueiros – e, realmente, desinteressantes para os não-iniciados, embora possam valer pela graça e pela sugestão de leitura de vários blogs.

A blogosfera é infinita. Acredito que haja espaço de sobra para essas iniciativas. O que não dá é para ficarmos só nisso. Blogueiros precisam falar para todos, não apenas para outros blogueiros, sob o risco de nos confinarmos numa cabeça de alfinete. Há um mundo lá fora!

Podemos falar em “internet mineira”? O mineiro reproduz online o mesmo comportamento que tem na “vida real”? Minas Gerais está adiantada ou atrasada em termos de internet, tanto do ponto de vista corporativo quanto do ponto de vista “civil” (blogs influentes, comunidade online forte, cultura online específica, etc)?

Não creio que seja possível segmentar tanto assim a coisa, reproduzindo online padrões ou estereótipos da vida offline.

Quando leio um blog, não reconheço imediatamente a região geográfica a que pertence o blogueiro, a não ser em casos específicos – quando o blog é focado na sua cidade, ou se caio exatamente em um artigo com referência geográfica. Não existe a coisa do sotaque, do gestual e, geralmente, nem as gírias denunciam a origem do blogueiro (claro, há exceções).

Acho ótima essa sensação de mundão grande sem porteira, ainda que, na hora de participar (ou não poder participar) de eventos, a realidade das distâncias apareça.

Os blogs devem necessariamente passar pelo âmbito jornalístico? Por que sempre que se fala em blogs e de sua credibilidade, sempre temos que nos basear no jornalismo cidadão? Não podemos encará-lo (o blog) apenas como uma ferramenta? E sua credibilidade, apenas um retrato do modo como o seu autor se utiliza dela?

Não. Por vício pseudopurista. Sim. Sim.

Sendo menos lacônica: blogs não são jornais, não querem ser jornais e não precisam ser jornais para sobreviver. Muito menos precisam ser o tipo de jornal formatadinho, convencional, que você deixaria na sala de espera do seu escritório.

Blogs são, sim, ferramentas de publicação, e cada um faz delas o que bem entender.

Houve uma discussão, faz alguns meses, sobre a responsabilidade/credibilidade dos blogs. Rolou até meme – um dos que ficaram na minha lista de textos a publicar. Eis aqui uma boa oportunidade de respondê-lo.

Eu lido com o Dia de Folga pensando em relevância, credibilidade, opinião embasada. Para isso, preciso ser responsável. Se comento sobre um filme, isso quer dizer que vi o filme, não apenas peguei um resumo da Veja e parafraseei. Também não me limito a dizer “o filme tal é uma droga” ou “é maravilhoso” – eu digo porque acho isso ou aquilo. Quando publico uma receita, eu fiz o prato. Quando opino, dou meus argumentos para que você possa concordar ou discordar.

Agora, essa é a minha forma de encarar. Tem blogueiro que escreve chamariz, prometendo entregar a última capa da Playboy, e sequer indica um link para as fotos – direito dele. Tem blogueiro que faz mera compilação de notícias, sem acrescentar sua opinião – direito dele. Tem blogueiro que copia receita de portal e sequer testa – adivinha? Sim, direito dele.

Tem blog de humor, blog sobre blogs, blog miguxo, blog querido-diário, blog corporativo… se a internet é o meio mais democrático que existe, os blogs são a expressão máxima dessa democracia. Nunca haverá homogeneidade (felizmente!) e, portanto, jamais será possível aplicar um conceito de responsabilidade universal.

Aliás, na mídia tradicional também não há padrões absolutos de responsabilidade ou credibilidade. Cabe ao consumidor de informações, venham de onde vierem, fazer o seu próprio filtro, ler o que lhe interessa, diferenciar o Caderno C do Caderno de Economia, o telejornal vespertino do documentário, os classificados da matéria paga.

IG e Interney, encontros com Yahoo, IG, outros, Via6 criando a NossaVia com o Boombust, BlogBlogs em reformulação se turbinando para turbinar os blogs, fora outras iniciativas que ainda não vieram à tona mas que sabemos que estão em períodos de incubação. Isso é a transformação definitiva dos blogs e dos blogueiros em mídia relevante e aceita? Quais os requisitos a serem preenchidos para estarmos capacitados a não ficar de fora dessa onda? O que temos que saber e dominar? Só os blogs e blogueiros “famosos” (nossas Miss Cangaíbas) terão oportunidades interessantes? Onde estão os blogs pequenos de nicho ainda não projetados?

Definitivamente, a blogosfera brasileira está na direção de se consolidar como mídia relevante. Toda a blogosfera? Não. Como eu disse, muitos blogueiros não almejam essa tal relevância (alguns, imagine você, nem desejam fama ou fortuna).

O fato é que estamos engatinhando por aqui. Blogueiros norte-americanos são chamados para cobrir lançamentos de produtos ou eventos políticos, enquanto nós mendigamos amostras grátis para resenhas pagas. Ainda temos um longo chão a percorrer, muito Café.com Blog, muita aglutinação em rede, muito diálogo, ajuste e trabalho, muita saliva e pixels gastos repetindo os mesmos conceitos, reexplicando blogs, desenhando a coisa de novo e novamente.

O novo espaço que surge no horizonte não é exclusivo para blogueiros “famosos”. Está aberto a todos que tenham interesse e competência para produzir conteúdo e que estejam dispostos a ralar o suficiente para alcançar um lugar ao sol. Veja, por exemplo, o Dinheirama. Em fevereiro de 2007, nem existia. Nove meses depois, é autoridade na web quando se trata de finanças pessoais, tem uma baita comunidade de leitores e quase 2.000 assinantes de feed. Não é feitiçaria, é tecnolog, digo, competência e trabalho árduo.

A gente se encontra e continua o debate no BlogCamp MG, dias 17 e 18 de novembro. Ou a qualquer momento, num navegador perto de você.

Resenha patrocinada – fazer ou não fazer?

Este artigo é parte da blogagem coletiva da rede Nossa Opinião. Para ler o que os outros membros escreveram, siga o link.

Nossa OpiniãoEmbora o AdSense e outros programas de monetização estejam espalhados pelos blogs brasileiros há anos, ainda existe um grupo de leitores e blogueiros que acha que ganhar dinheiro com blogs é sujo, impuro e indigno. Quando o assunto é resenha patrocinada, a polêmica aumenta – basta ler os comentários no artigo Celular desbloqueado, bolso feliz, do Conrado Navarro.

Essa mentalidade de que ganhar dinheiro é feio não é de hoje. A colonização portuguesa católica associou o lucro ao pecado, o dinheiro a Mamon, o enriquecimento à alma vendida ao diabo. Veja a diferença de mentalidade na América do Norte. Lá em cima, valoriza-se o self-made man, o cara que subiu na vida por seus próprios méritos, o acúmulo de dinheiro, desde que honesto. Em terras tupiniquins, quem tem sucesso ou dinheiro quase se sente culpado por isso e tem de ouvir o discurso “num país em que tantos passam fome”, yada yada yada.

Exemplo banal: quem ganha o Big Brother Brasil? Quase sempre, o mais coitadinho. É bonito ser coitadinho na terra brasilis.

Na blogosfera, há quem enalteça blogueiro “purista”, “artesanal”, kosher. O sujeito que escreve textos de alto nível e mantém o blog virginal, sem um bannerzinho sequer, é aplaudido. Ele é que entende o que é blogar. De outra parte, quem escreve tão bem quanto (ou melhor, ou pior, não importa) e aproveita pra ganhar uns trocos é mau, corrupto, vendido, porco capitalista.

Como leitora, não vejo nada de mais nos anúncios espalhados pelos blogs de que gosto. Dificilmente clico em algum, é verdade (a uma, porque uso feeds para os ler, quase sempre; a duas, por causa da clássica cegueira para anúncios), mas acho justo que o blogueiro se remunere pelo seu trabalho. Manter um blog tem custos. Além do tempo (que é caro e só uns poucos eleitos conseguem a merecida compensação financeira), há os custos de hospedagem, registro e bricabraques diversos.

Um blogueiro de que gosto foi pago para fazer uma resenha? Ótimo. Lerei sobre o produto sob o ponto de vista de alguém que aprecio e descobrirei mais do que me revelam os anúncios tradicionais. Estarei diante de uma opinião, não de um panfleto. Essa é a maravilha dos blogs: você não recebe apenas informação, mas opinião. Se eu quiser saber onde um filme está sendo exibido, abro um jornal; se quiser opiniões sobre o filme, procuro blogs.

O Nossa Opinião tem planos de fazer resenhas patrocinadas de vez em quando. Se o anunciante paga por uma resenha, é seu interesse que ela seja sincera, aponte os pontos forte do produto, contenha críticas e sugestões. Se o que ele deseja é elogio puro, que apresente o produto somente para sua família. Ou faça uma inserção de 30 segundos na televisão, livre de qualquer pitaco.

Se o produto for muito ruim, a coisa muda ligeiramente de figura. Não é justo que o anunciante pague para ouvir “seu produto é um lixo”. Nesse caso, o melhor é entrar em contato com ele e usar de franqueza: “olha, se eu fizer uma resenha, não ressaltarei nenhuma vantagem do seu produto, porque não há nada de bom nele. Você quer a resenha mesmo assim?”.

Uma única ressalva: da mesma forma que sou favorável às resenhas patrocinadas, acho o fim da picada fazê-las por debaixo dos panos. O blogueiro deve respeito aos seus leitores – sejam eles 6 ou 600.000. Quando surgir por aqui uma resenha patrocinada, você pode ter certeza de que haverá um aviso no início do texto (e, provavelmente, outro no fim, seguindo a deixa da Joaninha).

Você é anunciante? Interessado em resenha patrocinada? Entre em contato.