O Cristo Redentor e as Tais 7 Maravilhas

Castelo de Neuschwanstein, na AlemanhaNada como conversar com outras pessoas para descobrir que muita, muita gente não compartilha da opinião da maioria. Blogs podem gerar conversas interessantes e alguns deles escreveram contra essa tal eleição do Cristo Redentor como uma das 7 Maravilhas do Mundo Moderno.

Na boa, o que é aquela estátua? Uma escultura de pedra-sabão que, por mais trabalho que tenha dado ao seu criador, não reúne qualidades artísticas suficientes para que se diga que é uma maravilha, muito menos uma Maravilha. Como ela, há dezenas espalhadas pelo interior do Brasil, inspiradas na pioneira. Uma Maravilha é algo que se reproduza facilmente? Alguém conseguiria reproduzir os Jardins Suspensos da Babilônia ou as Pirâmides do Egito? É, também acho que não.

Qual o caráter artístico, cultural ou histórico que justificaria a escolha do Cristo Redentor como uma das Maravilhas do Mundo Moderno? Ora essa, o que torna a estátua especial é o seu pedestal natural, é a paisagem que o cerca – esta sim, maravilhosa, cantada com loas por Tom Jobim: a Baía da Guanabara, a mistura de mar e morro, o encontro de céu, floresta e oceano. Esse cenário privilegiado é criação exclusiva da natureza e tem conseguido sobreviver apesar dos desmantelos humanos.

Quando os jornais estrangeiros dizem que a escultura só saiu vitoriosa graças ao número de habitantes do Brasil, estão cobertos de razão. Como competir com cento e tantos milhões de brasileiros, dos quais boa parte infesta a internet como uma nuvem de gafanhotos, enquanto outros tantos ficam ávidos por se separar do dinheiro votando pelo celular em babaquices como os “paredões” do Big Brother Brasil? Claro que a campanha iria se espalhar com caráter viral e acabaria dando destaque ao Cristo Redentor. Tola fui eu, que imaginei que desta vez isso não aconteceria.

Agüentar a campanha “Vote Cristo” já foi ruim, mas ainda piores são as atuais demonstrações de ufanismo patético. A imprensa proclama: “O Rio precisava disso para recuperar a auto-estima”. Ora bolas, o que o Rio de Janeiro precisa é de uma gestão competente, honesta, que use as verbas públicas em áreas sensíveis e não a desperdice com corrupção ou programas populistas. Isso sim, levantaria a auto-estima dos cariocas e ajudaria a recuperar a imagem da cidade. Isso sim, atrairia turismo e melhoraria a imagem do Rio no exterior.

É típico do brasileiro acreditar que uma vitória na Copa do Mundo, um desfile de carnaval, a realização de jogos internacionais e não-sei-mais-o-que vão ajudar o país e o povo. Não sei se isso tudo é ingenuidade das massas ou má-fé dos governos. Ótimo, somos pentacampeões no futebol, campeões mundiais e vários outros esportes, sediamos um Pan-americano e, glória das glórias, temos uma Maravilha entre as 7 do mundo moderno. O Brasil se tornou mais justo ou menos corrupto nos últimos dias? A distribuição de renda melhorou? A seca no Nordeste e as queimadas na Amazônia cessaram?

Pra não dizer que não falei das flores, abaixo segue a imagem da minha votação no concurso (clique na imagem para ampliar). No alto, à esquerda, a foto é do Castelo de Neuschwanstein, na Alemanha e foi retirada do seu site oficial.

Meu voto no concurso das 7 Maravilhas do Mundo Moderno - clique para ampliar

(Acrópole, Coliseu, Grande Muralha, Basílica de Santa Sofia, Machu Picchu, Castelo de Neuschwanstein e Taj Mahal)

Referências

Quão viciado(a) em blog é você?

Todo mundo publicou seus resultados, eu também vou publicar:

75%How Addicted to Blogging Are You?

Nada como (quase) dois dias (quase) sem blog para me lembrar do meu vício e, conseqüentemente, do teste que circula pela blogosfera desde a semana passada.

Se você passou os últimos dias em Marte e ainda não ouviu falar desse teste, clique na imagem acima ou siga o link: How Addictedto Blogging Are You? (yep, o teste está em inglês).

Quais as chances?

Você mora numa capital. Não é nada que se diga “oh, mas que capital grande!”, mas é uma capital.

Aí, tem um problema com uma $%$&# de uma loja e precisa entrar com uma ação no Juizado Especial Cível.

No dia da conciliação (que demorou dois meses para chegar, em tempo real, e dois anos na sua percepção), você está no corredor, esperando e tentando acalmar o estômago (já disse que o-dei-o advogar?).

Finalmente, chega a sua vez. Você respira fundo, repassa mentalmente as alegações e entra na saleta.

E descobre que o advogado da empresa ré foi seu colega de faculdade.

Quais as chances de uma coisa dessas acontecer?!

Tá que Brasília é um ovo de codorna, mas isso é o cúmulo.

5 livros marcantes

O Adão Braga já havia me convidado no mês passado, e esta semana o Norberto Kawakami também se lembrou de mim. Eles perguntam quais os 5 livros que mais me marcaram.

Vou aproveitar a mesma lista que fiz para o Top 5 proposto pelo Darren Rowse em maio:

Se você quiser saber por que escolhi esses livros, vá ao artigo original e leia meus comentários sobre cada um deles.

Para não ficar só no control+c-control+v, resolvi deixar mais cinco indicações para os leitores de plantão:

O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint Exupery[bb]: eu sei, parece coisa de “miss”, mas a verdade é que todo mundo deveria ler esse livro algumas vezes durante a vida. Cada leitura revela novas nuances.

Contato, de Carl Sagan: como seria o contato com seres extraterrestres? Carl Sagan criou um romance de ficção científica permeado por discussões éticas e confrontos entre ciência e religião.

O Nome da Rosa, de Umberto Eco: na Idade Média, época em que a Igreja ditava a verdade e detinha o saber, cabe ao frade Guilherme de Baskerville lançar lógica sobre as trevas e desvendar misteriosas mortes.

O Ponto de Mutação, de Fritjov Capra: livro de não-ficção, em que humanismo e ciência exata se encontram a fim de propiciar uma visão holística sobre o ser humano. Não é um livro místico, mas científico.

O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder: um passeio por diversas correntes filosóficas, desde os pré-socráticos até os existencialistas. Ao contrário de O Ponto de Mutação, sua leitura é leve e romanceada.

Enquanto fazia a lista, notei que os cinco livros têm muito em comum. Em todos, são abordadas mistérios inerentes à condição humana. De que somos feitos? O que acontece quando morremos? Estamos sozinhos no universo? Existe uma divindade a olhar por nós? Questões eternas, que já consumiram rios de tinta e sempre conduzem à resposta socrática: “só sei que nada sei”.

Para dar continuidade à tag, relacionando 5 livros marcantes, indico os blogueiros: