Em 18 de julho (o permalink não está funcionando), o Wolverine me passou a pergunta: “Devo escrever para leitores de feeds ou para paraquedistas?”.
Para os não-familiarizados com o jargão blogosférico: leitores de feeds são os mais fiéis que seu blog pode ter, acompanham os seus textos, deixam comentários, criticam, sugerem, divulgam; paraquedistas são aqueles que fazem uma pesquisa no Google (ou em outro motor de busca), caem de pára-quedas (sacou? sacou?) no seu blog, buscam a informação que provocou a pesquisa e vão embora sem nem dar tchau. Geralmente, paraquedistas clicam em anúncios publicitários, ao contrário dos leitores fiéis.
Bom, pra quem você deve escrever é uma decisão sua. Eu escrevo pra gente de carne, osso e cérebro. Claro que, pensando assim, atinjo os dois grupos. Quando converto um paraquedista em leitor assíduo, chego ao êxtase bloguístico.
Não subestimo meus leitores. Quem passa por aqui é inteligente, bem informado, antenado e com opinião própria. Quem se dá ao trabalho de assinar o feed merece ser tratado com pompa e circunstância. Se eu começasse a falar sobre assuntos da moda (os tais hypes) em busca de cliques em anúncios, tenho certeza de que esses leitores exigentes iriam embora rapidinho.
Quando comecei o Dia de Folga, em 2003, não se falava em ganhar dinheiro com blogs. Entrei nessa porque escrever é um dos meus passatempos favoritos e porque tenho um ego grande o suficiente para querer ser lida, em vez de, simplesmente, escrever num diário e guardá-lo no fundo da gaveta. Certo, tenho anúncios por aqui há quase um ano, mas o DF não mudou uma vírgula por causa disso.
Em quase 4 anos de estrada, descobri o quanto blogar pode ser viciante/interessante/apaixonante. Conheço muita gente legal, aprendo um bocado, ensino quando posso, incentivo conhecidos a criarem blogs (e quase nunca tenho sucesso). Passei a escrever com mais freqüência e menos formalismo. Fiz do blog meu hobby preferido. O DF passou por mudanças de enfoque e de estilo, é verdade, mas mantive-me fiel à proposta de escrever sobre coisas que me agradam, na esperança de que agradem outras pessoas. Estou convencida de que, se tivesse me preocupado com hypes, paraquedistas e modinhas só para juntar uns trocados do AdSense, não me divertiria com o Dia de Folga como me divirto.
Não condeno quem escreve para o Google, buscando palavras-chaves para atrair clicadores de anúncios. Cada um com seu cada um. Alguns blogs voltados para paraquedistas são bem escritos e geram conteúdo interessante. Acontece que essa não é a minha praia e não é a cara do DF. Quando escrevi sobre a tragédia da TAM, foi por ter algo a dizer a respeito, não para faturar uns trocos. Se escrever sobre a capa da Playboy, será para agregar alguma informação.
Agora, se um dia eu resolver ganhar dinheiro com blogs, crio um especialmente voltado para temas que dão ibope. Confesso que já pensei nessa possibilidade. Manter um blog desses daria 10 vezes menos trabalho do que o Dia de Folga me dá. Renderia 10 vezes mais dinheiro. E proporcionaria 10 vezes menos prazer, é verdade.
Por enquanto, essa matemática não me parece atraente o bastante para justificar a empreitada.
P.S.: a Nospheratt escreveu um artigo excelente sobre o tema: Escrever Para Leitores ou Escrever Para Paraquedistas? 10 Vantagens e 7 Desvantagens de Cada Estilo. Simplesmente, o texto mais completo que li sobre o tema.
P.S. 2: este é um meme. Sinta-se livre para segui-lo, dando sua resposta à pergunta.
P.S. 3: é, eu sei, P.S. em texto online é ridículo. 😉
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Como comentei com a 
