Salpicão de Presunto

Essa receita eu ganhei de presente do Homem na Cozinha.

Salpicão de Presunto Foi assim: o Cobra, cozinheiro de mão cheia, faz vídeo-aulas práticas e rapidinhas, ideais para quem está começando a se aventurar pelas panelas e fica meio inseguro de vez em quando. Entre agosto e setembro, ele fez uma série especial patrocinada pela Knorr e aproveitou para homenagear alguns blogueiros – e, olha só, tive a honra de ser uma das homenageadas. Ainda por cima com uma receita que adoro: salpicão de presunto!

Essa forma de preparo é diferente da que eu conhecia porque leva batatas. O resultado é uma salada que rende pra caramba e tem pouca gordura, já que a quantidade de maionese, comparada aos outros ingredientes, é pequena.

Segundo o Cobra, a receita é para umas oito ou dez pessoas. Deve ser isso mesmo – afinal, são 5 batatas grandes.

Agora, veja bem a situação. Éramos quatro mulheres hospedadas na Morada das Deusas/Albergue da Joaninha, com hábitos de sono e alimentação pouco recomendáveis. O dia em que fiz o salpicão foi particularmente atribulado. Resultado: almoçamos às dez horas… da noite! E não havia outro prato: o salpicão, teoricamente um acompanhamento, virou prato único!

Claro está que devoramos a travessa, pois não? Sobrou apenas uma porção pequena – aquela “da educação”, sabe? – que estava ainda mais saborosa no outro dia.

Adorei a homenagem e a receita, Cobra, obrigada! 🙂

PS: Eu sei, devia ter caprichado mais na apresentação do prato, mas estava morrendo de fome!

Você existia há 10 anos?

Ou melhor: você existia na internet há dez anos?

Um monte de gente já falou sobre o Google Search 2001: em comemoração aos seus 10 anos de aniversário, o Google abriu uma página de busca especial, com o conteúdo de seu banco de dados mais antigo, de janeiro de 2001 (vi a notícia primeiro no Google Discovery).

A busca web-arqueológica estará disponível durante outubro de 2008 e é uma verdadeira viagem no tempo – em alguns casos, dá até pra ver a “cara” das páginas antigas, graças ao Internet Archive. O Yahoo!, por exemplo, era assim (clique na imagem para ampliar):

Yahoo! em 2001

E ficou assim:

Yahoo! em 2008

Já o Yahoo! Brasil, esse nem existia.

Aliás, o mais divertido é justamente verificar o que não existia em 2001. Por exemplo, uma pesquisa por “Lu Monte” não mostra nada relacionado a mim (só ano passado comecei a assinar dessa forma). “Luciana Monte” traz minha linha de assinatura na falecida lista de discussão Trek-BR[bb] (com meu número de icq!) e outros resultados nada-a-ver (clique na imagem para ampliar).

Luciana Monte - Resultado Google em 2001

Este blog aqui, então, nem sonha em aparecer numa pesquisa por “dia de folga”, já que foi criado em 2003.

No Google Search 2001, “Flickr” retorna 11resultados, nenhum deles ligado ao serviço de compartilhamento de fotos que conhecemos; hoje, há aproximadamente 305 milhões de resultados para a mesma pesquisa.

Já uma busca por “orkut” no Google do passado traz em primeiro lugar a página de seu criador, Orkut Buyukkokten (e você achava que o primeiro nome do cara era esquisito, hein?), hoje ultrapassado de longe por sua criatura.

Aproveite a brincadeira enquanto ela está no ar e confira se você existia no mundo virtual em 2001.

Democracia É Isso

Justamente no sábado de lançamento da Feed-se Especial – Democracia, recebi por email um comunicado urgente escrito pelo fundador da rádio online Pandora: Traduzo:

Após um ano de negociações, Pandora, artistas e gravadoras finalmente estão otimistas sobre conseguirem um acordo de direitos autorais que salvaria Pandora e a rádio online. Mas logo quando estamos tão perto, grandes radiodifusoras tradicionais iniciaram uma campanha lobista para sabotar nosso progresso.

Ontem, o congressista Jay Inslee e diversos co-patrocinadores introduziram uma legislação para dar-nos o tempo extra que precisamos, mas a Associação Nacional de Difusores (AND), que representa os difusores de rádios como Clear Channel, iniciou intensa pressão sobre os legisladores para que matem a proposta. Temos apenas um dia ou dois para impedir seu colapso.

Trata-se de uma tentativa ostensiva das grandes companhias de radio para sufocar a indústria de transmissão via web que apenas começa a oferecer uma alternativa ao seu monopólio.

Por favor, telefone para seu representante no Congresso agora mesmo e peça-lhe que apóie a proposta (…) e que não se renda à pressão da AND. O Congresso está fazendo hora-extra, então até os telefonemas feitos à noite e durante o fim-de-semana devem ser atendidos.

(…)

Se o telefone estiver ocupado, por favor insista até conseguir. Essas ligações realmente fazem a diferença.

Esta é uma encruzilhada. Apenas a oposição massiva nos manterá a salvo de outros 50 anos dominados por 40 rádios. É hora de tomar posição e dar um basta nas amarras da radiodifusão.

Sessão conjunta do Congresso norte-americano. A Pandora é bem parecida com o Last.fm, só que melhor. É bloqueada no Brasil há tempos, por problemas de direitos autorais, mas quem teve a chance de usar esse excelente site não se esquece dele. Esses mesmos problemas de direitos autorais[bb] quase liquidaram de vez o serviço, que sobrevive graças a um intenso trabalho junto aos detentores dos direitos das obras reproduzidas.

O que me chamou a atenção nesse episódio de 27 de setembro foi a convocação à abordagem direta dos congressistas norte-americanos, a fim proteger a rádio online. “Essas ligações realmente fazem a diferença”. Aliás, a Pandora é só uma de várias organizações que já vi recorrem a ações como esta.

Aqui no Brasil, como a coisa seria?

Primeiro, você nem saberia para quem ligar, porque provavelmente não se lembra em quem votou. Ah, lembra? Más notícias: é bem possível que seu voto tenha eleito outro parlamentar. Culpa do nosso sistema eleitoral torto.

Segundo, você não sentiria motivação para ligar: “ah, esses caras não ouvem a gente, mesmo”. É difícil pensar o contrário. Há um ano, quando os parlamentares queriam dobrar seus próprios salários, a mídia incentivou os cidadãos a reclamarem ligando para o Congresso e enviando emails. Em pouco tempo os telefones da Casa dos supostos representantes do povo foram desligados e os emails começaram a ser devolvidos.

Na remota possibilidade de seu protesto chegar a um congressista, você ainda corre o risco de receber uma resposta mal-educada que insinua sua má-fé.

Bem sei que os Estados Unidos não são a última coca-cola[bb] do deserto. A democracia canhoneira que aplicam no Iraque neste exato momento e a forma como lidam com estrangeiros, especialmente desde o 11 de setembro, não deixam margem a fantasias. É inegável, porém, que seus cidadãos usufruem de uma democracia muito mais concreta e participativa que a existente na República Federativa do Brasil.

Resta continuar tentando por aqui, fazendo o possível para escolher bem nossos representantes (você já sabe em quem vai votar dia 05 de outubro?) e botando a boca no mundo quando necessário.

Ah, sim: mesmo com o forte caos provocado pela crise de crédito exatamente no fim-de-semana passado, o clamor do fundador da Pandora surtiu efeito:

É com emoção que informamos que o projeto foi aprovado! Graças ao seu incrível apoio, conseguimos driblar os esforços da AND para arruinar-nos. Telefonemas inundaram os gabinetes dos congressistas nas últimas 36 horas. Simplesmente fantástico.

O pedido e os agradecimentos estão na íntegra no blog da Pandora.

(Quanto às velhas mídias[bb], como as rádios estabelecidas e estagnadas há tempos, aprendam: evoluam ou vão sucumbir. Simples assim.)

Imagem: Wikipedia, domínio público.

Revista Feed-se Especial – Democracia

Feed-se Edição Especial - Democracia A Revista Feed-se voltou em edição especial, focando no tema Democracia.

A inspiração foi o imbróglio envolvendo o Twitter Brasil e o TRE/CE. O combustível foi a proximidade das eleições municipais. As finalidades? Gerar reflexões sobre democracia, voto, liberdade e censura. Provocar o leitor a sair da passividade e assumir responsabilidades. Alertar.

Escreveram especialmente para esta edição: Debora Rocco, DJ Miss Cloud, João Carlos Caribé, Jorge Araujo, Liliana Pellegrini, Lucia Freitas, Luiz Yassuda, Nospheratt e Roberto Cassano e eu. Bruno Alves fez ótimas charges especialmente para a Feed-se Democracia.

Muita gente perguntou (por email, twitter e pessoalmente) por que interrompemos a produção da Feed-se. Houve até quem se mostrasse incomodado com a interrupção (para esses, eu devolvo o valor pago pela assinatura e ficamos combinados, ok?).

Interrompemos a Feed-se porque somos poucos. Essa edição foi integralmente feita por quatro guerreiros: eu, Lu Freitas, Nospheratt e Alex. Da pauta à diagramação, fizemos tudo. Seria bacana ter mais gente na roda, sem dúvida, e poder fazer edições mensais. Só que a revista toma tempo, exige dedicação e não paga nada. É difícil achar quem trabalhe em troca de duas mariolas.

Baixe a Feed-se Edição Especial – Democracia. Leia, passe adiante, discuta, reflita. Dia 5 de outubro está aí. Participe conscientemente destas eleições. Lembre-se do ditado: “cada povo tem o governante que merece”.