
Gateiros se dividem: alguns acham a coleira feia, incômoda e até perigosa para os bichanos; outros apostam no charme que ela acrescenta e sempre encontram um modelo fashion para seus gatinhos.
Opiniões à parte, a coleira é essencial se seu gato tem acesso à rua (nenhum gato deveria ter, mas tem gente que ainda não entendeu isso) e muito recomendável se você mora em casa, ainda que telada.
Num apartamento com janelas teladas, é quase impossível um gato escapar: no máximo, ele sairá até o corredor e rapidamente você já conseguirá colocá-lo em segurança novamente. Por outro lado, numa casa é mais difícil monitorar eventuais rasgos nas telas (porque, geralmente, a metragem é muito maior) e ainda há o perigo de seu alguém deixar a porta aberta “só um segundinho” pra fazer qualquer coisa – pronto, o gato escapa e em poucos metros está na rua. Assustado, ele pode se perder num segundo.
Se, num deslize, o gato sumir de vista, uma coleira indicará a quem o encontrar que ele tem dono e talvez a pessoa tenha paciência de procurar você pela vizinhança; se você mandar gravar seu número de telefone, uma boa alma pode resgatar seu bichinho e entrar em contato facilmente.
Abri mão das coleiras no dia em que a Cacau enganchou uma das patas dianteiras na coleira vermelha mais fofa que já vi. Ouvi um “ploft”, como se uma manga madura acabasse de cair dentro do meu quarto – era a Cacau deitadinha no chão, com cara de “o que tá acontecendo?”. Ela conseguiu enganchar a pata, mas claro que não conseguia se soltar. Fiquei preocupada que algo assim acontecesse na minha ausência e aboli as coleiras. Mas veja, moro em apartamento telado. Se morasse em casa, teria de render-me às coleiras com identificação.
Tem gente que acha que gato não se acostuma a coleira. Acostuma, sim! Pode levar alguns dias e, se você não ajustá-la o suficiente (o certo é deixá-la bem rente ao pescoço, de forma que apenas um dedo entre – também não vá exagerar e sufocar o coitado!), ele vai tirá-la no início. Com o tempo, ele esquecerá do adereço. Se você retirar o guizo que vem na maioria das coleiras, a adaptação é ainda mais rápida.
Segundo um estudo divulgado pelo Lifehack (em inglês) que acompanhou o uso de coleiras em 538 gatos por seis meses, 75% deles ainda as conservavam após esse período; poucos deles tinham se machucado em função das coleiras, e nenhum machucado foi sério. Fica claro que os bônus compensam os ônus – e, vamos combinar, os felinos podem ficar ainda mais charmosos com uma coleira bonita.
E você, o que acha das coleiras? Seus gatos usam? Como foi a adaptação?
(Em tempo: seria ótimo que tivéssemos, no Brasil, a opção de inserir um microchip identificador nos animais de estimação. Soube de um projeto semelhante em São Paulo, a um custo alto; aqui em Brasília, nem adiantaria identificar os animais, pois não há equipamentos de leitura desses microchips.)