Tarefas cumpridas

A gincana pessoal continua, com novos progressos:

20. Mais um conjunto de roupa de ginástica: não propriamente um conjunto, mas uma nova calça “legging” de lycra e algumas camisas estillo “baby-look” de algodão. Isso pra não mencionar as luvinhas (vermelhas, claro!) para ajudar na musculação. E já estou querendo comprar mais umas roupas.

25. Limpar minha caixa de emails: feito e refeito duas vezes, já. No fim das contas, é uma tarefa constante. O complicado foi fazer a primeira limpeza, agora está razoavelmente fácil manter a organização.

55. Trocar o protetor do colchão: transpiro muito enquanto durmo, especialmente porque insisto em usar o edredom, não importando a temperatura. O protetor é uma espécie de forro de algodão fresquinho e macio, que deixa o colchão ainda mais gostoso e protege contra a transpiração. Descobri que não precisava ser trocado, apenas bastava colocá-lo direito…

64. Resolver a infiltração no teto do banheiro: em julho, entrei em contato com a proprietária do meu lar, doce lar. No mesmo mês, falamos com a proprietária do apartamento de cima – afinal, cabia a ela arcar com os custos do conserto. Aí, começou a enrolação. No fundo, entendo perfeitamente a demora da vizinha de cima: o prédio é novo, ninguém espera que dê esse tipo de problema e nem sempre a gente tem dinheiro disponível para uma eventualidade dessas. Enfim, após meses de incômodos crescentes para mim, o conserto foi providenciado. Entre meados de outubro e meados de novembro, tudo voltou ao normal, o banheiro tornou a ser perfeitamente usável e eu acabei ganhando (de mim mesma, é verdade) um novo gabinete, já que o pedreiro fez o favor de quebrar o espelho do antigo (que era feio e baratinho, então achei até bom ter pretexto para trocá-lo).

86. Passar um mês sem comprar roupas, maquiagem ou acessórios de qualquer espécie: essa foi dificílima! Felizmente(?), a troca do carro e a subseqüente pindaíba serviram de reforço para que eu não comprasse nada entre 20 de setembro e 20 de outubro. Nem preciso dizer que corri pro shopping no dia 21, para combater a profunda crise de abstinência que tomou conta de mim.

Tem mais, tem mais… fica pra semana que vem.

Como entender?

É compreensível a morte de uma pessoa idosa. Dolorosa, mas compreensível. Mas quando alguém que ainda teria décadas e décadas pela frente se vai, como compreender?

É aceitável a morte de um doente terminal. Pode ser um consolo saber que o ente querido finalmente irá descansar. Mas quando alguém sai para trabalhar pela manhã vendendo disposição e simplesmente não volta, como encontrar consolo?

É um alívio quando morre aquela pessoa que causou tanto mal a tanta gente, aquela criatura mesquinha e repleta de maus sentimentos. “Já vai tarde”, dizemos. Mas como entender a morte de quem sempre espalhou exclusivamente o bem? Como explicar a partida daquela moça que adorava viver, sorria o tempo todo, não tinha inimigos, era incapaz de pronunciar uma palavra venenosa contra quem quer que fosse, tinha poesia na voz e leveza no coração?

Quando uma das melhores pessoas que você já conheceu morre subitamente, aos 26 anos, como encontrar algum sentido?

Palavras de ânimo são apenas isso: palavras.

A fé em Deus pode até servir de suporte e esperança.

Mas onde está o sentido disso tudo?

Descanse em paz, querida Gil…

Afinal de contas, pra quê?

De repente, você percebe que não tem mais paciência pra coisinhas como paqueras e jogos de conquista. Você não sabe ao certo em que momento deixou de gostar dos tais joguinhos, mas o fato é que já deu. Não quer mais brincar, e ponto final.

Talvez seja a tal da auto-suficiência a grande responsável. Você se sente tão bem sozinha que o impede que saia por aí procurando companhia. Acha que não compensa o trabalho.

Você nem sente inveja dos casais apaixonados beijando-se pelo shopping. É verdade, até houve um tempo em que essa cena arrancaria tristes suspiros. Faz anos, no entanto, que o ceticismo é tamanho que você já enxerga o pacote completo: brigas, ciúmes, quem-é-essa-sirigaita-ligando-às-onze-horas-da-noite-de-sexta-feira, dificuldades para conciliar o namoro com os mil afazeres do cotidiano, alterações de humor, dependência emocional e por aí afora. Sua vida é tão mais tranqüila sem tudo isso!

Por outro lado – ou talvez exatamente por isso – a fase inicial do relacionamento é absolutamente desmotivadora. O primeiro encontro: com que roupa que eu vou?, será que ele vai gostar de mim?, será que a conversa vai fluir?, e se ele for um psicopata? Se o beijo for bom você está no lucro, mas e se for in-su-por-tá-vel? Tudo corre bem na primeira saída, e os encontros se sucedem – e aí, quando já existe algum tipo de compromisso? Qual é a hora certa para transar? Como me comporto? Será que ele vai me achar uma ninfomaníaca, ou será que vai pensar que sou puritana demais? E o dia seguinte?

Se o relacionamento deslanchar, passa-se a outra série de dúvidas: para onde viajar nas férias? Como conciliar as datas comemorativas com as famílias de ambos? Morar junto? Casar? Filhos? Quantos? E o dinheiro?

Bem pesadas e bem medidas todas as questões, fica difícil vencer a preguiça e aceitar o convite daquele ilustre desconhecido para sair no sábado à noite. Simplesmente, não vale a pena. Melhor ficar em casa, quietinha, sem encrencas. A vida é sua, só sua, e ninguém dita as regras.

E você assiste a horas de Sex and the City sem um pingo de ressentimento, absolutamente feliz e tranqüila.