Terceiro livro da #JornadaLendoSciFi.
Como não ficar interessada em um livro que já traz a frase acima na primeira página?
“All systems red” é narrado por uma Unidade de Segurança – um constructo meio orgânico, meio sintético – mas pode chamar de Murderbot que ela atende. Aliás, ela é “ela” na minha cabeça, mas você pode ler como quiser, já que SecUnits não têm gênero.
A narradora é uma das ferramentas de um contrato de exploração planetária. Ela não escolheu suas atribuições e os clientes para os quais trabalha também não a escolheram. A Murderbot não poderia se importar menos com eles e, embora cumpra suas obrigações, prefere passar o tempo livre mergulhada em seriados – até que as coisas começam a dar errado e os seriados precisam ficar pra depois.
O leitor não recebe muitas informações sobre os demais personagens, nem sobre o que estão fazendo no planeta, o que faz todo sentido: a narradora não se importa, lembra? A história é contada da perspectiva dela, e essa é a grande sacada do livro. É isso que torna uma história até simples sensacional, e um dos melhores livros que li este ano.
Eu me identifiquei com a Murderbot como nem imaginava ser possível, considerando que ela nem é, bem, humana ou viva em sentido estrito. Pelos olhos dela, conheci os outros membros da tripulação e tive os mesmos sentimentos de simpatia/antipatia que ela. Ri com ela e torci por ela.
O livro é fininho, o primeiro de uma série chamada “The Murderbot Diaries”. É uma história fechada em si mesma, você pode ler só ele sem problemas, mas já quero ler os próximos.
Dica preciosa da @soterradaporlivros!
Estrelinhas no caderno: