A escolha dos ministros por parte de um príncipe não é coisa de pouca importância:
os ministros serão bons ou maus, de acordo com a prudência que o príncipe demonstrar.
A primeira impressão que se tem de um governante e da sua inteligência
é dada pelos homens que o cercam. Quando estes são eficientes e fiéis,
pode-se sempre considerar o príncipe sábio, pois foi capaz de
reconhecer a capacidade e de manter a fidelidade.
Mas quando a situação é oposta, pode-se sempre fazer dele mau juízo,
porque seu primeiro erro terá sido cometido ao escolher os assessores.
(O Príncipe, Maquiavel – início do Capítulo XXII.)
José Dirceu saiu do governo, enfim. Com mais de um ano de atraso. Quando estourou o caso Waldomiro, até hoje muito mal contado, deveria ter se mandado. Aliás, pensando bem, Dirceu nunca deveria ter feito parte do governo, porque nunca foi flor que se cheirasse.
“Antes tarde do que nunca”, é o que dizem. Só que as coisas não costumam ser tão fáceis assim na política. Seqüelas ficam, inevitavelmente.
Resta aguardar as cenas dos próximos capítulos de uma novela que promete arrastar-se até as eleições do ano que vem.