Já manifestei meu apoio à campanha lançada pelo Rafael Arcanjo em prol do feed completo. Veio em excelente hora para sacudir os blogueiros que, por desconhecimento ou malícia, frustram seus leitores, apresentando só o título ou o primeiro parágrafo do artigo e obrigando-os a visitar o site (tarefa às vezes absolutamente impraticável) para ler o restante.
Ocorre que a blogosfera é um ambiente riquíssimo e que prima pela troca de idéias. A Bia Kunze, ao saber da campanha, esquentou a discussão ao defender o oferecimento ao leitor da liberdade de escolha entre feeds completos e resumidos. Sempre com o foco nos usuários de serviços móveis, a Bia justifica a necessidade dos feeds resumidos:
Para quem lê feeds em dispositivos portáteis, como celulares, PDAs e smartphones, vale lembrar que textos muito longos exigem maior tráfego de dados. Hoje, executivos de grandes empresas, diretores de grandes portais, veículos de comunicação, magistrados, jornalistas e até executivos de gravadoras usam mais os smartphones para acompanhar seus sites favoritos. Eu que o diga: prestando consultoria a eles, garanto que o número de adeptos é enorme. Ninguém mais tem tempo para ficar amarrado à escrivaninha e ser antenado ao mesmo tempo. E são sempre pessoas de opinião e de alto poder de decisão.
Na internet móvel, paga-se pelo tráfego, e não pelo tempo de conexão. Até quem tem tráfego ilimitado ou usa o wi-fi, muitas vezes se depara com a pouca memória do aparelho, ou com a lentidão dos dispositivos. Imaginem baixar dezenas (ou centenas) de feeds completos, repletos de html e imagens anexadas num celular…
Mesmo num blog ou site que você adora, às vezes há posts que não interessa ler. Mas aí já é tarde, depois da atualização dos feeds, seus preciosos KB já foram consumidos e seu dinheiro já foi para o ralo.
É verdade que ainda é muito pequeno o número de pessoas que contam com dispositivos móveis com acesso à internet e realmente fazem uso desta função. Os preços altos e a conexão lenta desestimulam boa parte dos potenciais consumidores.
Também é fato que, a depender do agregador de feeds que o leitor usa, ele pode escolher quais feeds quer ler no seu dispositivo móvel. Também pode optar por acessar apenas a versão resumida dos feeds completos – já o inverso é impossível: feeds disponibilizados como sumários jamais serão vistos no seu inteiro teor.
Por outro lado, alguns serviços não oferecem essas funções, deixando o leitor que prefere um feed resumido desamparado, ou forçando-o a mudar de agregador. Convenhamos: se você quer o feed resumido de um determinado blog e não o encontra, não vai mudar de agregador e sim de blog!
Como, então, agradar a gregos e troianos? No WordPress (plataforma que uso) e no Blogger (o mais popular) os feeds completo e sumarizado são mutuamente excludentes.
[Atualização: o Daniel ensina a fazer “na unha” um feed resumido para os blogs em WordPress, sem matar o feed completo.]
Não se desespere: o FeedBurner é a solução para os seus problemas! Trata-se de um serviço gratuito que permite a criação de tantos feeds quantos você desejar. Se quiser, você pode criar um feed para cada categoria do seu blog, por exemplo, ou pode criar um feed completo e um resumido!
Assim, desde ontem o Dia de Folga conta com o feed completo (provido pelo próprio WordPress) e com o feed sumarizado, trazendo o título e os primeiros quatrocentos caracteres de cada artigo, via FeedBurner. Além disso, acrescentei à barra de navegação superior (que, por sinal, está de cara nova, viram?) um para agilizar a localização dos feeds.
Se é possível facilitar a vida do leitor e agradar a todos indistintamente, por que não fazê-lo?