Para rolar de rir

Você se formou advogado mas não passou na OAB
relaxa, tem mais de 5000 neguinho que nem você
que estudaram mais de 4 anos e hoje limpam chão
ou tão em fila de loja pra ficar atrás do balcão
(…)
Pega o diploma e limpa sua bunda
não tem emprego tenta na segunda
(…)
Você é jornalista, a família acha lindo
exemplo pros irmãos, pela mãe sempre bem vindo
tira mó onda no choppinho da sexta
mas o que ninguém sabe e que cê trabalha no Extra
(…)
Pega o diploma e limpa sua bunda
não tem emprego tenta na segunda

Essa letra nada ortodoxa é parte do altamente escrachado rap “Diploma”, do grupo De Leve. Por mais que se critiquem as rimas, o som, a ortografia ou o que quer que seja, é inegável que a música é divertidíssima. Os caras têm site e já lançaram o segundo cd, de onde saiu a pérola acima. O primeiro disco segue a mesma linha, com letras como “Largado”:

É o terror da família quando cê cola com a filha só porque cê é largado!!
O pai olha, não gosta, até comenta pelas costas o quanto cê é largado!!
Cê anda de chinelo toda hora, sua namorada quase chora porque
não queria que cê fosse tão largado!!
Cê fica até sem graça mas não muda porque não é de graça que
se deixa de ficar largado!!

Não, não é o tipo de música que ouço. Rap nunca fez meu estilo. Descobri essa pérola por total acaso, ouvindo o Discofonia, do Guilherme Werneck. Quase rolei de rir enquanto dirigia. “Diploma” está no podcast 56, dedicado ao hiphop.

Se você também não gosta do gênero e não quer nem se arriscar, dê uma fuçada nos outros podcasts do Discofonia – tem muita coisa interessante, para todos os gostos. Agora, vai por mim: faz bem ouvir uma coisinha diferente de vez em quando. Nem que seja a título de conhecimento geral, e mesmo que depois você tenha ainda mais convicção de que não gosta do estilo.

Rolling Stone no Brasil

A novidade já nem é tão nova, mas mesmo assim vale divulgar: finalmente chega ao Brasil a revista Rolling Stone, uma das maiores (talvez a maior) revistas pop do planeta.

Se você nunca ouviu falar dela, saiba que, mais do que divulgar música, a Rolling Stone tem por hábito apontar (alguns diriam “ditar” ) tendências em comportamento e opinião, com textos diversificados e às vezes polêmicos sobre os mais diversos temas – de bandas underground a política, passando por moda e grandes nomes do cenário musical, a revista traz de tudo um pouco.

No início dos anos 70, alguns corajosos (com Mick Killingbeck e Luis Carlos Maciel encabeçando a lista) lançaram a RS no Brasil. No início, a Rolling Stone norte-americana mandava matérias e fotos, na esperança de receber os royalties. Após alguns números, cansada do calote dos editores brasileiros, a matriz parou de fornecer material. A saída? Copiar deslavadamente o conteúdo da revista, incluindo a palavra “Pirata” abaixo do logotipo de cada edição. Ainda assim, o sonho teve vida curta: 14 meses e 36 edições, a última datada de 5 de janeiro de 1973.

Já a edição norte-americana é longeva, completando quatro décadas no ano que vem. Há quem diga que, nesse tempo todo, ela mudou radicalmente de cara, rendendo-se ao grande mercado, ou mainstream, perdendo sua vocação de polemizar e divulgar a contracultura. Seja como for, continua a ser uma das revistas mais lidas do mundo.

A Rolling Stone Brasil chega ambiciosa: segundo o site UOL Música, a tiragem inicial é de 100.000 exemplares, enquanto a revista Bizz, sobre música, tem tiragem mensal de 30.000 exemplares. Mas a Rolling Stone não tem nada a ver com a Bizz, que há tempos anda sem graça e tem por tradição dedicar-se exclusivamente à música – e, basicamente, à música já consagrada, às bandas bem-sucedidas, ao tal do mainstream.

Mantendo a tradição das demais RS ao longo do mundo, metade do conteúdo da revista brasileira vem da matriz, a outra metade é produzida aqui mesmo. No primeiro número, a Rolling Stone Brasil publica uma matéria sobre sua passagem em terras brasileiras nos anos 70, escrita pelo jornalista Antônio do Amaral (de onde retirei os dados históricos, já que se trata de uma época que não me pertence) e um passeio por 16 capas da edição americana – Elvis Presley, E.T., Bill Clinton e Johnny Deep fazem parte desta galeria. A revista expõe o crime organizado do PCC e as mazelas dos congressistas eleitos no último primeiro de outubro. No quesito música, traz o diário de viagem do Cansei de Ser Sexy, uma entrevista com Bob Dylan, as novidades do rock nacional e o que rola pela internet. Ainda reserva espaço para as celebridades Gisele Bündchen (capa da primeira edição) e Jack Nicholson. Claro que há mais, muito mais nas 138 páginas em formato de tablóide.

Uma única ressalva: não houve qualquer menção a Renato Russo, um dos ícones do rock brasileiro, cujo aniversário de dez anos de morte deu-se justamente no mês de lançamento da revista. A Bizz fez uma matéria, com direito a capa. A RS Brasil não trouxe sequer uma notinha.

A edição número 1 da Rolling Stone Brasil ainda pode ser encontrada nas bancas. A segunda edição deve chegar no final desta semana. Tomara que venham muitos outros números e que a revista consiga vingar no complicado mercado editorial brasileiro. Tem tudo para conseguir.

Aqueles que não consigo parar de ver

Amigo meu emprestou-me as quatro primeiras temporadas de Friends. Absolutamente fantástico! Tenho morrido de rir, divirto-me horrores ao ver os seis amigos em episódios que ainda eram inéditos pra mim. Se meu vizinho ouve minhas gargalhadas (sinceramente, espero que não), deve me achar uma louca.

O resultado negativo é que a casa está uma bagunça e minha vida social caiu a zero nos últimos dias. Só saio da frente da tv para ir trabalhar e, eventualmente, para a academia de ginástica. Tenho dormido às duas três quatro da madrugada e faço um esforço supremo pra não ligar a tv assim que acordo, só pra ver mais um ou dois episódios antes de ir pro trabalho. Essa história de episódios de meia hora é traiçoeira: você assiste um, aí diz que vai ver só mais outro, e quando percebe já está no fim de um dvd – ou seja, já viu umas três horas seguidas de Friends. Só mesmo quando o dvd acaba é que consigo virar para o lado e dormir.

Vou te falar, existem poucas formas mais divertidas de gastar três horas.