Dinheirama

A blogosfera anda pipocando com uma promoção atrás da outra. Vale todo tipo de prêmios – de simples links a dvd players – e concorre quem tiver disposição para escrever sobre o tema proposto pelo blogueiro autor da promoção.

Poderia dar vários motivos que me levam a não participar dessas promoções, mas o principal deles torna qualquer outro desnecessário: em regra, não gosto de escrever sob demanda. É, eu sei, morreria de fome como jornalista. As exceções ficam por conta dos memes e tags (correntes) que envolvem listas, porque não resisto a elas.

Mas-contudo-porém-todavia, a promoção do Conrado Navarro me chamou a atenção. Não somente pelo prêmio – embora um vale-compras do Submarino seja bem interessante -, mas porque o blog patrocinador é uma das melhores novidades da blogosfera nos últimos tempos. Em pouco mais de 3 meses de vida, o Dinheirama já conta com 100 artigos e a invejável marca de (aproximadamente) 600 assinantes via feed. Nada mal, hein?

O tema é dos mais interessantes: dinheiro. Eis um assunto que interessa a muita gente. O blog dá valiosas dicas de investimentos para conservadores e arrojados, aborda temas áridos como juros compostos e não esquece a galera que sempre vê sobrar mês no fim do salário. Tudo isso numa linguagem informativa, mas sem escorregar no pedantismo ou confundir o leitor com o jargão da área financeira.

A parte formal do blog também é ótima. O Dinheirama se vale do WordPress, excelente plataforma para blogs. Os assuntos estão bem distribuídos por categorias e o visual é agradável. Os textos são muito bem escritos.

Dou algumas sugestões para melhorar ainda mais o Dinheirama:

  • Falta um favicon para o blog – aquela imagenzinha que aparece na barra de endereço, nas abas do Firefox e nos Favoritos do Internet Explorer. O logo, o blog já tem. Transformá-lo em favicon ajudaria na sua identificação.
  • É padrão que o título do blog seja um link que conduz à página inicial. No caso do Dinheirama, esse link está na descrição do blog – menor e mais escondido, portanto. Demorei para encontrá-lo e, nas primeiras visitas, usei o bom e velho botão “Home”. Que tal transformar o título em link também?
  • O link para os comentários a cada artigo está meio escondido. Seria legal aumentar o seu destaque, nem que fosse, simplesmente, listando-o antes de todos os outros links no rodapé de cada artigo. Outra coisa: o link diz “Comment”; não seria mal traduzi-lo.
  • A barra de busca fica “abaixo da dobra” – o visitante tem que sair à caça dela, rolando a página. Se não quiser colocá-la mais no topo, seria interessante um link de acesso direto a ela, quem sabe aproveitando o espaço que ainda está sobrando no cabeçalho, ao lado do “Fale Comigo”.
  • O bloco de anúncios na barra lateral também está “abaixo da dobra”. Um bloco pequeno bem no início da barra pode dar melhor retorno.
  • Só há dois artigos na categoria “Não classificados” e ambos tratam sobre o ato de blogar. Que tal transferi-los para “Blogs” e eliminar essa categoria que destoa em meio à lista tão significativa?

Numa época em que proliferam blogs voltados para “paraquedistas”, pensando em “monetização” mais do que em conteúdo, o Dinheirama aparece como um blog sobre “monetização” pessoal, de excelente conteúdo e que rapidamente conquistou seu lugar ao sol da blogosfera. Prova que escrever bem sobre assuntos importantes e interessantes ainda vale a pena.

Ah sim, já ia esquecendo: para participar da promoção, preciso criar um slogan para o Dinheirama. Terrível, isso. Você não imagina o quanto suei para criar um para o meu próprio blog. Enfim, vou aproveitar a frase que usei para descrevê-lo quando o indiquei ao concurso 7 Maravilhas da Blogosfera:

“Administração financeira sem economês.”

7 Maravilhas da Blogosfera

7 Maravilhas da BlogosferaA Luma indicou o Dia de Folga para participar do concurso 7 Maravilhas da Blogosfera – obrigadíssima, Luma! Fiquei ultra-lisonjeada e, claro, surpresa, tanto com a indicação quanto com o concurso propriamente dito.

A idéia surgiu no blog português O Sentido das Coisas. O regulamento, copio de lá:

1. Podem participar na votação todos os bloggers que mantenham blogues activos há mais de um mês [os outros esperem por outra ideia brilhante que alguém irá ter].

2. Cada blogger deverá referenciar sete nomes de blogs. A cada menção corresponde um 1 voto.

3. Cada blogger só poderá votar uma vez, e deverá publicar as suas menções no seu blog [da forma que melhor lhe aprouver], enviando-as posteriormente para o seguinte e-mail: 7.maravilhas.blogoesfera@gmail.com. No e-mail, para além da escolha, deverão indicar o link para o post onde efectuaram as nomeações. A data limite para a publicação e envio das votações é dia: 01/07/2007.

4. De forma a reduzir alguns constrangimentos [e desplantes], e evitar algumas cortesias desnecessárias, também são considerados votos nulos:

– Os votos dos blogger(s) em si próprio(s) ou no(s) blogue(s) em que participa(m);

– Os votos no blog O Sentido das Coisas.

No dia 7.7.2007 serão anunciados os vencedores e disponibilizadas todas as votações.

Novos esclarecimentos foram feitos no texto de 22 de junho, ressaltando-se a informação de que se trata de um concurso, não uma corrente – ou seja, os indicados não são obrigados a fazer indicações.

Resolvi topar o desafio de nomear apenas 7 blogs, dentre as dezenas que leio rotineiramente. O critério foi o da pulverização: quis citar blogs com temas diversos e que, aparentemente, ainda não tinham sido mencionados no concurso, numa tentativa de ampliar seu raio.

A nomeação segue ordem alfabética e acompanha uma breve explicação:

Ainda tenho um meme para responder sobre o mesmo assunto: Blogueiros que Admiro. Pensei em fazer valer este artigo, mas decidi escrever outro na semana que vem e ter a oportunidade de citar mais 5 blogueiros legais.

A volta do Blogroll?

Eliminei a relação de blogs que leio da barra lateral do Dia de Folga há vários meses. Não sumi com as referências – elas continuam presentes em Blogs que leio (atualização: acabei de apagar essa página; continue lendo para saber por quê) e Feeds que assino.

A lista sumiu por várias razões:

  • não a atualizava com freqüência desde que comecei a usar agregadores de feeds para acompanhar meus blogs preferidos
  • a barra lateral fica monstruosa e demora para carregar quando há links demais
  • (quase) ninguém sai clicando nos blogs listados na barra lateral de outros blogs
  • links dentro de artigos são muito mais efetivos para divulgar os blogs de que gostamos, e faço uso disso
  • o plugin Show Top Comentators (do qual já tratei) faz um belo trabalho de link love, privilegiando os comentaristas mais ativos

Outros blogueiros já escreveram sobre a (des)importância do blogroll, como o J. Noronha e o Paulo Villela.

Acontece que acabo de ler, graças a uma indicação do Tecnocracia, que o BlogBlogs passou a indexar os links de toda a home dos cadastrados – até então, apenas links feitos nos artigos eram indexados. Isso influencia diretamente no ranking de cada blog – o Dia de Folga, por exemplo, ganhou quase 80 posições nessa brincadeira.

Por causa dessa notícia, estou revendo meus conceitos. Talvez o blogroll seja, afinal, interessante. O BlogBlogs é o maior diretório nacional de blogs -> link love nunca é demais -> por que não prestigiar os blogs de que gosto com um link extra no ranking do BlogBlogs?

Se minha lista de blogs voltar mesmo, será atualizada com mais assiduidade – ou seja, dará trabalho. E voltará no rodapé do Dia de Folga, o que permitirá a indexação sem sobrecarregar a página.

(Atualização: a lista voltou mesmo, ao menos por enquanto, no rodapé e exibindo meus feeds. A importação não é automática, mas é bem mais prática do que fazer uma atualização manual. Apaguei a página “Blogs que leio” porque a relação do rodapé está muito mais atualizada.)

Ca-la-ro que isso não quer dizer que vou aderir à famigerada política me-linka-que-eu-te-linko. Nunca aceitei esse troca-troca, não é agora que vou começar.

O que você acha disso tudo?

  • Quem, por aqui, ainda usa blogroll, considera-o útil?
  • Quem deixou de usar, pretende mudar de idéia?

Existe concorrência na blogosfera brasileira?

Fui convidada pelo Norberto Kawakami para responder à pergunta acima, inicialmente sugerida pelo Carlos Carvalho.

De que tipo de concorrência estamos falando aqui? Da concorrência pelos cliques dos “paraquedistas” (visitantes vindos do Google que mal lêem os textos e já saem clicando em propagandas)? Ou da concorrência por leitores fiéis, atentos, participativos? Dependendo do enfoque, a resposta muda.

Como leiga em economia, arrisco dizer que a concorrência existe quando produtos semelhantes disputam espaço dentro de um determinado mercado consumidor. A equação produtos similares/número de consumidores indica o tamanho da concorrência.

Uma companhia de distribuição de energia elétrica, por exemplo, detém o monopólio do fornecimento de eletricidade e conta com um mercado consumidor igual à sua área de cobertura. A concorrência que ela enfrenta é próxima de zero – sempre pode haver uma ou outra casa que se valha de lampiões a gás e geradores, mas, convenhamos, é uma parcela insignificante.

Já uma fabricante de telefones celulares tem que disputar um lugar ao sol no meio de outras tantas: Nokia, LG, Samsung, Motorola, Sony Ericsson, para citar apenas algumas. Por outro lado, o mercado consumidor não é tão grande assim: muitas pessoas demoram anos e anos antes de trocarem de aparelho, bem de consumo durável; nem todas querem ou podem ter um celular; celulares não são um produto de primeira necessidade, como é a energia elétrica. Nesse exemplo, a relação produtos/consumidores é bem maior e a concorrência é acirrada.

Voltando aos blogs.

Se você espera ganhar dinheiro com blog, não se preocupe com a concorrência. Aplique as técnicas conhecidas de SEO (Search Engine Optimization, ou otimização para motores de busca, a fim de aparecer entre os primeiros resultados do Google e ter mais chances de atrair visitantes), use os programas de monetização (Google AdSense, JáCotei, Buscapé, Submarino, HotWords…), escreva sobre assuntos da moda… e sempre, sempre haverá paraquedistas entrando no seu blog, clicando nos anúncios e pingando caraminguás na sua conta corrente.

Claro que alguns são mais bem-sucedidos que outros na arte de ganhar dinheiro com blogs: escrevem mais e melhor, têm intuição para saber sobre o que escrever e dedicam várias horas do dia à atividade de blogar, seja redigindo, seja pesquisando temas ou otimizando seus blogs – eu não disse que é fácil. Não existe almoço grátis: se você quer lucrar, deve se esforçar na medida correspondente à sua ambição.

O consolo é que você não concorre com os outros blogs. Todos os dias, milhões de pesquisas são feitas pelo Google e milhares de pessoas dão seus primeiros passos na internet. E daí que surgem dezenas de blogs por minuto? O público consumidor de informações, futilidades, entretenimento e propagandas é virtualmente infinito.

Agora, se você escreve para atrair leitores, conquistar reconhecimento e fama (nem que seja por 15 minutos), ser citado pela grande mídia e por blogueiros conceituados, formar opinião… bom, aí você tem que rebolar.

Tem muitos blogs excelentes por aí, de gente talentosa, inteligente, que domina em profundidade os assuntos sobre os quais escreve (bem). A maior parte é conhecida apenas por uma dúzia de colegas blogueiros e referenciada entre eles. Uma minoria consegue, realmente brilhar, aparecer na mídia tradicional, ter várias centenas ou milhares de leitores fiéis pelos feeds, e outros tantos que sempre recorrem ao seu blog na hora de tirar dúvidas ou buscar opiniões.

Por outro lado, a base de consumidores de bons blogs é estreita. A web brasileira está povoada de seres semi-alfabetizados, incapazes de ler um texto como “Vovô viu a uva” e , em seguida, responder “Quem viu a uva?” (acredite, há vereadores e deputados que não passariam neste teste). Essas pessoas querem informação mastigada e comprimida em duas linhas escritas com palavras curtas.

A parcela de leitores reais já tem seus blogueiros preferidos. Para ser incluído no leitor de feeds de alguém que já acompanha 200 blogs, você tem de ser bom, agregar valor e, além de tudo, contar com a sorte de ser descoberto por esses leitores – que não trazem dinheiro, é verdade, mas massageiam o ego dos blogueiros como nem mil paraquedistas podem fazer.

Assim, lamento informar que se o seu foco é conquistar leitores e influenciar pessoas (parafraseando aquele livro), a concorrência existe, sim.

A péssima notícia é que você não está concorrendo apenas com outros blogueiros, mas com todos os interesses que preenchem o tempo do leitor: livros, filmes, namoros, amigos, jogos, bares, horas de sono e, eventualmente, os outros 200 blogs que ele acompanha. Blogs, como aparelhos celulares e locações de dvds, são “mercadorias” supérfluas, não de necessidade básica, e disputam com todos os outros supérfluos relacionados a lazer, informação e internet. Seu blog concorre por cada minuto da atenção dos potenciais leitores.

E aí, o que você faz para se destacar em meio à concorrência? Persegue blogueiros, envia spams, dispara ameaças de morte? De quebra, aproveita para incendiar cinemas e livrarias?

Não, criatura. Aprenda com os blogueiros que têm mais estrada e leitores que você. Leia os seus artigos, veja como se comportam na blogosfera, estude, pesquise, treine a escrita, devore pilhas de livros. Peça ajuda, de vez em quando. Se você chegar para um blogueiro do primeiro time e pedir uma ajuda, sugestão ou opinião, pode estar certo de que conseguirá. Faz parte da egotrip bloguística saber que foi útil a um novato. Claro, se você escreve em miguxês, chama o blogueiro de “véi” e faz uma pergunta ridícula ou cuja resposta está na primeira indicação de uma simples pesquisa no Google, será solenemente ignorado. Na melhor das hipóteses, renderá um ótimo post.

A concorrência é amigável, solícita e simpática. Não raro, rende boas amizades. Nada de “blogosfera selvagem, psicopata, homicida”, disputando sanguinariamente a cada minuto de atenção do internauta; o que existe é um ambiente saudável de crescimento mútuo e aprendizagem contínua. Nem mesmo o mais blogueiro renomado pode dizer que já sabe de tudo e não precisa de ninguém.

Depois de tudo isso, você me diz: “mas eu não escrevo pelo dinheiro nem pelo reconhecimento; escrevo só por prazer” e eu respondo: pense seriamente em apagar seu blog e comprar um bonito caderno.

Faz parte da tag convidar três blogueiros com conteúdo semelhante (concorrentes, portanto) para responder à pergunta. No caso do Dia de Folga, tenho que convocar blogueiros que escrevem sobre… nada. Ou melhor, sobre cotidianidades. Chamo, então:

  • Groselha News, da Srta. Bia. Textos leves recheados de referências a notícias e cultura pop que só ela poderia descobrir.
  • Futilidade Pública, do Rafael Silva. Temas cotidianos, permeados por dicas de tecnologia e internet.
  • Pirão Sem Dono, do MarcosVP. Música, crônicas, atualidades e outros assuntos, com muito humor.