Esse ano me dei conta de que minhas grandes resoluções nunca são tomadas no início do ano, sequer na época do Natal, quando o tema começa a surgir em todas as conversas. Não, minhas resoluções – aquelas que consegui manter e incorporar à vida diária – sempre surgem no começo do segundo semestre, em agosto, setembro, no máximo em outubro.
Minha teoria é de que é por essa época que paro pra avaliar o andamento do ano e, consequentemente, da vida, e dessa avaliação surgem meus novos objetivos. Foi assim em todas as vezes que resolvi estudar para concurso, quando decidi fazer atividade física a sério, quando comecei a seguir o estilo low carb de alimentação… e em 2018 não foi diferente.
A Motivação
Nos últimos anos, andei tão concentrada no trabalho que acabei me exaurindo diversas vezes. Gosto do meu trabalho, mas não gosto da ideia de fazer dele o centro da minha vida. Não acho que seja saudável – pra mim, certamente não é.
Posso trabalhar de casa quase todos os dias, o que eu amo; na prática, porém, o que estava acontecendo é que eu começava a trabalhar antes das oito da manhã e não tinha hora pra parar, o que é péssimo. Depois de alguns meses nessa rotina, sem atividades físicas, comendo qualquer coisa e dormindo mal, começaram a aparecer alguns problemas de saúde – particularmente, minha antiga dor nas costas voltou com tudo. Foi o sinal de que eu precisava mesmo me reorganizar.
Decidi que, quando voltasse de férias (marcadas para outubro), iria organizar meu horário de trabalho. Essa foi a primeira resolução de ano velho.
Mais Resoluções
Em setembro, antes mesmo das férias, dei um empurrãozinho nas resoluções e comecei um novo treinamento de musculação, num estilo que eu nunca tinha feito. Estou gostando muito e o responsável é o Felipe Piacesi, cujo trabalho recomendo.
Outra resolução foi levar a sério o curso de desenho comprado um ano antes e abandonado há vários meses. Por fim, resolvi voltar a aprender e praticar lettering, se não todo dia, pelo menos com alguma regularidade.
A Regra dos Dois
Também em setembro, li um post bem interessante no The Minimalists: The Rule of Two. O autor aborda a dificuldade enorme que temos em encaixar todas as atividades que queremos ou devemos fazer em cada dia e dá uma saída interessante: que tal buscarmos realizar cada uma dessas atividade duas vezes na semana? Certamente parece mais viável, a pressão diminui e é mais fácil encontrar duas horas por semana para, por exemplo, aprender um novo hobby que tentar encaixá-lo em meia hora por dia (sem contar que meia hora muitas vezes é pouco tempo para realmente começar a render na tarefa, seja ela qual for).
A regra dos dois foi o ingrediente que faltava para delinear as resoluções de ano velho, com a ajuda de um bloco de planejamento semanal que acabei comprando nas férias só porque estava bonito e barato, mas sem ter a certeza de que iria usar. Bom, estou usando e tem sido muito útil.
A Listinha
No fim das contas, a lista de resoluções de ano velho ficou assim:
Todos os dias:
- alongamento (toma cinco minutos e mantém minha dor nas costas longe)
- meditação (dez minutos atualmente, pretendo aumentar o tempo aos poucos)
- leitura (porque adoro)
Duas vezes por semana:
- musculação – membros inferiores
- musculação – membros superiores (ambas com a planilha do Felipe e já é o suficiente pra semana toda)
- informativos do STJ e STF (para manter-me atualizada)
- yoga/pilates (vídeos no youtube)
- desenho (curso online ABRA)
- lettering (cursos online Udemy)
- aquarela (cursos online Udemy e outros tutoriais)
No planejamento, ainda entrou um tempinho por semana para:
- planejar as refeições e as compras da semana seguinte (sempre resisti a essa ideia, resolvi finalmente incorporá-la e tem sido excelente)
- limpar a casa (40 minutos duas vezes por semana, e uma ajeitada de alguns minutos no domingo)
- planejar a semana seguinte, vendo o que deu certo e levando em conta as demandas de trabalho, compromissos com hora marcada e outros interesses (por exemplo, no planejamento da semana passada incluí um tempinho para escrever este post)
Colo o planejamento no armário do escritório e todo dia dou uma olhada.
Os Resultados
O primeiro efeito desse sistema foi uma imediata tranquilidade quanto ao que fazer a cada dia. Não preciso mais me preocupar assim que acordo, porque já defini tudo com antecedência – basta olhar a folhinha e seguir o plano.
O segundo efeito tem a ver com a minha saúde de modo geral e com o bom impacto dela no meu trabalho. Como estou mais organizada, mais equilibrada e mais saudável, consigo trabalhar com maior produtividade e, como consequência, sobra tempo para fazer o que me mantém organizada, equilibrada e saudável. Um círculo virtuoso.
Minhas habilidades, digamos, “artísticas”, ainda têm muito que evoluir, mas tenho dado mais atenção ao processo que ao resultado final. O efeito colateral inesperado é que estou menos ansiosa e menos controladora. Quem diria?
Prioridades
Tudo funciona redondinho todas as semanas? Não, porque é claro que a vida acontece no meio dos planos.
A semana passada foi particularmente intensa no trabalho e tive que deixar de lado outras atividades. Mas sei que foi algo eventual e, principalmente, que tenho um caminho para onde retornar esta semana.
O que não pode falhar é justamente o que me ajuda a voltar ao centro: o planejamento das refeições e da semana (toma meia hora), a meditação, o alongamento e a musculação. No resto, a gente dá um jeito.
As coisas não precisam ser perfeitas, o planejamento não precisa ser cumprido à risca. Tudo precisa, apenas, ser bom o bastante para que se construa o equilíbrio.
Você já está pensando nas suas resoluções de ano novo? Já pensou? Ou nem pensar?
Oi, Lu!
Uma coisa que gosto muito de fazer nessa época é o balanço do ano que passou (aquele que você costuma fazer no segundo semestre). Adoro apurar o que fiz com meu tempo, onde gastei meu dinheiro, o que deu certo, o que não deu… Não sou muito de resoluções de Ano Novo, mas toda vez que faço uma avaliação acabo tentando eliminar os comportamentos que não me agradam (e adquirir outros mais interessantes!).
Beijos!
Lud, essa reflexão é fundamental, né? Independentemente da época escolhida, creio que pelo menos uma vez por ano todo mundo se beneficiaria em dar uma olhada em como vai a vida e planejar ajustes de curso. Pena que muita gente simplesmente segue no automático…
Em janeiro costumo fazer o balanço financeiro (reavalio minha planilha de orçamento doméstico) e em março, na época da declaração de IR, sempre rola uma análise dos investimentos.