Hoje em dia, os próprios fabricantes têm procurado gastar menos papéis com manuais. Meu smartphone atual, por exemplo, veio com instruções bem simplificadas, e quem tem interesse que baixe o manual completo no site do fabricante. Para eles, isso representa redução de custos; pra gente, redução de tralha. Todo mundo sai ganhando.
E quanto aos produtos mais antigos, ou menos tecnológicos, como fogão, geladeira, secador de cabelos? Sabia que, se você der uma busca pela internet, encontrará os manuais de 90% deles. Experimente jogar no google algo como: “nome e modelo do produto” manual download – pronto, você achará o manual que deseja e poderá jogar fora a versão em papel.
Se não conseguir encontrar o manual na internet, vale a pena mandar um email para o fabricante pedindo a versão digital. Fui atendida todas as vezes que fiz isso.
Outra alternativa é que você digitalize o manual, seja usando um scanner (ferramenta maravilhosa para diminuir a tralha de papel em casa), seja fotografando as páginas – todas, ou apenas as mais importantes. Se preferir fotografar, pode usar apps que ajudam no foco, na nitidez e no corte desses documentos, como o CamScanner.
Fazendo tudo isso, veja como reduzi a quantidade de manuais em casa:
Essas fotos já têm mais de dois anos. De lá pra cá, diminuí ainda mais a pilha de papéis, seja porque digitalizei uma boa parte dela, seja porque já nem tenho mais alguns desses equipamentos (o Nokia N82 bem aí em cima, por exemplo).
Mais algumas dicas sobre como lidar com os manuais dos seus produtos:
- Faça uma limpa de tempos em tempos, inclusive no material que você já tem em meio digital, porque nós nos desfazemos de alguns produtos, outros quebram, e não faz sentido colecionar manuais de tudo que já tivemos.
- Você não precisa dar cabo de toda a sua pilha de manuais do dia para a noite. Faça aos poucos, dois ou três por semana. O importante é começar.
- Antes de jogar fora o manual, verifique se a garantia não está grampeada nele – se estiver, e o produto ainda estiver no prazo de garantia, destaque-a e guarde-a pelo tempo necessário.
- Você pode subir os manuais para o evernote e ter acesso a eles de qualquer lugar, além de ser muito fácil encontrá-los quando precisar e, ainda, pesquisar dentro deles, achando qualquer palavra em segundos. Dessa forma, fica muito mais fácil tirar aquela dúvida sobre como programar a máquina de lavar ou que produtos podem ser usado para limpar sua televisão.
- Pode valer a pena guardar o manual de produtos que você pretende revender um dia, mas em geral é desnecessário. Se você revender seu celular, pode simplesmente gravar nele (ou em um cd) o manual, ou dizer ao novo comprador que o baixe no site do fabricante. O único manual que realmente achei relevante guardar foi o do carro.
Se seu imóvel for invadido e seus bens materiais forem roubados, a única coisa além da nota fiscal que vai comprovar a existência deles é o bem dito manual. Ter uma cópia não parece que vai ajudar muito. Melhor gastar uma gaveta no armário para as coisas mais valiosas.
Se você tiver a vaga esperança de que a polícia recupere seus bens (seriously?), você poderá comprovar a sua propriedade de diversas formas: Boletim de Ocorrência, descrição física, número de série, IMEI, nota fiscal, cupom fiscal, prova de compra via internet etc. O manual é somente uma dentre várias provas possíveis, e nem é a mais forte.
Se você sabiamente contratou um seguro residencial, receberá o valor contratado na apólice independentemente de prova.
Em qualquer caso, guardar os manuais pensando na sua hipótese é uma inutilidade.