Conheço a Grenat desde que ficava na 201 Sul. Café bom, cardápio fraco atendimento péssimo – ou seja, seguia o padrão brasiliense de serviço (eu sei, dá vontade de chorar).
As coisas melhoraram, porém, consideravelmente. A Grenat mudou para o outro lado da rua, ganhou uma loja espaçosa (apertar-me na loja anterior nunca me agradou), um cardápio maior e o atendimento, se não estava primoroso, estava esforçado. Parecia faltar treinamento e agilidade, mas isso pode se resolver com o tempo.
Desde a mudança, visitei a casa apenas uma vez. Pretendo voltar logo, provar outras delícias e espero ser surpreendida por um serviço de primeira. De qualquer modo, recomendo a visita e sugiro o tradicional mocha, feito à perfeição.
Serviço
Grenat – cafés especiais
CLS 202, Bloco A, Loja 4, Asa Sul, Brasília – DF.
Telefone:(61) 3322 0061.
Horário: de segunda a sexta, das 7h30 às 22h; sábado, das 9h às 22h.
Essa foi a pergunta de Carlos Alberto Sardenberg, âncora da CBN, ao fim de uma matéria que parece saída do Mundo Bizarro: o Ministério da Educação (veja bem!) distribuiu para mais de 4.000 escolas um livro didático para alfabetização que legitima erros crassos de gramática, como “Nós pega o peixe”, “Os livro estão emprestado” e outras barbaridades do gênero. Aparentemente, os autores e o MEC entendem tais erros como meras diferenças regionais.
O capítulo que comete esses assassinatos linguísticos chama-se “Falar é diferente de escrever”. Sim, é. Todos sabemos. A língua falada permite pequenos deslizes e coloquialismos. Daí a incluir-se num livro didático uma das piores barbáries contra o idioma, dando a entender que é coisa normal, que não existe erro em dizer “nós gosta de bolo” vai uma distância enorme. Ou será que “vão” uma distância enorme?
O Estado brasileiro sempre foi paternalista – nos últimos anos, tem sido cada vez mais. Agora, passa a ser condescendente com erros de português que, antes de pertencerem a determinado grupo, indicam baixa escolaridade e parco domínio da língua. São erros, caramba. Não é como chamar canjica de munguzá, ou mandioca de macaxeira. A regra é clara, Arnaldo. Tem que fazer usar os tempos verbais corretamente. Eles existem pra isso.
Só que agora é preconceito ensinar o português correto, né? É preconceito afirmar que dizer “nós pode”, “nós vai” e “nós fez” é errado, né?
Preconceito é aquela opinião formada sem conhecimento, sem exame crítico e sem fundamentos. Supor que uma pessoa que fala “nós pegou o ônibus” tem baixo conhecimento do próprio idioma não é preconceito; é conceito, mesmo.
Quem está sendo alfabetizado tem de aprender o correto. É obrigação da escola ensinar a forma regularmente aceita, a dita “norma culta”, não legitimar o que se ouve por aí. Depois de aprender o que é certo, você pode até escolher falar errado. Pode ler as historinhas do Chico Bento reconhecendo os erros e divertindo-se com eles. Pode falar “me vê dois pastel e um chops” pra tirar onda. Depois de aprender o que é certo.
Daqui a alguns anos, quero ver o MEC explicar aos adolescentes que serão reprovados no vestibular que eles “não vai” poder fazer a faculdade que desejam. Ou então consolar os candidatos barrados em entrevistas de emprego que lamentam tristemente: “Sabe como é, nóis batalhou muito pra chegar até aqui e nóis não sabe porque num conseguimu.”
1. Estudei em sete escolas. Nunca fiquei de recuperação, segunda época ou o diabo. Sofri discriminação (bullying tá na moda, né?) na Bahia por ser branca e ter sotaque “do sul” (tudo que está geograficamente abaixo da Bahia é “sul” pra eles).
2. Adoro vodca (de Absolut pra cima, inclusive algumas edições especiais da Smirnoff) e vinho (decente!). Tenho uma queda nostálgica por keep cooler.
3. Amo ler, mas passo adiante a maior parte dos meus livros. As exceções são os livros de infância (poucos deles), os de ficção científica (quase todos) e uns poucos (nem dez) que realmente me marcaram.
4. Acho que morar sozinha é uma das melhores coisas do mundo. Não tenho a menor vontade de casar (já morei junto, isso basta pra mim), nem de ter filhos.
5. Sou agnóstica e de direita.
6. Tenho poucos preconceitos (todo mundo tem algum). Um deles é contra gente burra. Por outro lado, não entendo como alguém pode ser discriminado baseado em orientação sexual ou cor da pele.
7. Não como dentro do carro, nem faço dele a extensão da minha casa. Por ter pouco espaço onde moro, alguns sacos de areia de gato ficam no porta-malas, mas é só. Por dentro, meu carro é limpo; por fora, só lavo quando chove bolo, como diria a Nospheratt. Entendo o suficiente para agendar as revisões necessárias e descartar as desnecessárias, sem deixar mecânico cantar de galo.
8. Tenho duas gatas e amo-as de paixão. Não terei outros animais depois delas.
9. Tenho tendência ao colecionismo. Fiquei perplexa quando percebi isso. Tenho pânico de tornar-me uma hoarder, aquele tipo de gente que junta até pote de margarina vazio (no Brasil, têm sido chamados de colecionistas – o que não chega perto de explicar – ou acumuladores compulsivos). Por isso, hoje minhas coleções são limitadas a: miniaturas de kinder ovo (ocupam pouco espaço e não tento aumentar a coleção), cartões telefônicos (idem), fotos (a maioria delas fica no computador mesmo) e vinis (sim, LPs, bolachões – mas também não quero que essa coleção saia do controle).
10. Paradoxalmente, tenho mania de organização (que beira o TOC, segundo já me disseram). Preciso ver espaços vazios em casa, nas gavetas, nas prateleiras. Sei onde está tudo e meus cds são organizados por ordem alfabética. Pra compilar coisas legais sobre organização, criei um tumblr há poucas semanas, o Mania de Organizar.