Quer ajudar? Sempre tem gente precisando.

Às vezes, sobra um resto de remédio que vai perder a validade no fundo do armário. Ou o gatinho cresceu e a caixa de areia ficou pequena. Ou ele não gostou da ração nova e você está com dó de jogar o pacote inteiro no lixo.

Talvez você nem tenha animais, mas queira ajudar quem os protege.

Se você mora em Brasília, pode passar na PetyCats, na rua comercial da 104 Sul (Bloco C), e deixar na loja a sua doação. Como o nome indica, a loja é especializada em gatos. A Tati e o André se encarregarão de encaminhar as doações para o grupo que fará melhor uso.

Além disso, todo sábado de manhã (das 9h às 13h) tem feirinha de adoção em frente à PetyCats. Além de ver gatinhos fofos (e, quem sabe, adotar um), você poderá conhecer as pessoas que cuidam deles e entregar pessoalmente sua colaboração.

Se você não está em Brasília, dê uma conferida nos links aí ao lado, na seção Adoção e Informações – Outros Estados. Todos eles precisam e aceitam doações, por menores que sejam.

Quando não dá mais.

Já falei sobre o lindo trabalho dos protetores que recolhem animais (principalmente gatos e cães) abandonados, cuidam deles e os encaminham para adoção. É um trabalho sem fim, pouco valorizado e em que muita gente ainda se sente no direito de jogar pedras, mesmo quando não move um dedo para ajudar quem quer que seja.

É uma missão tão inglória que, às vezes, não dá pra seguir em frente.

É o caso do Quintal de São Francisco, uma ONG que cuida de cães abandonados há quase cinquenta anos e que, depois de muita luta e frustrações, encerrará suas atividades nos próximos doze meses. A Lu Freitas conta a história.

Se você quer adotar um cão e mora em São Paulo, ou conhece alguém que possa ajudar, divulgue a situação do Quintal. Além de precisarem encontrar lares para os cães doáveis, os administradores necessitam de ajuda financeira nessa reta final.

* * *

Aqui em Brasília, uma situação diferente, mas semelhante. Uma senhora que cuidava de 70 gatos faleceu e os gatinhos precisam de lares. É gato demais, eu sei, e será difícil encaminhá-los todos a famílias amorosas… mas não custa tentar.

Alguns dos 70 gatos que aguardam um lar.
Alguns dos 70 gatos que aguardam um lar.

Se você puder acolher alguns deles como lar temporário, se quiser adotar ou conhecer alguém que possa ajudar, entre em contato com Tatiana Vieira, no telefone (61) 8169-8002.

Isso não é primeiro de abril; portanto, nem pense em passar trote.

Como adaptar o bebê novo ao dono (ou à dona) da casa?

Tem muito texto pela web falando sobre como fazer a adaptação do gato “chegante” com o gato reinante. Não é tarefa fácil, acredite. Dá aflição sim, ver os dois gatinhos que você escolheu com tanto carinho tentando se matar bem na sua frente. Corta o coração cada fuuuuuu, fere a alma cada arranhão. Isso sem falar nos gritos medonhos durante as perseguições.

O que dizem por aí é que “no pain, no gain” – se você não passar por esse calvário, não alcançará o paraíso de ver seus dois fofolentos brincando juntos pela casa.

Qual a melhor forma de fazer essa adaptação, tornando-a o menos traumática possível?

Há controvérsias.

A maior parte dos sites especializados aconselha o confinamento do gato novato em um único cômodo, por alguns dias. Enquanto isso, o gato já existente vai se acostumando com o cheiro do novo companheiro e com a dura realidade de não ser mais filho único. Durante esse processo, ajuda fazer troca de edredons, para que um sinta o cheiro do outro. Eventualmente, convém prender o gato “antigo” e soltar o novato, para que ele conheça a casa e, novamente, para que um sinta o cheiro do outro sem que se vejam. Também é bacana passar um brinquedo por baixo da porta com que os dois possam brincar (pode ser um barbante com uma bolinha amarrada em cada ponta).

Depois dos primeiros dias, inicia-se a apresentação gradual: solta-se o gatinho novo por uma hora num dia, duas horas no seguinte, até que as brigas diminuam.

Daí até surgir o amor e a amizade entre eles, o caminho ainda é longo – mas pelo menos você já sabe que não vão se matar na sua ausência e pode deixar os dois soltos.

Por outro lado, tem muita gente boa que nem liga pra isso tudo e simplesmente libera o novo gato junto do(s) gato(s) já existente(s), sem se preocupar com nada.

Eu, como não tenho porta (ou quase), não podia dar-me ao luxo de um confinamento nos conformes. Fechava a Cacau no banheiro (onde está a única porta da casa) pela tarde inteira nos primeiros dias, porque esse era o único jeito de um aterrorizada Mel comer, beber água e usar a caixa de areia. Do início da noite até o fim da manhã do dia seguinte, Cacau ficava solta, eu podia usar o banheiro e Mel ficava ilhada num móvel alto, vendo a intrusa de cima.

Parecia que a cada novo confinamento as duas regrediam, porque, quando eu soltava a Cacau, o pega-pra-capar era monstruoso. De manhã as coisas estavam nos eixos, mas aí vinha novo confinamento… e novo pega-pra-capar.

Por fim – e já desesperada – desisti de prender a Cacau. Isso foi no quinto dia da chegada dela.

Em dois dias, as brigas diminuíram sensivelmente. Quando fez uma semana que a Cacau estava em casa, as duas comiam juntas.

Hoje, pouco mais de um mês depois, não são melhores-amigas-de-infância, mas ficam próximas, brincam juntas e até se unem para me acordar quando acham que já dormi demais.

Sim, cortei um dobrado durante o processo, e enchi a paciência de muita gente (as meninas do blog, meus pais, a protetora da Cacau etc. etc. etc.) toda vez que entrava em pânico dizendo “Isso não vai dar certo!”. No fim das contas, o que importa é que deu certo.

Não estou dizendo que é melhor partir pro seja-o-que-deus-quiser. No meu caso, foi o que funcionou mais. No seu, se você puder dispor de um cômodo para um confinamento decente durante vários dias, talvez valha a pena fazer uso dele.

Antes de trazer a Cacau, procurando informações sobre o tema, achei dois links bem bacanas:

A importância de uma boa apresentação: passo-a-passo para tornar a aproximação dos gatos o mais tranquila possível.

Adaptando… a história de Messy: “fotonovela” mostrando a adaptação de duas gatinhas – vale a pena lembrar sempre da sequência para se animar quando as coisas entre os felinos parecerem não dar certo.

Quanto custa ter um gato?

É importante que potenciais adotantes tenham idéia de quanto gastarão com um gato, especialmente no primeiro ano de vida. Assim, quem sabe evitem levar um bichinho para casa por mero impulso para, depois, jogá-lo cruelmente na rua (sim, tem gente por aí que faz isso).

Os valores a seguir são os praticados em Brasília (São Paulo e Rio têm preços mais em conta; em cidades menores, alguns itens são mais caros).

Gastos Iniciais

Isso é mais ou menos o que você irá gastar nos três meses  seguintes à chegada do seu filhote:

  • Caixa de transporte: 90 reais
  • Comedouro e bebedouro: 12 reais
  • Bandeja sanitária: 20 reais
  • Vacina tríplice: 50 reais x 3 doses = 150 reais
  • Vermífugo: 10 reais x 3 doses = 30 reais
  • Antirrábica: 35 reais
  • Esterilização: 330 reais
  • Arranhador: 40 reais
  • Rede de proteção: a partir de 70 reais

Total: 777 reais

Gastos Mensais

O custo mensal para manter um gatinho é bem pequeno (geralmente, é só esse valor que potenciais adotantes levam em conta).

  • Ração: 40 reais por mês, em média, (comprando o pacote de 7,5 quilos de ração superpremium, que custa 120 reais e dura uns 3 meses)
  • Areia: 15 reais por mês

Total: 55 reais

Gastos Anuais

Se o seu gato tiver saúde perfeita, os gastos para conservá-la assim são pequenos, mas imprescindíveis.

  • Vacina tríplice: 50 reais
  • Antirrábica: 35 reais
  • Vermífugo: 10 reais a cada seis meses = 20 reais

Total: 105 reais

Ou seja, grosso modo, um gato custa no primeiro ano, aqui em Brasília, 1.437 reais.

No anos subsequentes, supondo-se que o bichano não adoeça, o valor cai para 765 reais por ano.

Um segundo gato custa menos, já que compartilha algumas coisas, como caixa de transporte e arranhador. A rede de proteção, claro, é um gasto único. O consumo de areia também não chega a dobrar. O de ração, obviamente, dobra, bem como o do veterinário.

Não contei gastos com edredom, caminha, brinquedos, banhos, remédio pós-castração, bandeja sanitária e comedouro que ficam pequenos conforme o gato cresce, consultas eventuais ao veterinário etc. etc. etc. Alguns desses gastos são supérfluos; outros variam muito dependendo da raça e da s condições gerais do felino.

Além de tudo isso, é fundamental ter uma reserva para despesas de saúde imprevistas. Gatos podem adoecer (especialmente quando ficam mais velhos) e você não vai simplesmente ignorar os sintomas. Ou vai?

Se você não tem condições financeiras ou se pensou “Credo, um gato custa muito caro!”, compre um peixe. Ou um hamster. Ou um bicho de pelúcia. Não acolha um animal se não tem lastro financeiro ou se vai encará-lo como um “prejuízo”.

Se, por outro lado, você acha vale a pena ter um gato apesar dos custos, saiba: vale a pena mesmo. Um gatinho ronronando, brincando com uma bolinha ou recebendo você na porta após um dia longo de trabalho é como um Momento Mastercard: não tem preço.