Ligeirinhas

– Crise de identidade é quando me chamam de “ruiva” e demoro pra me tocar que é comigo que estão falando (em tempo: estou amando isso!).

– Confusão acontece quando tento entender por que vivem me perguntando se sou gaúcha, afirmando que tenho sotaque do Sul – báh, tchê, esse povo nunca ouviu um gaúcho falando (acho lindo o sotaque – gaúchos, não se ofendam, plisi).

– Missão impossível é fazer apigreide num computador de mil-novecentos-e-guaraná-de-rolha – nada existe, nada serve, nada é compatível.

– Mas ele voltou ontem, finalmente, depois de alguns dias no hospital (ele é membro da família, entende). Eu já estava morrendo de saudades. Só que fiquei com tanto medo de alguma coisa não funcionar direitinho, que ainda nem liguei o bendito. Sabe quando você recebe resultado de exame médico e não quer abrir com medo de má notícia? Pois é.

– Sou capaz de ficar hooooras dentro de um laboratório minúsculo, ouvindo um bando de gente falar e brincar sobre informática, participando da conversa e, realmente, divertindo-me. Acabei até ganhando desconto maior e brindes. Agora, não me peça para ficar 15 minutos numa oficina mecânica. É por isso que eu cuido do computador do meu querido pai e ele cuida do meu carro. Trato perfeito.

– Placa-mãe que aceite memória DDR da próxima vez, por favor.

No carro

Você acha que carrega coisa demais no seu carro? Dá uma olhadinha no que encontrei no meu, dia desses:

1. Um quilo de feijão (cru, é claro).

2. Um saco de gelo (vazio, felizmente).

3. Uma vela derretida.

4. Um monte de sacos de supermercado vazios.

5. Uma conta vencida.

Isso pra não mencionar o que carrego por hábito: edredom, almofada, toalha de banho, meia-calça, guarda-chuva, luvas, lanterna etecétera, etecétera, etecétera.

Não dizem que o carro é a extensão da casa de uma pessoa?

Fugiu

Saiu por todos os shoppings.
Entrou em todas as lojas.
Olhou roupas, livros, discos, chocolates.
Não conseguiu comprar coisa alguma
porque, afinal, tudo aquilo já possuía.
Só o que não tinha
não se achava à venda.
E, na falta do que desejava,
possuída pelo que não lhe pertencia,
fugiu, desnorteada.