“Porque, se você parar pra pensar…”

Às vezes, a gente precisa levar um chacoalhão para perceber o quanto a vida é frágil.

Na terça-feira passada, jantei com amigos muito queridos. Durante o papo, combinamos uma festinha na casa de um deles, para a sexta-feira.

Na sexta de manhã, liguei para o dono da casa a fim de acertar alguns detalhes. Ele me perguntou: “Lu, você já sabe o que me aconteceu?” Respondi que não, sem entender. Então, ele explica.

Meu amigo sofreu um seqüestro-relâmpago na quinta-feira à noite. Passou mais de uma hora nas mãos de três bandidos. Foi aterrorizado e humilhado. Teve a certeza de que ia morrer.

Graças a Deus, sobreviveu.

A festinha aconteceu. Quando foi combinada, era pra ser uma reunião sem motivo. Acabou ganhando a motivação de comemorarmos a vida do nosso amigo.

Não quero, aqui, entrar no mérito da violência crescente em Brasília, da bandidagem, da onde de seqüestros-relâmpago. É tudo sem sentido, eu sei (e Renato Russo já disse isso).

Fiquei com ódio dos bandidos, claro. Quem me conhece, já sabe que não tolero ouvir falar em “direitos humanos” para quem não tem o menor respeito pelo seu semelhante. Fiquei com medo, também. Estou assustada até agora, de fato.

O que mais me assombrou, no entanto, foi o que não aconteceu, mas poderia. Foi saber que o amigo com quem almocei na terça e que tinha a certeza de rever na sexta poderia ter morrido na quinta.

Quando morre alguém amado, percebemos como a vida é um sopro. Quando alguém escapa da morte, também.

9 comentários on ““Porque, se você parar pra pensar…”

  1. 😮
    nossa.. e eu que saio depois da meia noite do trabalho..e vou andando pra casa..puts..tenho que ficar mais alerta!!

  2. Olá!!!

    É dose isso… Eu só saio de carro À noite se for com insul-filme, porta travada e vidro fechado (mesmo que esteja um xalor africano do lado de fora e o carro nã tenha ar condicionado)… Também tento lembrar de prender o cabelo… Parar o carro na rua, descer sozinha para estacionamento? Nunca!!! Prefiro até deixar o carro com manobrista… Se bem que dizem (nunca se deve acreditar nos dizem, né?) que eles evitam carros que tenham qualquer coisa que dificulte um pouco que seja…

    Que bom que o seu amigo escapou bem!!! E duro viver assim, né?

    Beijos

  3. Ave. Que pira, hein? Confesso que, enquanto lia a história, pensei que o desfecho poderia ser pior. Graças a deus, não foi o caso…

  4. direitos humanos pra bandido???? é ruim, hein?

    e que seu amigo fique bem!

    beijos e boa semana pra ti

  5. Querida Lu.
    Por todo o Brasil impera a impunidade e a violência, nao há estado que escape. Em Fortaleza desde os meus 12 anos, passei por 15 sufocos (em alguns levaram, noutros reagi, noutros corri, recuperei, às vezes perdi) passei por 1 sequestro relâmpago de 4 horas (3 h no bagageiro do meu carro). Aqui em BSB onde moro há 1 ano, nunca me assaltaram, mas já encontrei o vidro do carro estraçalhado pra levarem um simples toca-fitas (sim, já levaram meu cd player, tb lamento pelo que vc perdeu), já tentaram aplicar a famosa *saidinha* na porta de Banco na W3 sul. Enfim, a dica é redobrar atenção, cuidado com semáforo, não reagir de formar alguma e rezar.
    Direitos humanos é pra quem é humano, concordo com vc, marginal merece cadeia, não há recuperação. Bandito não respeita nem a própria mãe.
    Beijos:((:((:((

  6. Nem me fale nisso, sabia?
    Eu todo dia digo Tchau pras pessoas que eu amo da melhor forma possivel. Eu sempre dou um beijo no Michael como se fosse o ultimo, converso com os amigos como se fosse a ultima conversa. Sou meio paranoica com esse assunto, ta confesso. Mas pelo menos se algo acontecer, eu vou ter a certeza que eles sabiam que eu os amava. Ai, estou morbida demais…

    By the way, piso em solo brasiliense em uma semana 😀

  7. Vc tem toda razão, a vida é frágil e por isso temos que valorizar cada momento ao lado das pessoas que amamos. Bjs.

  8. Dearest,
    Não podia deixar de comentar e celebrar a vida do nosso dearest friend.
    No mais, sua última frase resume bem o piscar de olhos que é a vida.
    kisses,
    Andie

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