Toda receita de molho começa da mesma forma: “despele os tomates”.
Quem já tentou sabe que a pior forma de tentar tirar a pele de tomates é descascá-los como se fossem maçãs. Perde-se, além de um tempo enorme, metade do tomate. Então, #comofas?
Encha uma panela d’água e leve ao fogo. Ela deve ser grande o suficiente para você mergulhar os tomates depois. Agora, só água e fogo alto.
Enquanto espera a água ferver, corte uma cruz na parte de cima de cada tomate. Não uma cruz quase invisível, mas uma que tome cerca de um terço do tomate.
Ferveu a água, leve a panela para dentro da pia e mergulhe os tomates. Deixe-os lá por uns 5 minutos.
Depois, escorra e encha a panela de água fria (se puder colocar gelo junto com a água, melhor ainda). Com uma faquinha, vá puxando a pele do tomate a partir dos cortes que você fez anteriormente, debaixo d’água mesmo.
Não é ecologicamente correto, eu sei, mas geralmente não uso gelo e, em vez disso, deixo a torneira aberta pra ir resfriando os tomates.
O contraste quente/frio e os cortes em cruz fazem a pele sair com facilidade e sem desperdício.
Por fim, corte cada tomate em quatro e tire as sementes com os dedos, já que toda receita de molho também pede que estejam sem sementes.
Em tempo: se você não tiver uma panela tão grande quanto precisaria pra mergulhar os tomates, não se preocupe. Jogue-os dentro da pia, ferva água e despeje-a sobre eles. Também dá certo.
Ninguém lê um livro de receitas de cabo a rabo, certo? Seria como ler um dicionário, não é mesmo?
Não!
A Conversa Chegou À Cozinha
Tudo depende do livro, na verdade. Semana pasada caiu-me nas mãos um tão gostoso (sem trocadilhos) que vale a pena ler de ponta a ponta: é A Conversa Chegou À Cozinha, da Rita Lobo, criadora do site Panelinha e blogueira.
O livro tem dois diferenciais muito bacanas.
O primeiro deles é que cada bloco de receitas é precedido por uma crônica, um texto escrito originalmente para o blog da autora. Além de abrirem o apetite, os textos são divertidos e bem escritos.
O segundo diferencial é a variedade de receitas, mais que a quantidade delas. Na verdade, são apenas quarenta e poucas, mas que cobrem um vasto cardápio. Tem receita de coquetel, de comida vegetariana, de bolo de chocolate, receita para uma só pessoa (perfeita pra quem não cozinha só pra não ter que lavar a louça), pra doze de uma vez e por aí afora. Algumas são simplérrimas, outras exigem mais trabalho, mas todas são explicadas nos mínimos detalhes, do jeito que eu gosto.
As crônicas e as receitas já foram devidamente devoradas com os olhos. Falta-me agora, organizar minha rotina (não é à toa que o DdF está às moscas) e voltar a cozinhar, pra testar os pratos e devorá-los no sentido literal da coisa.
Ficha Técnica
Título: A Conversa Chegou À Cozinha
Autora: Rita Lobo
Primeira edição: 2008
Editora: Ediouro
Páginas: 207
Cotação: bah, sem testar as receitas? Complicado. Pelas crônicas, fácil.
Quer ganhar um exemplar do A Conversa Chegou à Cozinha? É tão simples quanto fazer arroz: escreva um post no seu blog dedicado a uma comida especial para você. Uma que traga lembranças de infância, ou que relembre um episódio com os filhos, ou remeta a uma recordação de viagem.
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O texto mais bacana leva A Conversa Chegou À Cozinha e, de quebra, ganha também o livro O Mundo É O Que Você Come.
Você tem até o dia 20 de março para entrar na roda!
De comer macarrão, todo mundo entende. Que comida boa, não? Fica pronta num instante e combina perfeitamente com molho-de-qualquer-coisa: é só abrir a geladeira e deixar a criatividade tomar conta.
O teste está em inglês, mas isso não faz tanta diferença na prática, já que tudo que você tem de fazer é olhar a figura e marcar o nome correspondente. Por outro lado, algum conhecimento de italiano pode quebrar o galho (confesso: foi meu italiano em coma permanente que me permitiu acertar 17 respostas).
Como bônus, depois de cada resposta (certa ou errada) você descobre o tempo ideal de cozimento para dar a consistência al dente (nem duro demais, nem molenga) a cada formato.
Se você costuma usar termos como “parafuso” e “gravatinha” para diferenciar os tipos de massa… bem, boa sorte nos chutes.
(Sim, você pode concluir que o teste vale 5.000 UCI, mas qual desses testes online não vale?)
Dia desses – não faz um mês – comprei uma centrífuga, dessas que fazem suco de tudo com qualquer coisa. Não é aquela da televisão, a tal Juicer Philips Walita, porque o treco é caríssimo – e, pelo que andei lendo, injustificadamente. Comprei uma muito semelhante da NKS, com bocal de alimentação enorme, corta-pingos na saída, 2 anos de garantia e 700 watts de potência. No fim das contas, o que importa mesmo nesses aparelhos é a potência, para que o máximo de suco seja extraído com o mínimo de esforço.
Estou feliz da vida com o bichinho. Sim, ocupa um espaço enorme na pia do meu apartamento minúsculo. Sim, há várias peças pra lavar, mas quase todas são tão fáceis de limpar quanto um copo. A peneira com microtrituradores dá um pouquinho mais de trabalho, mas nada que uma escovinha (tipo as que são usadas pra limpar unhas) não resolva em dois tempos.
Vale a pena fazer um único copo de suco e ter de lavar tudo? Na minha opinião, vale. Estou me alimentando melhor e com uma facilidade incrível. Certo, gasto 10 minutos lavando louça, mas faço um suco gostoso e nutritivo em poucos segundos – uma coisa compensa a outra, não? Especialmente se você pensar que fazer uma salada de frutas ou ralar uma cenoura e uma beterraba para o almoço tomam muito mais tempo.
Bem, mas não comecei este artigo pra falar da minha centrífuga nova…
Como meu consumo de comida saudável aumentou, comecei a pensar: quais são as frutas e legumes da estação? Produtos da estação são mais gostosos, isso é um fato. As frutas são mais suculentas, os legumes são mais adocicados, as folhas são mais saborosas e tudo tem menos agrotóxico. Além de todas essas vantagens, produtos da época costumam ser mais baratos. Essa diferença de preço às vezes nem é tão significativa, mas em alguns casos chega a 200%: tomate, laranja e abacaxi são bons exemplos de frutas que ficam muito mais baratas na estação. Isso pra não falar do morango, que custa os olhos da cara fora do período certo.
Aproveite o melhor da melancia em janeiro e fevereiro!
Eu sei, é cômodo e tentador comprar o que dá na veneta, sem levar em conta a época do ano. Nos grandes supermercados você encontra tudo a qualquer época. Não abro mão totalmente dessa comodidade, admito. Não deixo, por exemplo, de comprar tomates. Adoro e como o ano inteiro. Por outro lado, se você sabe que janeiro é tempo de goiaba, que tal lembrar-se delas e levar pra casa um saco enorme? (Nota: goiabas e centrífuga não combinam. Vá por mim.)
Voltando à pergunta: como saber que produtos são típicos de cada mês? Reparar nos preços, na beleza e na quantidade deles ajuda, mas nem sempre (agrotóxicos conseguem esses efeitos, lembre-se). Minha saída foi recorrer a São Google, padroeiros dos curiosos. Não precisei pesquisar muito para encontrar o site do Ceasa de Campinas, que traz uma lista mês a mês dos alimentos próprios e tabelas que facilitam a consulta, sinalizando as melhores épocas para cada verdura, legume e fruta.
Já salvei a lista nos Favoritos do firefox e dou uma olhadinha antes de passar na quitanda (aliás, outra dica: uma boa quitanda cobra mais caro, mas tem alimentos mais gostosos que os supermercados). Assim, vou tendo idéias de combinações pros meus sucos de centrífuga, evito cair na mesmice e não enjôo do brinquedo.
Você não precisa ter uma centrífuga para aproveitar frutas, legumes e verduras da época, ter produtos mais saborosos na sua geladeira, colaborar com a sua saúde, com seu bolso e, de quebra, com o meio ambiente. É uma lista considerável de bons motivos para observar a tabela antes das compras, não?