Também vou falar da Hope.

Mas não será um texto sobre a propaganda recentemente veiculada para a empresa. Também não gostei, mas muita gente boa já escreveu a respeito. Confira, por exemplo, o excelente texto da Srta. Bia.

Acontece que uma coisa é publicidade, outra é produto e outra bem diferente é atendimento ao consumidor. Se uma empresa falha no primeiro item, tem de ser muito boa nos dois últimos para que eu não deixe de consumir. Agora, se falha no produto ou no atendimento, pode ter a propaganda mais perfeita do mundo que jamais terá novamente minha confiança.

O produto da Hope é muito bom. No Brasil, só ela e a Liz se preocupam em vender sutiãs com uma marcação para o tamanho das costas e outra para o bojo (já há outras marcas surgindo com a mesma proposta, mas atingem apenas o sudeste). Por isso há anos só compro sutiãs delas.

Vai daí que, dia desses, resolvi testar a Hope Online. Frete grátis promocional, peças lindas no outlet, sabe como é…

Só que não comprei o sutiã habitual, mas outros produtos. Acabei errando ao pedir os tamanhos. Solicitei a troca (a primeira é gratuita) e, já que teria de trocar os tamanhos de algumas peças, aproveitei pra pedir a troca de outras cujas cores não me agradaram. Tem problema? “Não senhora, nenhum”.

O detalhe é que a etiqueta tem de estar presa na peça para validar a troca, mas a do short doll prendia a parte debaixo à de cima, tornando impossível experimentar sem tirá-la. Tem problema? “Não, nenhum”.

Dias depois, recebo uma ligação: “Senhora, infelizmente algumas peças não existem mais nos tamanhos solicitados”. E agora? “Não podemos reenviar apenas uma parte da encomenda, mas podemos estornar toda a compra na forma de um vale-presente, mantendo o frete grátis”. Beleza. Nem achei ruim o fato de não terem mais no meu tamanho – outlet é assim mesmo.

Num domingo, tentei fazer a nova compra. Hum, quiseram cobrar o frete. Mandei email solicitando novo vale-presente. Na segunda de manhã, a resposta: “Desculpe o engano. O vale-presente já foi consertado, pode usá-lo e o frete será grátis”. E foi mesmo.

Mimo da Hope
Sabonete delicioso.

Poucos dias depois, apesar da greve dos correios, minha encomenda chegou. Abri a caixa e… bah, não era nada do que eu tinha pedido. Mandaram-me a encomenda de outra pessoa. Novo email, reclamando. No mesmo dia, um pedido de desculpas muito educado e a informação de que meu pedido seria logo enviado.

Dois dias depois (com os correios ainda em greve), recebi a caixa. Pesada… será que erraram de novo? Quando abri, lá estava minha encomenda, perfeita. Junto, uma carta pedindo desculpas e um frasco (de vidro, não de plástico) de sabonete líquido com aroma de erva cidreira delicioso, como brinde pelos transtornos!

Erros acontecem com compras online. Eu errei nos tamanhos e nas cores quando fiz o primeiro pedido. A Hope errou quando me mandou a caixa de outra pessoa. O que importa mesmo (além da qualidade do produto) é o atendimento. Especialmente o atendimento pós-venda. E nisso a Hope está de parabéns. É um belo exemplo a ser seguido por outras empresas, inclusive por gigantes que enviam macarrão instantâneo no lugar de um notebook e só atendem o consumidor decentemente depois que a história cai na mídia.

Outubro Rosa – informação e prevenção salvam vidas!

Fita Rosa - símbolo do combate ao câncer de mama.
O símbolo do combate ao câncer de mama.

No mês do combate ao câncer de mama, que tal dar uma olhada no que já escrevi sobre o tema?

Nos textos, você encontra links importantes sobre o assunto.

Aproveite para conhecer o Mamografia é Vida, site que estreou este ano repleto de depoimentos e informações (e que também tem twitter).

Se você é mulher, cuide-se! Informe-se, faça os exames de rotina. Não tenha medo de um possível diagnóstico. Lembre-se que, nos estágios iniciais, o câncer de mama tem cura!

Se você é homem, compartilhe as informações com as mulheres que ama. Estimule a prevenção, o acompanhamento ginecológico e a realização periódica da mamografia, que é a única forma de detectar o tumor ainda no início, quando as chances de cura chegam a 95%.

eCycle – portal voltado para a sustentabilidade.

Você conhece o eCycle? Trata-se de site que reúne um bocado de informações para um dia-a-dia mais sustentável – ou, por outra, para uma pegada de carbono mais leve.

O portal é bem completo. Na sessão Pegue Leve encontrei vários artigos interessantes: você sabia que uma máquina de lavar louças economiza água pra caramba? Eu não fazia ideia. Em Atitude há dicas de como economizar recursos com pequenas mudanças (algumas bem fáceis, outras nem tanto – fazer sabão em casa, por exemplo, é algo que nem cogito); a categoria Eco-design traz ideias criativas de uso de materiais renováveis e reaproveitamento.

Vale a pena passear pelo site todo, mas o que mais me atraiu foi a ferramenta para pesquisar postos de reciclagem. Você digita o CEP da sua casa, escolhe o que deseja reciclar e o portal apresenta aos postos mais próximas com a ajuda do Google Maps. Quer reciclar três ou quatro tipos diferentes de objetos? Não precisa fazer novamente todos os passos inciais – basta navegar pela lista ao lado e o mapa vai mudando conforme o item selecionado.

Postos de reciclagem de vidro em Brasília.
As possibilidades de reciclagem são inúmeras.

Fica a dica para quem se preocupa com o meio ambiente e entende que, se cada um fizer alguma coisa prática no seu dia-a-dia, o meio ambiente agradece e a nossa qualidade de vida também.

Falar corretamente é ter preconceito linguístico?

Pra que estudar?
Pra que estudar?

Essa foi a pergunta de Carlos Alberto Sardenberg, âncora da CBN, ao fim de uma matéria que parece saída do Mundo Bizarro: o Ministério da Educação (veja bem!) distribuiu para mais de 4.000 escolas um livro didático para alfabetização que legitima erros crassos de gramática, como “Nós pega o peixe”, “Os livro estão emprestado” e outras barbaridades do gênero. Aparentemente, os autores e  o MEC entendem tais erros como meras diferenças regionais.

O capítulo que comete esses assassinatos linguísticos chama-se “Falar é diferente de escrever”. Sim, é. Todos sabemos. A língua falada permite pequenos deslizes e coloquialismos. Daí a incluir-se num livro didático uma das piores barbáries contra o idioma, dando a entender que é coisa normal, que não existe erro em dizer “nós gosta de bolo” vai uma distância enorme. Ou será que “vão” uma distância enorme?

O Estado brasileiro sempre foi paternalista – nos últimos anos, tem sido cada vez mais. Agora, passa a ser condescendente com erros de português que, antes de pertencerem a determinado grupo, indicam baixa escolaridade e parco domínio da língua. São erros, caramba. Não é como chamar canjica de munguzá, ou mandioca de macaxeira. A regra é clara, Arnaldo. Tem que fazer usar os tempos verbais corretamente. Eles existem pra isso.

Só que agora é preconceito ensinar o português correto, né? É preconceito afirmar que dizer “nós pode”, “nós vai” e “nós fez” é errado, né?

Preconceito é aquela opinião formada sem conhecimento, sem exame crítico e sem fundamentos. Supor que uma pessoa que fala “nós pegou o ônibus” tem baixo conhecimento do próprio idioma não é preconceito; é conceito, mesmo.

Quem está sendo alfabetizado tem de aprender o correto. É obrigação da escola ensinar a forma regularmente aceita, a dita “norma culta”, não legitimar o que se ouve por aí. Depois de aprender o que é certo, você pode até escolher falar errado. Pode ler as historinhas do Chico Bento reconhecendo os erros e divertindo-se com eles. Pode falar “me vê dois pastel e um chops” pra tirar onda. Depois de aprender o que é certo.

Daqui a alguns anos, quero ver o MEC explicar aos adolescentes que serão reprovados no vestibular que eles “não vai” poder fazer a faculdade que desejam. Ou então consolar os candidatos barrados em entrevistas de emprego que lamentam tristemente: “Sabe como é, nóis batalhou muito pra chegar até aqui e nóis não sabe porque num conseguimu.”

Para ouvir a matéria: Livro adotado pelo MEC gera polêmica ao não conjugar verbos.

Imagem: Fastfood, royalty free.